“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Santo Apóstolo e Evangelista, Lucas(+séc.I) – 18/31 out
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
“Sobre as chagas corruptas do pecado”
Senhor Jesus Cristo, Pureza e eterna Fonte de pureza, ajuda-nos a rejeitar nossa loucura; ajuda-nos a raciocinar segundo a Tua mente.
A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.
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11:08
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Santo Profeta Oséas (+c.820 a.J.C) – 17/30 out
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Dias da Rússia na América Latina
Queridos pais, irmãos e irmãs!
A Rússia, no decorrer do século XX, sobreviveu os tempos duros do ateísmo e da discórdia civil. Por obra e graça Divina, agora ultrapassamos esses tempos. O testemunho do ressurgimento espiritual do nosso povo é a recuperação da unidade eclesiástica quebrada nos tempos malvados. A Igreja Ortodoxa Russa igualmente valoriza a todos os seus filhos, onde quer que vivam: na Pátria ou na dispersão. De todo o coração espero que a Jornada de cultura espiritual na América Latina sirva para a coesão de nossos compatriotas naquela região e para o fortalecimento dos seus laços espirituais com a Pátria. Que Deus abençoe esta boa iniciativa.
Texo enviado pelo Igúmeno Pedro de autoria do Sr. Felipe Ortiz
A Igreja Ortodoxa Russa, cruelmente perseguida durante a era soviética, vem passando por um processo miraculoso de recuperação desde o final dos anos 1980. Em 1987, havia menos de sete mil paróquias em funcionamento em todo o país e o número total de mosteiros não chegava a vinte. Apenas vinte anos depois, já são quase trinta mil as paróquias em atividade, enquanto os mosteiros são mais de setecentos.
Essa ressurreição da Igreja Ortodoxa na Rússia foi recentemente acompanhada por um outro evento não menos admirável: a reconciliação entre o Patriarcado de Moscou, que atua principalmente dentro do território russo, e a Igreja Ortodoxa Russa no Exterior, formada pelas comunidades da diáspora russa espalhada principalmente pela Europa Ocidental, Américas e Oceania. As duas partes da Igreja Russa, que não mantinham relações uma com a outra desde a década de 1920, voltaram a se reconhecer mutuamente em 2007. Nessa ocasião, a Igreja Ortodoxa Russa no Exterior reintegrou-se ao Patriarcado de Moscou, como uma parte autônoma da Igreja Ortodoxa Russa.
A fim de celebrar esses eventos e, ao mesmo tempo, tornar a Ortodoxia russa mais conhecida e forte na América Latina, a Igreja Ortodoxa Russa, com o apoio do governo da Rússia (que atualmente colabora com a Igreja, em vez de persegui-la) , realizará o evento Dias da Rússia nos Países da América Latina. Trata-se da excursão de uma grande comitiva de representantes da Igreja e da cultura russa, durante um mês (17 de outubro a 17 de novembro), por vários países latino-americanos.
O Brasil, que será visitado de 24 de outubro a 31 de outubro. De 24 a 26 de outubro, a delegação estará no Rio de Janeiro; em 27 e 28 de outubro, em São Paulo; e de 29 a 31 de outubro, em Brasília
Os integrantes da comitiva incluirão: o Bispo João de Caracas, titular da Diocese Sul-Americana da Igreja Ortodoxa Russa no Exterior, consagrado recentemente (em junho) e que fará, nessa ocasião, a sua primeira viagem pastoral pela sua diocese; o Metropolita Platão de Buenos Aires, titular da Diocese Sul-Americana do Patriarcado de Moscou, que também aproveitará a mesma ocasião para uma nova viagem pastoral pela sua diocese; o Metropolita Hilarião de Nova York, primaz da Igreja Ortodoxa Russa no Exterior, em sua primeira visita à América do Sul depois de sua entronização como Metropolita, em maio deste ano; o Metropolita Cirilo de Smolensk, chefe do Departamento de Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou, representando o Patriarca Aleixo II; e outros.
Fotos da Celebração da Divina Liturgia na Paróquia de Santa Zenaide, dia 25 de outubro.



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10:27
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Santo Mártir Longino o Centurião, Testemunha da Crucifixão (+séc.I) - 16/29 out
Quando, sobre ela, Cristo deu Seu último suspiro.
Longino viu a ira do suave céu,
Testemunhou a terra tremendo,
O brilhante sol quando perdeu seus raios
E revestiu todo o mundo de escuridão.
Abriram-se os túmulos de muitos,
E ressurgiram muitos dos mortos.
Bravo Longino, de temor, encheu-se,
E bradou com um suspiro de remorso:
"Este homem era o Filho de Deus!
Pecadores crucificaram o Inocente!"
Perto deles, dois outros soldados
Ecoaram o brado de seu centurião.
Testemunha da Ressurreição, foi Longino,
E também podia atestar de Sua humilhação.
Testemunha oracular, verdadeira,
Longino não desejava ocultar a verdade,
Mas proclamou-a em todas as partes que ia,
E glorificava o ressuscitado Cristo Deus!
Até a morte, manteve-se soldado de Cristo;
às
09:45
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segunda-feira, 27 de outubro de 2008
"Sobre como os anjos batalham pelos justos "
às
12:39
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SS. Márts. Nazário, Gervásio, Protásio e Celso, de Milão (+c.54-68) - 14/27 out
Nazário nasceu em Roma de pai judeu e mãe cristã. Sua mãe, Perpétua, fora batizada pelo próprio Apóstolo Pedro. Confessando a Fé de sua mãe, Nazário cumpria de coração todos os preceitos da Igreja. Pregando destemidamente o Evangelho, Nazário foi a Milão. Lá encontrou os cristãos Gervásio e Protásio na prisão e pregou a eles com grande amor. Sabendo disso, o eparca local ordenou que Nazário fosse flagelado e banido da cidade. Sua mãe apareceu a ele numa visão e lhe disse para ir à Gália e pregar o Evangelho lá; e isso foi o que Nazário fez. Após vários anos, Nazário retornou a Milão, desta vez com um discípulo, o jovem Celso, a quem batizara na Gália. Ali encontrou os irmãos Gervásio e Protásio ainda na prisão, à qual ele mesmo foi pouco depois lançado junto com eles, por ordem do governador Anulino. Os mártires de Cristo alegraram-se com essa reunião promovida pela providência de Deus. O imperador Nero ordenou que Nazário fosse morto; o governador retirou Nazário e Celso da prisão e os decapitou. Pouco tempo depois, o General Astásio, passando por Milão a caminho da batalha contra os morávios, decapitou São Gervásio junto com São Protásio. Tendo ouvido que esses dois irmãos não sacrificariam aos ídolos e temendo que pudesse perder a batalha por cair no desfavor dos falsos deuses, mandou que os dois fossem executados imediatamente. Gervásio e Protásio eram gêmeos, nascidos de seus beatos pais Vitálio e Valéria, que também foram martirizados pela Fé. As relíquias de São Nazário foram trasladadas por Santo Ambrósio de um jardim fora da cidade à Igreja dos Santos Apóstolos. As relíquias de São Gervásio e São Protásio lhe foram reveladas numa visão miraculosa.
Santa Eremita Parasceva de Ternov – Sérvia (+séc.XI) - 14/27 out
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Santa Virgem e Mátir, Pelágia de Antioquia (+ 303) - 08/21 out
às
09:58
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segunda-feira, 20 de outubro de 2008
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
“Sobre a ira útil”
Senhor Deus, único Justo, planta em nós a lembrança do Dia de Tua justa ira, para que nos protejamos do pecado espiritual.
A Ti, sejam a honra e a glória para sempre. Amém.
às
09:58
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008
"Sobre o temor e a alegria em Deus"
Alegrai-vos n'Ele com tremor. Alegrai-vos com um júbilo puro e santo, como os anjos se alegram no Deus Vivo e inacessível. O júbilo do Paraíso tem o odor da pureza e da santidade, mas o júbilo malicioso do Hades é acompanhado da gargalhada rebelde. Portanto é eterno o júbilo do Paraíso, ao passo que a gargalhada do inferno transforma-se em grunhidos e rangidos.
Servi com temor, pois o Senhor é justo; alegrai-vos com tremor, pois o Senhor é excelso e santo.
Ó Senhor nosso Deus, justo e exaltado, temível e santo: toda nossa vida sobre a terra é serviço a Ti e alegria em Ti. Se não Te servimos, servimos nossa própria destruição; e se não nos alegramos em Ti, alegramo-nos em nossas próprias obras malignas. Adoramos-Te e oramos a Ti que nos ajudes, para que nosso serviço seja guiado pelo temor de Ti e que nossa alegria seja purificada pelo tremor perante de Ti.
A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.
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09:24
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terça-feira, 14 de outubro de 2008
História Resumida do Patriarcado da Bulgária
Tradução do Rev. Ighúmeno Lucas
O rápido desenvolvimento do cristianismo ocorreu particularmente nos séculos III e IV. Depois do édito de Milão do ano de 313, existia aqui, uma estrutura eclesiástica já bastante organizada. Em 343 em Sardyka (Sófia) teve lugar um Concílio Local em defesa da ortodoxia de Nicéia e a condenação do arianismo. O traço característico do cristianismo nos Bálcãs foi seu caráter nacional. Os cristãos desta região não foram forçados nem à cultura romana nem à helenística. Ainda antes do século VII eram usados aqui os idiomas litúrgicos nacionais.
No começo do século V a Igreja Búlgara enfrentou o problema de invasões de povos bárbaros: hunos, visigodos, ostrogodos e tribos eslavas. No ano de 681 o soberano Asparuch (Isperych 681-702), filho de Kubrata, depois da ocupação de Dobrudja e do baixo Mezja fundou o primeiro país búlgaro-eslavo com capital em Pliska. Os novos soberanos intencionavam a total dominação dos povos nativos dos Bálcãs. Destruíram sua cultura e tradições. Muitas igrejas e mosteiros forma destruídos. Com o tempo, entretanto, os invasores depois de familiarizaram-se com a cultura local eles mesmos renderam-se à cristianização.
Em 865 (ou como citam outros historiadores, em 25.05.866) o soberano búlgaro Boris I aceitou o batismo, em Bizâncio, e com a ajuda de clérigos gregos iniciou a cristianização do país. Em 870 o Concilio em Constantinopla estabeleceu no território da Bulgária um arcebispado autônomo, cujo primeiro bispo foi José. Esta independência parcial favoreceu um desenvolvimento dinâmico da Igreja.
No tempo do filho de Boris, Simeão o Grande (893-927), a Bulgária tornou-se uma potência no caráter político e militar. O exército búlgaro conquistou quase toda a Península Balcânica. Simeão proclamou-se, então, “czar–imperador dos Búlgaros”.
Em 919 aconteceu o Concilio de todos os bispos búlgaros, no qual foi anunciada a Autocefalia da Igreja Búlgara. O arcebispado foi elevado à dignidade de patriarcado com sede na capital PresBavie. O primeiro líder tornou-se Leôncio. Apesar dos protestos da parte de Bizâncio, no reinado de filho mais jovem de Simeão foi assinado um acordo búlgaro-bizantino, à força do qual foram aceitas as conquistas territoriais da Bulgária, ratificado o titulo imperial de seus soberanos, confirmada a independência da Igreja e ao patriarca foi concedido o título de seu líder. Como primeiro patriarca foi reconhecido, entretanto, não Leôncio, mas seu sucessor Demétrio.
No ano de 979, o imperador bizantino João Tsimski invadiu e conquistou a Bulgária oriental, e posteriormente a subordinou a si, politicamente e eclesiasticamente. Neste mesmo ano o patriarcado e a independência eclesiástica foram liquidados. Apenas na parte ocidental e independente da Bulgária foi conservada a independência política e eclesiástica. Foi transferida a cátedra patriarcal para Triadic, capital do país búlgaro-ocidental do czar Samuel (976-1014). Nesta parte da Bulgária conseguiu-se preservar a autocefalia, mas apesar disso a Igreja estava bastante enfraquecida.
Em 1018, Bizâncio sob a autoridade de Basílio II, o Matador de búlgaros (976-1025), finalmente conquistou e subordinou toda a Bulgária a si. Destronado o patriarca Davi. João tornou-se líder de toda a Igreja Búlgara, com o título de arcebispo de Ochryd. Em 1020 foi anulado o patriarcado. O imperador Basílio conservou, entretanto, a independência da Igreja Búlgara. Ratificou as leis que a Igreja obteve de soberanos anteriores. Os búlgaros não queriam concordar com a perda da independência. Desejavam a autonomia política e eclesiástica. Em 1186 explodiu a insurreição dos irmãos Pedro e Asen Asenow, que abrangeu praticamente todo o território da Bulgária. Depois de alguns meses chegaram à assinatura de um armistício. O país búlgaro renasceu parcialmente. Em 1187 Asen é aclamado czar. Renasce, então, também a Igreja Búlgara independente. Para além de suas fronteiras permaneceram, entre outros, o arcebispado de Ochryd. As relações com Constantinopla eram bastante tensas. Nessa situação o czar Kalojana (1197-1207) começou a buscar apoio no papa. O papa Inocente III aproveitando-se desta situação ofereceu ao czar a coroa real, e ao arcebispo concedeu o título de primaz. Desta maneira a Igreja Búlgara tornou-se dependente de Roma.
O rompimento dos contatos com Roma ocorreu no governo do czar Ivan Asen II (1218-1241), que em 1235 estabeleceu um acordo com o imperador bizantino João III Vatatzes (1222-1254). Por força deste acordo, o bispo Joaquim II obteve o título de patriarca búlgaro.
Em 1393 os turcos dominavam a Bulgária, e negativamente relacionaram-se com os cristãos locais. Foram destruídas tanto as estruturas estatais como eclesiásticas, então existentes. Sob pressão das autoridades, muitos cristãos aceitaram o islamismo. Igrejas e mosteiros foram demolidos ou transformados em mesquitas. Os cristãos foram obrigados a pagar altos impostos. Todas as manifestações de rebelião eram sufocadas sangrentamente. A Igreja Búlgara foi privada do patriarcado e autocefalia e ficou subordinada em parte ao patriarca de Constantinopla e em parte ao arcebispo de Ochryd. Em 1767 quando a independência do arcebispado de Ochryd foi aniquilada toda a Igreja ficou subordinada à jurisdição de Constantinopla.
Na interface dos séculos XVIII e XIX começou a surgir um forte sentimento de distinção nacional nos búlgaros. Como precursor do renascimento búlgaro é considerado o monge Paísios do mosteiro Chilander do Monte Atos, que escreveu “História eslavo-búlgara do país, dos czares, dos santos, e de todos os acontecimentos da história búlgara”. A obra foi escrita no idioma nacional com incrível fidelidade à verdade histórica sobre o país, a nação e a Igreja Búlgara. Neste livro foram relembradas a glória e a independência do patriarcado e ao mesmo tempo era um apelo à preservação das tradições nacionais e à luta pela independência. O processo de renascimento da Bulgária não se seguiu imediatamente. A idéia desenvolveu-se aos poucos. No começo desejava-se a independência da Igreja. Graças à firmeza dos búlgaros, em 1848, o patriarca de Constantinopla sagrou quatro bispos de nacionalidade búlgara. Em 1851 Hilarion, líder do movimento nacionalista búlgaro, foi sagrado como bispo titular.
No dia 28 de fevereiro de 1870 o sultão, com decreto, estabeleceu o Exarcado Autônomo Búlgaro. Sua liderança era exercida pelo Sínodo Búlgaro. Em importantes questões dogmáticas ele tinha que consultar Constantinopla de onde obtinha o santo óleo, assim como era obrigado comemorar o nome do patriarca de Constantinopla nos ofícios litúrgicos. Em 1872, Antym I foi escolhido como primeiro exarca. O patriarca de Constantinopla opôs-se duramente à esta decisão, que estava em acordo apenas com o sultão e sem a aprovação do patriarca ecumênico e excomungou o episcopado. Iniciaram-se, assim, 73 anos de cisma.
Em 1878, depois da guerra turco-russo, a Bulgária obteve independência como principado, e em 1908 foi proclamada a restauração da monarquia. O príncipe Ferdinando foi aclamado como czar e proclamado o terceiro reino búlgaro.
Não se encerrava, entretanto, o processo de formação da moderna nação búlgara. Em conseqüência da guerra do Bálcãs no começo do século XX, apesar da conquistas à custa da Turquia, o país perdeu parte de seus territórios para a Romênia, Grécia e Sérvia. Durante a I Guerra Mundial a Bulgária lutou do lado das potências centrais (Alemanha e Itália). Em 1917 ocorre a revolução bolchevique. De modo a não permitir a propagação no ocidente das tendências comunistas, foi assinado em Tessalônica um acordo de paz por força do qual a Bulgária recuperava as fronteiras anteriores à guerra. Entretanto, o país encontrava-se a beira de uma crise econômica. Até o momento da eclosão da II Guerra Mundial a Bulgária lutava pela recuperação da economia do país.
Em 1941, sob pressão alemã, a Bulgária desistiu da posição de país neutro e partiu para a guerra ao lado da Alemanha. Porém, não se subordinava à ideologia fascista. Graças a protestos conseguiu-se deter totalmente a propaganda anti-semita. A Bulgária foi um dos poucos países onde os judeus escaparam de perseguições abertas.
No dia 22 de fevereiro de 1945, por iniciativa da Igreja Russa deu-se a reconciliação da Igreja Búlgara com o patriarcado de Constantinopla. O patriarca retirou o anátema da Igreja Búlgara e novamente concedeu-lhe a autocefalia. A restituição do patriarcado seguiu-se, com a aprovação de Constantinopla, no Sínodo Búlgaro de 1953 em Sófia. O primeiro patriarca, depois de vários séculos de intervalo, foi Cirilo.
Em 1992 ocorre um cisma na Igreja Búlgara. Quatro bispos do Metropolita Estevão questionaram a canonicidade da eleição de Máximo, patriarca em exercício, e acusaram-no de atividades prejudiciais à Igreja. Com apoio do departamento búlgaro de questões religiosas criaram uma hierarquia paralela. O conflito durou até outubro de 1998. Nos dias 30 de setembro e 1º. de outubro de 2001 teve lugar em Sófia, um encontro dos líderes de todas as Igreja Ortodoxas Autocéfalas. Em conseqüência das conversações, três bispos cismáticos com o patriarca de Sófia à frente, em nome dos demais apresentaram um ato de arrependimento. Foram recebidos de volta à unidade canônica, entretanto, os bispos cismáticos de novo opuseram-se ao patriarca Máximo e queriam sua demissão. O cisma na Igreja Búlgara dura até hoje.
A Igreja Búlgara conta com 8 milhões de fiéis, 26 bispos e 2300 clérigos. Em 123 mosteiros vivem 500 monges e monjas. A Igreja possui 3200 igrejas e 500 capelas (dados de 1995). Além das dioceses nacionais a Igreja possui duas dioceses nos Estados Unidos e uma na Europa Ocidental. A formação dos futuros clérigos se dá em dois seminários clericais e em duas Academias Teológicas.
Na liderança da Igreja Ortodoxa Búlgara está Máximo, o 21º. patriarca búlgaro. O patriarca Máximo nasceu a 29 de outubro de 1914. Em 30 de dezembro de 1950 foi elevado à dignidade de bispo. A eleição de Sua Beatitude Máximo, como Chefe da Igreja Búlgara teve lugar a 4 de junho de 1971 e sua entronização neste mesmo dia.
O Chefe da Igreja Búlgara tem direito a usar o título de: “Sua Santidade Patriarca Búlgaro, Metropolita de Sófia”.
A residência e cátedra patriarcal dedicada a Santo Alexandre Newski situam-se em Sófia.
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07:00
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sábado, 11 de outubro de 2008
História Resumida do Patriarcado da Romênia
Tradução do Rev. Ighúmeno Lucas
Depois da proclamação do Édito de Milão em 313 pelo imperador Constantino, o Grande, os bispos de Schytia Menor desenvolvem uma intensa atividade, cuja prova são as participações com delegações numerosas nos Concílios Ecumênicos (2o. em 381, 3o. em 431 e 4o. em 451).
Infelizmente, esta precoce organização da Igreja foi destruída no período das migrações das populações nos séculos VI e VII. O renascimento da Igreja inicia-se depois da missão na Moldávia de São Cirilo e Metódio, na segunda metade do século IX por intermédio da Bulgária. Por mais de 200 anos os cristãos locais, em questões administrativas, estavam subordinados à Igreja Búlgara. Emanciparam-se, parcialmente, em 1014 depois da derrota da nação búlgara pelo imperador bizantino Basílio II, o matador de búlgaros (976-1025). A diocese local da Valáquia ficou subordinada ao arcebispo de Orchryd e posteriormente ao arcebispo de Tyrnow, que usava, então, o título de “Arcebispo de Tyrnow, Primaz dos búlgaros e dos valaquianos”. A emancipação da Igreja dava à Igreja Romena a possibilidade de desenvolvimento em diversas direções. Surgiram, então, os mais antigos mosteiros e igrejas locais. Sob a influência de famosos padres, como São Nicodemos, desenvolveu-se o hesicasmo. Floresce a cultura e a arte. Não é de se estranhar que nos anos 1389-1394 o bispado da Ungaro-Valáquia foi elevado ao nível de metropolia. A partir do ano 1396 a metropolia passa para a supervisão de Constantinopla. Em 1456 (depois da queda de Bizâncio em 1453) novamente volta para a supervisão de Orchryd.
Por volta do final do século XV o sultanato otomano abrangia toda a Ásia Menor, Península Balcânica até depois dos rios Sawa e Dunai, assim como estendia sua supervisão sobre a Valáquia (1396), Krymsk (1475) e Moldávia (1501). Durante o domínio turco a Igreja Romena conservou uma relativa independência. A Romênia situava-se no extremo do império otomano. Logo ao lado encontravam-se países europeus independentes que aguardavam o enfraquecimento da Turquia e procuravam pretextos para aumentar, às custas dela, seus territórios. Os mulçumanos não puderam, então, se permitir uma demasiadamente clara perseguição aos cristãos romenos. Entretanto, sufocaram sangrentamente os mais significativos sinais de insurreição. Tentaram islamizar o país, o que, porém, terminou em total fracasso.
No final do século XVII a Turquia cada vez mais intensamente tendia para o declínio. No ano de 1699, depois da guerra austríaco-turca, por força do acordo de paz de Karlowack, a Áustria recebeu uma grande parte do território romeno. A Igreja ortodoxa pode respirar aliviada do jugo mulçumano, mas ao mesmo tempo ficou sujeita a uma forte propaganda uniata. O país reconhecia apenas quatro confissões religiosas, todas ocidentais: católica romana, luterana, calvinista e uniata. Ao longo de todo o século XVIII de diversas maneiras induziram os ortodoxos à subordinação ao bispo de Roma. Esta mesma política, conduziram em Siedmiogrodz. A maior parte daqueles cristãos era formada de cristãos ortodoxos da Romênia. O clero ortodoxo foi rebaixado ao status de servos campônios. Em conseqüência das pressões, significativa parte dos romenos de Siedmiogrodz aceitou em 1701 a união com Roma. Os que permaneceram com a Ortodoxia ficaram privados de seus próprios bispos e entregues à supervisão do clero sérvio. Só em 1810 obtiveram seu próprio bispo, Basílio Moga (1810-1846).
No século XIX entre os romenos aumentava o desejo de independência. Encontraram solidariedade e apoio da Rússia e de países da Europa Ocidental. Sob as pressões destes países a Turquia consentiu, que em 1861 os principados de Moldávia e Valáquia unissem–se em um só país – a Romênia. Em 1864 o país chegou a uma revolução política, em conseqüência da qual todas as autoridades aceitaram a soberania do príncipe Aleksander Jan Kuza. Durante seu governo a Igreja Ortodoxa Romena proclamou sua autocefalia em 1865, que em novembro de 1878 foi confirmada, com decreto, pelo patriarca de Constantinopla Joaquim III. As determinações do decreto e ratificação final da autocefalia ocorreu somente em 25 de abril de 1885. Isto coincidiu com o Congresso de Berlim, que reconheceu a independência da Romênia e ao mesmo tempo aumentou o seu território anexando Dobrudz. Para a Igreja Romena haviam chegado os anos de muito trabalho interno em função da ampliação da estrutura das dioceses e desenvolvimento da atividade educacional e caritativa. Revitalizaram-se, também nesta época, os antigos mosteiros.
Depois da 1a. Guerra Mundial para a Igreja Romena tornaram-se incluidas as dioceses das terras anexadas à Romênia: Moldávia, Siedmiogrod, Transilvânia e Bukowina.
Em 4 de fevereiro de 1925 o Santo Sínodo do Patriarcado Ecumênico tomou a decisão de criação do patriarcado romeno com sede do patriarca em Bucareste. As Igrejas Locais expressaram sua concórdia para esta decisão.
Em 1925 o patriarca da Romênia participou na proclamação da autocefalia da Igreja Ortodoxa da Polônia.
Depois da II guerra mundial com relação à mudança das fronteiras nacionais, o patriarca perdeu a Metropolia de Bukowina e o arcebispado da Moldávia. Em 1948 retornaram para a Igreja Ortodoxa Romena os fiéis e clero uniata da Igreja Greco-Católica da Transilvânia.
No ano de 1946 a Frente Nacional-Democrática de diretriz comunista conquista a maioria dos mandatos na Assembléia Nacional. É proclamada a República Popular Romena. A situação do Patriarcado sob o seu governo foi favorável inicialmente. O país apoiava a reconstrução de tudo que havia sido destruído pela guerra, assegurava total tolerância e a igualdade de direitos. A partir da metade dos anos 60 inicia-se um período de martírio na história da Igreja Romena. No tempo do governo de G. Gheorghiu-Deja (até 1965) e N. Ceausescu (1967-1989) cai sobre o patriarcado as mais terríveis perseguições. Foram destruídas, neste período, igrejas e mosteiros, dioceses liquidadas e dos 10 mil clérigos de então, 5 mil foram presos acusados de inimigos do sistema. Foram proibidas as atividades editoriais e catequéticas. Dificultada a vida litúrgica. O patriarcado começa a revitalizar-se após a queda do regime de N. Ceausescu em 1989.
Atualmente o número de fiéis do patriarcado chega 20 milhões, o que constitui 86% da população do país. O patriarcado divide-se em 22 dioceses e 123 decanatos. A igreja possui 8941 paróquias com 12546 igrejas. A assistência pastoral é exercida por 40 bispos e aproximadamente 9400 padres e diáconos. A Igreja dispõe de 14 departamentos teológicos nas universidades federais, 33 seminários e 12 escolas para salmistas. Atualmente existem na Romênia 400 mosteiros e eremitérios, nos quais oram e trabalham 4100 monges e 4500 monjas.
Na liderança da Igreja Ortodoxa Romena está o patriarca que usa o título: Sua Beatitude Arcebispo de Bucareste, Metropolita da Ungaro-Valáquia e patriarca de toda a Romênia.
Atualmente o chefe da Igreja Romena e sexto patriarca da Romênia é Daniel. Nasceu a 22 de julho de 1951, na localidade de Dobrestia nas proximidades de Lugoj. Eleito em 12 de setembro de 2007, foi entronização em 30 de setembro na catedral patriarcal em Bucareste dedicada a São Constantino e Santa Helena, iguais aos apóstolos.
A Igreja Ortodoxa da Polônia foi representada pelo Arcebispo Jeremias de Wroclaw e Szczecin.
às
13:00
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sexta-feira, 10 de outubro de 2008
“Sobre a última oração do Cristo pelos fiéis”
Irmãos, a misericórdia de Deus é grande. Quando um justo a sente, chora; mas quando um pecador a sente, envergonha-se. Pela misericórdia de Deus, somos purificados, iluminados, salvos, adotados e unidos ao próprio Deus. Contudo ninguém deve deduzir que, por essa unidade com Deus, tornamo-nos da mesma Essência de Deus e iguais a Deus. Jamais seremos de uma só Essência com Deus, e nem iguais a Deus, do modo em que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são de uma só Essência e iguais em Ser. Para que todos sejam um, o Salvador diz ao Seu Pai em prol de Seus discípulos, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; e aqui ele está pensando na unidade de amor, e não na unidade de natureza. Do amor fluem a obediência mútua, o auxílio mútuo, a misericórdia mútua, a mansidão, a humildade, a bondade, a boa vontade e o sacrifício. E quando o Senhor diz: Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus (Mateus 5: 48), Ele não quer dizer que os homens podem ser iguais a Deus, mas quer mostrar-lhes o exemplo supremo de perfeição em tudo o que é bom. Pois muitos mestres dos homens apontaram como exemplos de perfeição alguma coisa ou alguma pessoa, mas não Deus. Com demasiada freqüência, ensinaram aos homens o mal e o indicaram como exemplo de perfeição. É por isso que o Senhor ensina aos homens que tomem o Pai Celestial como exemplo de toda a perfeição e que trabalhem e se esforçem por essa verdadeira perfeição e não por alguma outra. Pela graça de Deus, somos todos adotados por Deus e nos tornamos um em Cristo Jesus (Gálatas 3: 28). Contudo, não nos tornamos deuses; não nos tornamos iguais às Pessoas da Santa Trindade. Não vos esqueçais do que dizem as Escrituras: Nem os céus são puros aos Seus olhos (Jó 15: 15). Nem as majestosas potestades dos céus são iguais a Ele; o que dizer então do homem? Todavia, pela graça de Deus e por causa dos sofrimentos do Senhor Jesus, os fiéis são exaltados à unidade com Deus, em amor e em espírito. Portanto esforcemo-nos para fazer a vontade de Deus, para que em verdade possamos ser exaltados a tais alturas majestosas.
Ó Senhor Jesus Cristo, nosso Deus, Que és o Deus de toda misericórdia e bondade, guarda-nos em Tua misericórdia até o fim, e não Te encolerizes conosco, mas antes perdoa-nos.
A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.
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10:49
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Santo Igúmeno e Místico Sérgio de Radonége (+ 1392) - 25 set/08 nov
Venerável Sérgio de Radonége
Desde sua juventude, o santo Sérgio
Amava Deus e a beleza de Deus
E instilava em si a serenidade e a bondade.
Encheu a selva com a oração incessante
E transformou a floresta num lugar santo de Deus.
Não se importava com a vaidade mundana,
Nem jamais se enraiveceu.
Totalmente calado e manso com todos,
Mas nada manso, porém, com o pérfido adversário.
Com o inimigo de Deus, o pai de toda a mentira,
Que busca devorar as almas dos homens,
Sérgio lutou com bravura uma dura batalha,
Incansável e potente até a vitória final.
Assim o ancião repousou, mas o santo ficou
Como uma coluna de fogo para o povo russo,
Rogando a Deus por todas as bênçãos
E trazendo as bênçãos do Céu a seu povo.
Santo Sérgio, não deixes de brilhar,
Não cesses de orar ao Deus Altíssimo
Pelo bem da Igreja, pelo bem da Rússia,Na glória do Cristo, ó São Sérgio!
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09:46
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terça-feira, 7 de outubro de 2008
“Sobre Deus Espírito Santo, que procede do Pai“
Há homens que afirmam que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Quem lhes revelou isso, e quando? Sabemos que o Espírito Santo procede do Pai, pois isso nos foi revelado pelo Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, rejeitamos tal acréscimo à nossa Fé Ortodoxa, pois que não se coaduna com as palavras do próprio Senhor. E ainda: para que compreendamos verdadeiramente as palavras do Puríssimo Senhor, nossos corações têm que se tornar muito puros. Por conseguinte, temos mais que fazer esforços para purificarmos os nossos corações das paixões do que obedecer à vã curiosidade intrometendo-nos, com o coração impuro, nas infinitas profundezas infinitas do ser de Deus; pois os que o fazem caem na heresia e perdem as suas almas.
Ó Senhor Deus, grande e poderoso, damos graças a Ti por teres vindo a nós por meio de nosso Salvador Jesus Cristo; daí sabemos que não somos a prole das trevas, mas antes os filhos da luz.
A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Festa da Concepção de São João, o Grande Profeta, Precursor e Batista de Nosso Senhor Jesus Cristo - 23 set/06 out
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13:09
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domingo, 5 de outubro de 2008
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
História Resumida do Patriarcado da Sérvia
Tradução do Rev. Ighúmeno Lucas
Posteriormente, o cristianismo fortaleceu-se com a atividade missionária dos irmãos Cirilo (826-869) e Metódio (820-885). Em 869 por recomendação do imperador Basílio dirige-se para a Sérvia um grupo de clérigos gregos. Em 879/880 sob o governo do príncipe Mutimir, ocorre o batismo oficial da nação sérvio. Foi aberto, então, o bispado com capital em Ras, subordinado ao patriarca de Constantinopla. Em conseqüência da conquista da Sérvia pelo rei búlgaro Simeão I, o Grande (893-927), a Igreja sérvia tornou-se parte da Igreja búlgara. No ano de 1018, depois da derrota da Bulgária pelo imperador bizantino Basílio II, o Matador de búlgaros o bispado foi anexado ao arcebispado independente de Ochrid do patriarcado de Constantinopla.
Significado decisivo na história da nação sérvia e da Igreja foi o governo do rei Estevão I Nemani (1159-1195). Ele facilitou a reconstrução tanto da independência do país quanto da Igreja. Ele apoiou o desenvolvimento da Igreja, fundou mosteiros, templos, hospitais e asilos. O rei Estevão em 1196 recebeu os votos monásticos com o nome de Simeão e estabeleceu-se no Monte Atos. O poder transmitiu a seu filho Estevão, o Jovem. Junto com ele no Monte Atos esteve seu segundo filho – São Sawa. Juntos construíram o mosteiro sérvio de Chilandar no Monte Atos. Depois de 20 anos de trabalhos no mosteiro, São Sawa voltou ao país para enterrar o pai, morto no ano de 1200.
Em 1219, São Sawa foi elevado à dignidade de bispo e tornou-se, de fato, o criador da Igreja Sérvia independente. Ele dirigiu a Igreja por 14 anos. Este é o período mais esplendoroso do desenvolvimento da cultura religiosa sérvia. Em 1221 no dia da Ascensão do Senhor, São Sawa coroou seu irmão Estevão, o Jovem como primeiro rei da Sérvia.
Em 1346, no concílio em Skopije com a presença de arcebispos búlgaros e de Ochrid assim como de monges do Monte Atos, foi criado o patriarcado sérvio com capital em Pecz. O primeiro patriarca eleito foi Joanicio II (1346-1354). A criação do patriarcado ocorreu sem negociações com Constantinopla e por isso Calisto, o patriarca de Constantinopla, não apenas não reconheceu a criação do patriarcado sérvio como também o excomungou em 1352. Somente depois de conversas e negociações, em 1353, as decisões do concílio em Skopije foram aceitas como canônicas.
O patriarcado sérvio usufruiu um período muito curto de independência. Depois da sofrerem derrota pelos turcos no Kosovo em 1389 a Sérvia praticamente deixou de existir em 1459 e tornou-se parte do país turco. A Igreja encontrou-se em situação muito difícil e ficou privada de seus direitos e da proteção do estado. A maioria das igrejas foram transformadas em mesquitas. Foram fechados mosteiros e as atividades educacionais e editoriais vinculadas a eles suspensas. A Igreja Sérvia tornou-se uma jurisdição subordinada ao patriarca de Constantinopla. Os cristãos ortodoxos eram compelidos a converterem-se ao islamismo à força ou com pressões administrativas.
Os sérvios não se renderam e lutaram pelo direito à independência política e liberdade de confissão da fé de seus antepassados. No tempo do patriarca Macário Sokolowicz (1557-1571) a Igreja Sérvia gradualmente revivifica-se e consegue independência. Foram feitas, também, tentativas no sentido de reinstalar o patriarcado. Os turcos entenderam que a fé é a força espiritual da nação e assim querendo lutar contra ela em 1594 queimaram nas proximidades de Belgrado as relíquias do primeiro arcebispo sérvio São Sawa. Entretanto, isto não refreou as aspirações de libertação nacional. Revoltas e insurreições explodiam a cada dezena de anos até metade do século XIX.
As autoridades turcas, todo o tempo, aspiravam destruir a independência religiosa sérvia. A liquidação final da autocefalia aconteceu a mando do sultão Mustafá III no dia 11 de setembro de 1766, no tempo do patriarca Samuel I de Constantinopla. O patriarcado de Pecz foi degradado ao nível das menores metropolias subordinadas ao patriarca de Constantinopla. Iniciou-se um tempo de dinâmica helenização da hierarquia, e posteriormente de toda a Igreja e nação sérvia. Os bispos sérvios ficaram privados de suas cátedras, e em seus lugares foram enviados gregos. A língua litúrgica passou a ser o grego. Foram proibidas as homilias em sérvio. As perseguições por parte dos turcos e fanariat 1 obrigou muitos sérvios emigrar.
Depois da guerra turco-russa (na qual os turcos foram derrotados) à força das decisões do Congresso de Berlim de 1878, a Sérvia obteve a independência política. O novo governo e as autoridades da Igreja enviaram moção ao patriarca Joaquim III solicitando a concessão da autocefalia. Em 1879 o patriarca concede a autocefalia à Igreja Sérvia, entretanto não para todos os territórios do antigo patriarcado. No ano de 1882 depois da formação do Reino Sérvio seguiu-se a reforma da lei interna. A finalização da formação administrativa da estrutura da Igreja Sérvia aconteceu em 1890. As novas regras não garantiam, entretanto, na medida do possível uma vida normal de Igreja, porque o país estava esfacelado politicamente. Diversas de suas partes encontravam-se sob o patronato de vários países (Turquia, Áustria, Hungria), e em conseqüência os bispados também, o que desfavoravelmente afetava a percepção da nova lei e condução da política de unidade da Igreja. Foram criadas metropolias distintas, por exemplo, Montenegro, e as Igrejas Autônomas na Bósnia, Herzegovínia e na Macedônia.
Na composição do patriarcado sérvio, então, entravam 21 dioceses. As dioceses foram divididas em três metropolias. Além delas a Igreja exercia proteção canônica sobre mais algumas poucas dioceses no Canadá, América do Norte e nos territórios da atual República Tcheca.
Em 1918, ocorre a unificação da Sérvia, Herzegovínia, Montenegro e Bósnia. Em 1919, uniram-se a esses países a Croácia e a Eslovênia. Assim surgiu o reino dos sérvios, croatas e eslovenos. O novo país recebeu o nome de Iugoslávia.
No dia 30 de agosto de 1920, no concílio em Sremsk Karlowca foi anunciada a restauração do patriarcado. O metropolita de Belgardo tornou-se o chefe da Igreja. Apesar do silêncio inicial o patriarca de Constantinopla ratificou este ato com decreto em 1921.
No ano de 1941os fascistas alemães atacaram e dominaram o território da Sérvia. Dominaram-na, aliados com as turbas croatas. O controle do país foi tomado por Ante Paveli. Este período foi para os sérvios o mais duro de toda a sua história. Os sérvios eram perseguidos pela sua fé e nacionalidade, porque a única fé permitida no país era a católica romana. Neste período sucumbiram um milhão e setecentos mil ortodoxos. Particularmente e ativamente combateram a hierarquia ortodoxa. O extermínio estava relacionado com a re-cristianização que foi conduzida com o uso da força. Freqüentemente a aceitação do batismo latino era a única saída para evitar a morte. O terror durou até a libertação da Iugoslávia.
Depois da guerra, as autoridades da Iugoslávia encontraram-se diante de um sério dilema, no território da Iugoslávia estavam em contato grandes grupos religiosos: ortodoxos, católicos romanos e mulçumanos. De modo a conduzi-los a uma convivência pacífica, já em 1946 foi registrado na constituição um artigo inteiro sobre as bases da Igreja no país.
O final dos anos oitenta foi um período de renascimento da Igreja. Os ortodoxos constituíam o mais numeroso grupo religioso na Iugoslávia. O número de ortodoxos ultrapassava os 10 milhões. A Igreja contava, então, com 21 dioceses no país e 10 na Europa Ocidental, USA, Canadá e Austrália. Em 3000 paróquias encontravam-se 4200 templos (no território do país), em torno de 200 mosteiros, nos quais viviam cerca de 1000 monges e monjas. A Igreja possuía 4 seminários (com capacidade para cerca de 600 alunos) assim como um departamento de teologia na universidade de Belgrado. Esta estrutura quebrou-se em 1991, quando explode na Iugoslávia a guerra civil. Ao longo das atividades de guerra, como também em conseqüência do fanatismo descontrolado, muitos templos foram destruídos. Quando a Croácia torna-se um país independente, a Igreja Ortodoxa não abandonou seus fiéis que permaneceram naquele território. A Igreja apelou para um perdão mútuo das culpas e a reconstrução de casas e igrejas.
Em 1999 explode novo conflito, desta vez entre a Sérvia e o os albaneses. Isto levou a uma intervenção da OTAN no Kosovo. Em conseqüência de ataques aéreos destruidores mais igrejas, templos, monumentos de arte sacra foram danificados ou totalmente destruídos. Depois da guerra a Igreja, novamente, renasce, entretanto, constantemente acontecem ataques de membros do Exército de Libertação do Kosovo em mosteiros e igrejas ortodoxas. Segundo dados da Igreja Ortodoxa Sérvia, no período de junho a outubro de 1999 foram danificados e saqueados 76 igrejas e mosteiros, 64 foram incendiados, 39 minados e o alicerce de 5 minados.
O patriarca atual da Igreja Sérvia é sua Santidade Patriarca Paulo, que é o 44o. patriarca na história da Igreja Sérvia. Nasceu em 11 de setembro de 1914, em Slavonia. Foi elevado à dignidade de bispo em 22 de setembro de 1957. Foi eleito, em 1 de dezembro de 1990, chefe da Igreja Ortodoxa Sérvia e a entronização ocorreu no dia seguinte.
O chefe da Igreja Sérvia tem direito a usar o título de oficial de: Sua Santidade Patriarca Sérvio, Arcebispo de Belgrado-Karlowac. A residência do patriarca e sua catedral dedicada ao Arcanjo Gabriel situam-se em Belgrado. Sua Santidade, Patriarca Paulo realizou visita à Igreja Ortodoxa Autocéfala da Polônia em 2001.
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09:00
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quinta-feira, 2 de outubro de 2008
“Sobre o sofrimento do Cristo”
Ó Senhor Jesus Cristo, que sofreste por nós e pela nossa salvação, tem piedade de nós, agora e sempre.
A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Santo Pont. e Conf., Eumênio, Arcebispo de Gortina–Creta (+ séc. VII) - 18 set/01 out
Desde a juventude, Eumênio seguia ao Cristo de todo o coração, libertando-se de dois pesados fardos: o fardo da riqueza e o fardo da carne. Ficou livre do primeiro fardo distribuindo toda seu patrimônio aos pobres e necessitados; e do segundo jejuando com rigor. Deste modo, ele primeiro curou a si mesmo, e depois começou a curar os outros. Livre das paixões e cheio da graça do Espírito Santo, Eumênio brilhava com uma luz que não podia ser escondida. Conforme está escrito, não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte (Mateus 5:14), assim o santo Eumênio não podia ser escondido do mundo. Testemunhando sua bondade, o povo o elegeu Bispo de Gortina e ele governou o rebanho do Cristo como um bom pastor. Era um pai para os pobres, riqueza para os necessitados, consolação para os aflitos, médico para os enfermos e um prodigioso taumaturgo. Por suas orações, operou muitos milagres: dominou uma serpente venenosa, expulsou demônios e curou muitos doentes – e isso ele o fez não somente em sua própria cidade, mas também em Roma e na Tebaida. Numa época de seca na Tebaida, obteve de Deus a chuva pelas suas orações. Ali na Tebaida terminou a sua vida terrena e tomou posse de sua morada na casa eterna de seu Senhor. Viveu e labutou no século VII.
“Sobre o Senhor Ressuscitado e Vivo, que é a Ressurreição e a Vida”
O Senhor Jesus Cristo falou essas santas palavras. Não apenas as falou, como também as comprovou com Seus atos. Ressuscitando a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim e o Seu amigo Lázaro, Ele provou que é a ressurreição e a vida, o Ressuscitador e o Vivificante. E mesmo assim Ele as comprovou melhor pela Sua própria Ressurreição dentre os mortos. Pois estar vivo e assim ajudar os mortos eram coisas de que já se ouvira antes. Mas estar morto e enterrado, jazer no túmulo por três dias e dar a vida a si mesmo, isso era inaudito até a Ressurreição de Cristo. É o milagre dos milagres e a prova de um poder acima de qualquer outro poder. Esse milagre foi operado pelo nosso Senhor. O nosso Senhor manifestou esse poder. Logo, verdadeiras são Suas palavras, Eu sou a ressurreição e a vida: verdadeiras, santas e consoladoras para todos nós que viajamos rumo à inescapável morte do corpo e esperamos viver além do túmulo e ver o nosso Senhor Vivo em glória.
Entretanto, o Senhor não é somente o Ressuscitador do corpo mas também o Ressuscitador da alma. Durante Sua vida sobre a terra, ressuscitou apenas uns poucos corpos humanos, mas incontáveis almas -- para demonstrar que a ressurreição da alma é muito mais importante do que a ressurreição do corpo. Quase todas as almas humanas estavam mortas quando Ele veio ao mundo; e Ele ressuscitou inúmeras almas pelo Seu poder e imbuiu nelas a Sua vida. Tanto os judeus quanto os pagãos estavam mortos em alma e Ele avivou a uns e a outros. Meus irmãos, deixemos de lado todas as preocupações com a ressurreição de nossos corpos e batalhemos, enquanto ainda temos tempo, pela ressurreição de nossas almas. Pois se as nossas almas não ressuscitarem e não forem avivadas pelo Cristo ainda sobre a terra, não esperemos nenhum júbilo pela ressurreição de nossos corpos no Dia do Juízo, o Dia da Ira. Pois nessa ocasião os corpos de nossas almas mortas serão ressuscitados, não para a vida, mas para o tormento eterno.
Senhor Jesus Cristo, nossa única ressurreição e vida, ajuda-nos pelo Teu poder e pela Tua misericórdia, para que sejamos ressuscitados e avivados por Ti para a salvação e a vida eterna.
A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém