Calendário Litúrgico da Igreja Ortodoxa da Polônia de 2003
Tradução do Rev. Ighúmeno Lucas
Tradução do Rev. Ighúmeno Lucas
O cristianismo no território da atual Romênia surge já no tempo dos apóstolos. O apóstolo André e os discípulos do Santo apóstolo Paulo (Atos 16, 17 e 20; Rm 15, 19) proclamaram o Evangelho nesta região. A influência do cristianismo nesta região fortaleceu-se, particularmente, após a conquista da Dácia pelo imperador Trajano no ano 106. Colônias gregas de Schytia Menor (atual Dobrudja) mantiveram intensos contatos com as cidades do Oriente Próximo e conseqüentemente com os cristãos destas cidades. Isto nos confirma Tertuliano, que no ano de 196 escreveu: “...também povos e localidades distantes de Roma, na Gália e Bretanha, sarmaci e dakowie1, dobrudjanos, e muitas outras nações de províncias distantes são fiéis a Jesus e confessam o Seu nome”.
Depois da proclamação do Édito de Milão em 313 pelo imperador Constantino, o Grande, os bispos de Schytia Menor desenvolvem uma intensa atividade, cuja prova são as participações com delegações numerosas nos Concílios Ecumênicos (2o. em 381, 3o. em 431 e 4o. em 451).
Infelizmente, esta precoce organização da Igreja foi destruída no período das migrações das populações nos séculos VI e VII. O renascimento da Igreja inicia-se depois da missão na Moldávia de São Cirilo e Metódio, na segunda metade do século IX por intermédio da Bulgária. Por mais de 200 anos os cristãos locais, em questões administrativas, estavam subordinados à Igreja Búlgara. Emanciparam-se, parcialmente, em 1014 depois da derrota da nação búlgara pelo imperador bizantino Basílio II, o matador de búlgaros (976-1025). A diocese local da Valáquia ficou subordinada ao arcebispo de Orchryd e posteriormente ao arcebispo de Tyrnow, que usava, então, o título de “Arcebispo de Tyrnow, Primaz dos búlgaros e dos valaquianos”. A emancipação da Igreja dava à Igreja Romena a possibilidade de desenvolvimento em diversas direções. Surgiram, então, os mais antigos mosteiros e igrejas locais. Sob a influência de famosos padres, como São Nicodemos, desenvolveu-se o hesicasmo. Floresce a cultura e a arte. Não é de se estranhar que nos anos 1389-1394 o bispado da Ungaro-Valáquia foi elevado ao nível de metropolia. A partir do ano 1396 a metropolia passa para a supervisão de Constantinopla. Em 1456 (depois da queda de Bizâncio em 1453) novamente volta para a supervisão de Orchryd.
Por volta do final do século XV o sultanato otomano abrangia toda a Ásia Menor, Península Balcânica até depois dos rios Sawa e Dunai, assim como estendia sua supervisão sobre a Valáquia (1396), Krymsk (1475) e Moldávia (1501). Durante o domínio turco a Igreja Romena conservou uma relativa independência. A Romênia situava-se no extremo do império otomano. Logo ao lado encontravam-se países europeus independentes que aguardavam o enfraquecimento da Turquia e procuravam pretextos para aumentar, às custas dela, seus territórios. Os mulçumanos não puderam, então, se permitir uma demasiadamente clara perseguição aos cristãos romenos. Entretanto, sufocaram sangrentamente os mais significativos sinais de insurreição. Tentaram islamizar o país, o que, porém, terminou em total fracasso.
No final do século XVII a Turquia cada vez mais intensamente tendia para o declínio. No ano de 1699, depois da guerra austríaco-turca, por força do acordo de paz de Karlowack, a Áustria recebeu uma grande parte do território romeno. A Igreja ortodoxa pode respirar aliviada do jugo mulçumano, mas ao mesmo tempo ficou sujeita a uma forte propaganda uniata. O país reconhecia apenas quatro confissões religiosas, todas ocidentais: católica romana, luterana, calvinista e uniata. Ao longo de todo o século XVIII de diversas maneiras induziram os ortodoxos à subordinação ao bispo de Roma. Esta mesma política, conduziram em Siedmiogrodz. A maior parte daqueles cristãos era formada de cristãos ortodoxos da Romênia. O clero ortodoxo foi rebaixado ao status de servos campônios. Em conseqüência das pressões, significativa parte dos romenos de Siedmiogrodz aceitou em 1701 a união com Roma. Os que permaneceram com a Ortodoxia ficaram privados de seus próprios bispos e entregues à supervisão do clero sérvio. Só em 1810 obtiveram seu próprio bispo, Basílio Moga (1810-1846).
No século XIX entre os romenos aumentava o desejo de independência. Encontraram solidariedade e apoio da Rússia e de países da Europa Ocidental. Sob as pressões destes países a Turquia consentiu, que em 1861 os principados de Moldávia e Valáquia unissem–se em um só país – a Romênia. Em 1864 o país chegou a uma revolução política, em conseqüência da qual todas as autoridades aceitaram a soberania do príncipe Aleksander Jan Kuza. Durante seu governo a Igreja Ortodoxa Romena proclamou sua autocefalia em 1865, que em novembro de 1878 foi confirmada, com decreto, pelo patriarca de Constantinopla Joaquim III. As determinações do decreto e ratificação final da autocefalia ocorreu somente em 25 de abril de 1885. Isto coincidiu com o Congresso de Berlim, que reconheceu a independência da Romênia e ao mesmo tempo aumentou o seu território anexando Dobrudz. Para a Igreja Romena haviam chegado os anos de muito trabalho interno em função da ampliação da estrutura das dioceses e desenvolvimento da atividade educacional e caritativa. Revitalizaram-se, também nesta época, os antigos mosteiros.
Depois da 1a. Guerra Mundial para a Igreja Romena tornaram-se incluidas as dioceses das terras anexadas à Romênia: Moldávia, Siedmiogrod, Transilvânia e Bukowina.
Em 4 de fevereiro de 1925 o Santo Sínodo do Patriarcado Ecumênico tomou a decisão de criação do patriarcado romeno com sede do patriarca em Bucareste. As Igrejas Locais expressaram sua concórdia para esta decisão.
Em 1925 o patriarca da Romênia participou na proclamação da autocefalia da Igreja Ortodoxa da Polônia.
Depois da II guerra mundial com relação à mudança das fronteiras nacionais, o patriarca perdeu a Metropolia de Bukowina e o arcebispado da Moldávia. Em 1948 retornaram para a Igreja Ortodoxa Romena os fiéis e clero uniata da Igreja Greco-Católica da Transilvânia.
No ano de 1946 a Frente Nacional-Democrática de diretriz comunista conquista a maioria dos mandatos na Assembléia Nacional. É proclamada a República Popular Romena. A situação do Patriarcado sob o seu governo foi favorável inicialmente. O país apoiava a reconstrução de tudo que havia sido destruído pela guerra, assegurava total tolerância e a igualdade de direitos. A partir da metade dos anos 60 inicia-se um período de martírio na história da Igreja Romena. No tempo do governo de G. Gheorghiu-Deja (até 1965) e N. Ceausescu (1967-1989) cai sobre o patriarcado as mais terríveis perseguições. Foram destruídas, neste período, igrejas e mosteiros, dioceses liquidadas e dos 10 mil clérigos de então, 5 mil foram presos acusados de inimigos do sistema. Foram proibidas as atividades editoriais e catequéticas. Dificultada a vida litúrgica. O patriarcado começa a revitalizar-se após a queda do regime de N. Ceausescu em 1989.
Atualmente o número de fiéis do patriarcado chega 20 milhões, o que constitui 86% da população do país. O patriarcado divide-se em 22 dioceses e 123 decanatos. A igreja possui 8941 paróquias com 12546 igrejas. A assistência pastoral é exercida por 40 bispos e aproximadamente 9400 padres e diáconos. A Igreja dispõe de 14 departamentos teológicos nas universidades federais, 33 seminários e 12 escolas para salmistas. Atualmente existem na Romênia 400 mosteiros e eremitérios, nos quais oram e trabalham 4100 monges e 4500 monjas.
Na liderança da Igreja Ortodoxa Romena está o patriarca que usa o título: Sua Beatitude Arcebispo de Bucareste, Metropolita da Ungaro-Valáquia e patriarca de toda a Romênia.
Atualmente o chefe da Igreja Romena e sexto patriarca da Romênia é Daniel. Nasceu a 22 de julho de 1951, na localidade de Dobrestia nas proximidades de Lugoj. Eleito em 12 de setembro de 2007, foi entronização em 30 de setembro na catedral patriarcal em Bucareste dedicada a São Constantino e Santa Helena, iguais aos apóstolos.
A Igreja Ortodoxa da Polônia foi representada pelo Arcebispo Jeremias de Wroclaw e Szczecin.
Depois da proclamação do Édito de Milão em 313 pelo imperador Constantino, o Grande, os bispos de Schytia Menor desenvolvem uma intensa atividade, cuja prova são as participações com delegações numerosas nos Concílios Ecumênicos (2o. em 381, 3o. em 431 e 4o. em 451).
Infelizmente, esta precoce organização da Igreja foi destruída no período das migrações das populações nos séculos VI e VII. O renascimento da Igreja inicia-se depois da missão na Moldávia de São Cirilo e Metódio, na segunda metade do século IX por intermédio da Bulgária. Por mais de 200 anos os cristãos locais, em questões administrativas, estavam subordinados à Igreja Búlgara. Emanciparam-se, parcialmente, em 1014 depois da derrota da nação búlgara pelo imperador bizantino Basílio II, o matador de búlgaros (976-1025). A diocese local da Valáquia ficou subordinada ao arcebispo de Orchryd e posteriormente ao arcebispo de Tyrnow, que usava, então, o título de “Arcebispo de Tyrnow, Primaz dos búlgaros e dos valaquianos”. A emancipação da Igreja dava à Igreja Romena a possibilidade de desenvolvimento em diversas direções. Surgiram, então, os mais antigos mosteiros e igrejas locais. Sob a influência de famosos padres, como São Nicodemos, desenvolveu-se o hesicasmo. Floresce a cultura e a arte. Não é de se estranhar que nos anos 1389-1394 o bispado da Ungaro-Valáquia foi elevado ao nível de metropolia. A partir do ano 1396 a metropolia passa para a supervisão de Constantinopla. Em 1456 (depois da queda de Bizâncio em 1453) novamente volta para a supervisão de Orchryd.
Por volta do final do século XV o sultanato otomano abrangia toda a Ásia Menor, Península Balcânica até depois dos rios Sawa e Dunai, assim como estendia sua supervisão sobre a Valáquia (1396), Krymsk (1475) e Moldávia (1501). Durante o domínio turco a Igreja Romena conservou uma relativa independência. A Romênia situava-se no extremo do império otomano. Logo ao lado encontravam-se países europeus independentes que aguardavam o enfraquecimento da Turquia e procuravam pretextos para aumentar, às custas dela, seus territórios. Os mulçumanos não puderam, então, se permitir uma demasiadamente clara perseguição aos cristãos romenos. Entretanto, sufocaram sangrentamente os mais significativos sinais de insurreição. Tentaram islamizar o país, o que, porém, terminou em total fracasso.
No final do século XVII a Turquia cada vez mais intensamente tendia para o declínio. No ano de 1699, depois da guerra austríaco-turca, por força do acordo de paz de Karlowack, a Áustria recebeu uma grande parte do território romeno. A Igreja ortodoxa pode respirar aliviada do jugo mulçumano, mas ao mesmo tempo ficou sujeita a uma forte propaganda uniata. O país reconhecia apenas quatro confissões religiosas, todas ocidentais: católica romana, luterana, calvinista e uniata. Ao longo de todo o século XVIII de diversas maneiras induziram os ortodoxos à subordinação ao bispo de Roma. Esta mesma política, conduziram em Siedmiogrodz. A maior parte daqueles cristãos era formada de cristãos ortodoxos da Romênia. O clero ortodoxo foi rebaixado ao status de servos campônios. Em conseqüência das pressões, significativa parte dos romenos de Siedmiogrodz aceitou em 1701 a união com Roma. Os que permaneceram com a Ortodoxia ficaram privados de seus próprios bispos e entregues à supervisão do clero sérvio. Só em 1810 obtiveram seu próprio bispo, Basílio Moga (1810-1846).
No século XIX entre os romenos aumentava o desejo de independência. Encontraram solidariedade e apoio da Rússia e de países da Europa Ocidental. Sob as pressões destes países a Turquia consentiu, que em 1861 os principados de Moldávia e Valáquia unissem–se em um só país – a Romênia. Em 1864 o país chegou a uma revolução política, em conseqüência da qual todas as autoridades aceitaram a soberania do príncipe Aleksander Jan Kuza. Durante seu governo a Igreja Ortodoxa Romena proclamou sua autocefalia em 1865, que em novembro de 1878 foi confirmada, com decreto, pelo patriarca de Constantinopla Joaquim III. As determinações do decreto e ratificação final da autocefalia ocorreu somente em 25 de abril de 1885. Isto coincidiu com o Congresso de Berlim, que reconheceu a independência da Romênia e ao mesmo tempo aumentou o seu território anexando Dobrudz. Para a Igreja Romena haviam chegado os anos de muito trabalho interno em função da ampliação da estrutura das dioceses e desenvolvimento da atividade educacional e caritativa. Revitalizaram-se, também nesta época, os antigos mosteiros.
Depois da 1a. Guerra Mundial para a Igreja Romena tornaram-se incluidas as dioceses das terras anexadas à Romênia: Moldávia, Siedmiogrod, Transilvânia e Bukowina.
Em 4 de fevereiro de 1925 o Santo Sínodo do Patriarcado Ecumênico tomou a decisão de criação do patriarcado romeno com sede do patriarca em Bucareste. As Igrejas Locais expressaram sua concórdia para esta decisão.
Em 1925 o patriarca da Romênia participou na proclamação da autocefalia da Igreja Ortodoxa da Polônia.
Depois da II guerra mundial com relação à mudança das fronteiras nacionais, o patriarca perdeu a Metropolia de Bukowina e o arcebispado da Moldávia. Em 1948 retornaram para a Igreja Ortodoxa Romena os fiéis e clero uniata da Igreja Greco-Católica da Transilvânia.
No ano de 1946 a Frente Nacional-Democrática de diretriz comunista conquista a maioria dos mandatos na Assembléia Nacional. É proclamada a República Popular Romena. A situação do Patriarcado sob o seu governo foi favorável inicialmente. O país apoiava a reconstrução de tudo que havia sido destruído pela guerra, assegurava total tolerância e a igualdade de direitos. A partir da metade dos anos 60 inicia-se um período de martírio na história da Igreja Romena. No tempo do governo de G. Gheorghiu-Deja (até 1965) e N. Ceausescu (1967-1989) cai sobre o patriarcado as mais terríveis perseguições. Foram destruídas, neste período, igrejas e mosteiros, dioceses liquidadas e dos 10 mil clérigos de então, 5 mil foram presos acusados de inimigos do sistema. Foram proibidas as atividades editoriais e catequéticas. Dificultada a vida litúrgica. O patriarcado começa a revitalizar-se após a queda do regime de N. Ceausescu em 1989.
Atualmente o número de fiéis do patriarcado chega 20 milhões, o que constitui 86% da população do país. O patriarcado divide-se em 22 dioceses e 123 decanatos. A igreja possui 8941 paróquias com 12546 igrejas. A assistência pastoral é exercida por 40 bispos e aproximadamente 9400 padres e diáconos. A Igreja dispõe de 14 departamentos teológicos nas universidades federais, 33 seminários e 12 escolas para salmistas. Atualmente existem na Romênia 400 mosteiros e eremitérios, nos quais oram e trabalham 4100 monges e 4500 monjas.
Na liderança da Igreja Ortodoxa Romena está o patriarca que usa o título: Sua Beatitude Arcebispo de Bucareste, Metropolita da Ungaro-Valáquia e patriarca de toda a Romênia.
Atualmente o chefe da Igreja Romena e sexto patriarca da Romênia é Daniel. Nasceu a 22 de julho de 1951, na localidade de Dobrestia nas proximidades de Lugoj. Eleito em 12 de setembro de 2007, foi entronização em 30 de setembro na catedral patriarcal em Bucareste dedicada a São Constantino e Santa Helena, iguais aos apóstolos.
A Igreja Ortodoxa da Polônia foi representada pelo Arcebispo Jeremias de Wroclaw e Szczecin.