“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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domingo, 27 de janeiro de 2008

Irmos

Irmos (do grego είρμός, “cadeia”, “ligação”, “continuação”, “elo”; plural είρμόςι). Um título aplicado à estância de abertura de cada ode do cânon. Nos livros litúrgicos, o Irmos designa o primeiro tropário de cada uma das odes de um cânon. O Irmos possui uma função musical: é o modelo de ritmo e de canto para a execução dos tropários que o seguem. O papel do Irmos é também textual: por seu conteúdo, ele une o tema da ode bíblica com o da festa celebrada nos tropários. Mas, às vezes também, o Irmos constitui uma simples paráfrase de um ou vários versos da ode bíblica, ou, ao contrário, que seja unicamente consagrado à festa celebrada. Por exemplo, no cânon das Matinas de Páscoa, o Irmos cumprem bem seu papel ao celebrar a Ressurreição do Salvador graças a uma série de alusões aos temas das odes bíblicas, mostrando a realização das profecias na obra salvífica de Cristo. No texto original grego, todos os tropários restantes na ode seguem o mesmo ritmo do irmos. Em termos de conteúdo ele funciona como um “elo”, unindo:


  • O tema do cântico bíblico primordial, que a ode do cânon deve seguir.

  • O tema da festa ou comemoração do dia, que é desenvolvido nos tropários que se seguem.

O irmos é cantado, enquanto os outros tropários que se seguem em uma ode são lidos. Quando mais de um cânon é usado, como é sempre o caso em Matinas, exceto em uma ou duas das Grandes Festas, apenas o irmos do primeiro cânon é cantado. Um conjunto particular de irmos pode ser cantado com katavásia, quando um cânon é lido. Os irmos do Octoecos, especialmente, assim como muitos outros, são baseados nas odes (cânticos) bíblicas.