“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

"Sobre a convocação a todos os cristãos para que se tornem santos"

Aos santos que estão em Éfeso (Ef 1:1)


O Apóstolo chama os cristãos em Éfeso de santos. Ele não chama apenas um ou dois deles de santos, nem um grupo deles, mas todos. Não é esse um milagre maravihoso de Deus, que as pessoas, não no deserto, mas numa cidade – e uma cidade idólatra e corrupta – se tornem santas? Que homens casados, que geram filhos, que negociam e trabalham, tornem-se santos! Em verdade, assim eram os primeiros cristãos. Sua dedicação, fidelidade e zelo na fé, assim como sua santidade e pureza de vida, justificavam completamente o serem chamados santos. Se mais tarde os santos se tornaram a exceção, nesses dias antigos os não-santos eram a exceção. Santos eram a regra. Desse modo, não devemos nos impressionar que o Apóstolo chamou todas as almas batizadas em Éfeso de "santos" e que ele tinha um nome ainda mais nobre para todos os cristãos, a saber, o de "filhos", os filhos de Deus (Gal 4:6). O Cristo, o próprio Senhor, deu-nos o direito de chamarmos a nós próprios assim quando nos ensinou a dirigirmo-nos a Deus como Pai nosso (Mt 6:9).


Ó meus irmãos, nós não dizemos a Deus todos os dias: "Santo Deus"? Não chamamos os anjos de santos? Não chamamos a Mãe de Deus de santa? E os profetas, apóstolos, mártires e justos? Não chamamos o céu de santo, e o Reino dos Céus de santo? Quem então pode entrar no Reino santo senão os santos? Assim, se temos esperança da salvação, também temos esperança da santidade.


Ó Santo Deus, que habitas no lugar santo, repousas entre os santos, chamas os santos para Ti e mostras misericórdia para com eles, ajuda-nos também a nós, para que nos tornemos santos – em palavras, em pensamentos e em atos – para a Tua glória e nossa salvação.


A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.