“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Santo Protomártir e Arcediago Estevão (+34) - 27 dez/09 jan

Santo Estevão descendia dos judeus que viviam no estrangeiro, ou seja, fora da Terra Santa. Tais judeus eram chamados de helenistas, pois havia neles a influência da cultura grega que dominava no império romano. Após a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos a Igreja começou a crescer rapidamente e surgiu a necessidade de se cuidar dos órfãos, viúvas e pobres em geral, que foram batizados. Os apóstolos sugeriram que os cristãos escolhessem sete homens justos para cuidarem dos necessitados. Esses sete homens foram ordenados diáconos (o que significa ajudantes, servidores) e então foram considerados pelos apóstolos como seus auxiliares mais próximos. Dentre os diáconos um se destacou por sua fé inabalável e dom da palavra: o jovem Estevão, chamado de arcediago, ou seja, primeiro diácono. Em pouco tempo os diáconos, além do auxílio aos pobres, passaram a participar assiduamente das orações e ofícios. Estevão pregava a palavra de Deus em Jerusalém, reforçando a verdade de suas palavras com presságios e milagres. Seu sucesso era enorme, e isso despertou contra ele ódio dos seguidores da lei de Moisés — os fariseus. Eles o capturaram e levaram à corte suprema dos judeus. Ali os fariseus apresentaram falsas testemunhas, as quais afirmavam que ele, em suas pregações blasfemava contra Deus e o profeta Moisés. Justificando-se Santo Estevão expôs diante dos cirenenses a história do povo hebreu, demonstrando com claros exemplos, como eles sempre repudiaram a Deus e matavam os profetas enviados por Ele. Ao ouvirem essas palavras, os membros cirenenses esbravejaram de raiva. Nesse momento Santo Estevão fitou o Céu o qual se abriu sobre ele, e ele exclamou: "Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem de pé à direita de Deus” (atos 7:56). Ouvindo-o falar, novamente os cirenenses foram tomados por uma fúria imensa. Tampando os ouvidos, eles se atiraram contra ele, lançaram-no fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. Havia um rapaz de nome Saulo, o qual foi incumbido de vigiar as vestes do apedrejado; ele aprovava o assassinato de Estevão. Ao cair sob a saraivada de pedras, Estevão exclamou: "Senhor Jesus, não lhes leves em conta este pecado e recebe meu espírito." Esse acontecimento e a palavra de Estevão estão descritos pelo Evangelista Lucas no livro dos At. 6,8.


Assim o arcediago foi o primeiro mártir por Cristo no ano 34 d.C.. Depois disso em Jerusalém começou a perseguição aos cristãos, da qual eles foram obrigados a fugir para várias partes da Terra Santa e vizinhança do país. Assim a fé cristã foi se propagando por várias partes do império romano. O sangue do primeiro mártir Estevão não foi derramado em vão. Pouco tempo depois Saulo, aquele que aprovou a sentença de morte de Estevão, passou a crer, foi batizado com o nome de Paulo. Tornou-se um famoso pregador do Evangelho e um dos mais prósperos evangelistas e missionários. Muitos anos depois, tendo ido a Jerusalém, também foi agarrado por uma multidão enfurecida de judeus que queriam apedrejá-lo. Em sua conversação com eles, Paulo lembrou-se sobre a morte inocente de Estevão e de sua própria participação nela (Atos 22).


Tropário, t.4
Na fronte, recebeste o diadema real por causa dos teus sofrimentos suportados por Cristo nosso Deus, o primeiro nos combates e entre os mártires, confundiste a assembléia dos ímpios, à direita de Deus Pai tu viste o Senhor. Sem cessar, roga a Ele para que as nossas almas sejam salvas.