Muitos se cansam e atormentam por adquirir a ciência. “Eu vi, diz o sábio, que isto também era vaidade e aflição de ânimo” (Ecl. 1,17)
De que servirá conhecer as coisas deste mundo, quando este mundo tiver passado? No último dia não te perguntarão o que aprendeste e soubeste, senão o que fizeste; “e no inferno, para onde caminhas, não há ciência” (Ecl. 9,10)
Cessa um vão trabalho. Quem quer que sejas, demais tens cultivado a árvore cujos os frutos dão a morte. Deixa a ciência que alimenta a soberba, “a ciência que incha”, para te ocupares unicamente em adquirir a que faz os humildes e os santos, “a caridade que edifica” (1 Co. 8,1).
Aprende a humilhar-te, a conhecer teu nada e tua corrupção. Então virá Deus a ti. Iluminar-te-á no segredo do coração essa maravilhosa ciência de que fala Cristo: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos” (Lc. 10,21).
Salvador divino, contigo se desfazem nossas trevas e se descobrem nossos erros. Com Teu próprio resplendor Tua revelas a nossos espíritos e com Tua formosura nos cativas. Todas as almas a quem resplandece Tua divina luz, estão instruídas e ricas, e cheias de Ti e de Teus bens. Iluminai-me, minha luz; sarai-me, minha saúde; levantai-me, minha glória; satisfazei-me, minha bem-aventurança; veja sempre, minha fé, abrace meu amor, deseje minha esperança, possua como pode minha alma, até que Te vá ver claramente naquela vida sem morte, união sem afastamento e descanso perpétuo do Céu.
“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”
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