“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

"Da imitação de Cristo e do desapego das vaidades do mundo"

“Quem me segue não anda em trevas”, diz o Senhor. São estas as palavras de Cristo pelas quais somos exortados a imitar Sua vida e Seus costumes, se verdadeiramente desejamos ser esclarecidos e livres de toda a cegueira de coração.
Seja, pois, nosso principal empenho meditar a vida de Jesus Cristo.
A Sua doutrina sobreleva a de todos os santos e quem possuir o seu espírito encontrará um maná escondido.
Acontece, porém, que muitos da freqüente audição do Evangelho tiram pouco proveito, por não terem o espírito de Cristo.
Quem quiser, pois, entender plenamente e com proveito as palavras de Cristo, deve conformar sua vida com a Dele.
Que te aproveita discorrer sabiamente sobre Trindade se, por falta de humildade, lhe desagradas?
De certo não são as palavras sublimes que tornam o homem santo e justo; mas uma vida virtuosa o faz agradável a Deus.
É preferível, experimentar a compunção a saber defini-la.
Ainda que soubesse de cor toda a Bíblia e as máximas de todos os filósofos, de que serviria tudo isso sem caridade e a graça de Deus?
Vaidade das vaidades é tudo vaidade; exceto amar a Deus e só a Ele servir.
A suprema sabedoria consiste em procurar o Reino dos céus pelo desprezo do mundo.
Vaidade, pois, buscar riquezas perecedouras e nelas pôr sua confiança.
Vaidade também desejar honras e comprazer-se na elevação.
Vaidade seguir os apetites da carne e ambicionar o que mais tarde deve ser severamente punido.
Vaidade aspirar à longa vida, sem cuidar de que seja boa.
Vaidade atender somente à vida presente, sem prever as coisas futuras.
Vaidade amar o que tão depressa passa e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura.
Lembra-te amiúde, do provérbio: “Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir”.
Aplica-te, pois, em desviar de teu coração o amor das coisas visíveis e volta-te para as invisíveis; pois, os que seguem os atrativos da carne, mancham a consciência e perdem a graça de Deus.