“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Santo Eremita e Mártir, Estêvão o Novo, de Constantinopla, (+767) - 28 nov/11 dez

Tal como em certa ocasião Ana, a mãe de Samuel, orou a Deus para que lhe desse um filho, assim também fez Ana, a mãe de Estêvão. Orando dessa forma na Igreja de Blaquernas perante o ícone da Santíssima Deípara, um leve sono lhe sobreveio e ela viu a Santíssima Virgem radiante como o sol, e ouviu uma voz vindo do ícone: "Mulher, vai em paz. Conforme a tua oração, tens um filho em teu ventre." Ana de fato concebeu e deu à luz um filho, o santo Estêvão. Aos dezesseis anos, Estêvão recebeu a tonsura monástica no Monte Auxêncio, perto de Constantinopla, das mãos do ancião João, que também lhe ensinou a sabedoria divina e o ascetismo. Quando João repousou no Senhor, Estêvão permaneceu na montanha, numa vida de rigoroso ascetismo, tomando sobre si trabalho após trabalho. Sua santidade atraiu para ele muitos discípulos. Enquanto o Imperador Constantino Coprônimo perseguia ícones com maior ferocidade do que o seu tolo pai Leão, o Isauriano, Estêvão mostrou-se um zeloso defensor da veneração dos santos ícones. O imperador demente aceitou várias calúnias obscenas contra Estêvão e pessoalmente tramou intrigas para quebrantar Estêvão e tirá-lo do seu caminho. Estêvão foi banido para a ilha de Proconeso e depois levado a Constantinopla, acorrentado e lançado à prisão, onde veio a encontrar 342 monges, trazidos de toda parte e aprisionados por venerarem os ícones. Ali, na prisão, eles cumpriam o Típico inteiro da Igreja, como num mosteiro. Então o pérfido imperador condenou Estêvão à morte. O santo previu sua morte com quarenta dias de antecedência e pediu perdão aos irmãos. Os serviçais do imperador arrastaram-no da prisão e, aos murros e empurrões, arrastaram-no pelas ruas de Constantinopla, convocando todos os que fossem leais ao imperador para apedrejarem esse "inimigo do imperador". Um dos hereges acertou o santo na cabeça com um pedaço de madeira e o santo rendeu a sua alma. Assim como Santo Estêvão Protomártir sofreu nas mãos dos judeus, também este Estêvão sofreu nas mãos dos hereges iconoclastas. Esse glorioso soldado do Cristo sofreu no ano de 767, aos cinqüenta e três anos de idade, e foi coroado com a glória imperecível.

Hino de Louvor
Do mesmo nome que o primeiro Estêvão,
Estêvão, o Novo, também deu sua vida em batalha.
O orgulhoso imperador herege, o poder maligno encarnado,
Estava armado até os dentes com armas terrenas.
A arma de Estêvão era um poder que não tinha origem física,
Uma arma espiritual: a verdade celeste.
O imperador tinha soldados, defensores da falsidade,
Enquanto Estêvão era posto à vontade pelo Deus invisível.
Sereno como o céu, Estêvão aguardou a tortura,
A morte e a vida eterna depois deste século.
Enquanto, em seu ódio, o imperador rugia
E assinava a sentença de morte e suplícios para o homem justo.
Estêvão não desanimou, mesmo espancado e pressionado,
Unido que estava aos céus em espírito e em oração.
O imperador, mais forte que o corpo do santo, esmagou seu corpo;
Porém o santo era mais forte em espírito e acabou vitorioso.
Ó Santo Estêvão, cavaleiro espiritual,
Ajuda-nos a evitar as redes do demônio,
E a venerar com honra os santos ícones,
Para que sempre possamos seguir seu exemplo admirável