“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

ok

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

"Sobre os dois mundos"

No princípio Deus criou o céu e a terra (Gn. 1:1).

Irmãos, tudo o que Deus deseja revelar aos homens é revelado e tudo o que Ele não deseja revelar permanece oculto. Moisés, o único a ver Deus, não pôde dizer mais nada acerca o céu além de que, no princípio, Deus o criou. Tendo dito isto, continuou a descrever em detalhes a criação da terra. Porque Moisés não fala detalhadamente sobre a criação do céu? Porque Deus não quis revelar-lhe mais nada, uma vez que os homens de seu tempo não eram nem maduros o suficiente e nem capazes de compreender assuntos celestiais além de seus sentidos. Apenas depois que muitos séculos se passaram e o Novo Testamento de Deus veio aos homens é que Deus revelou muito mais acerca do mundo celestial aos Seus fiéis e eleitos. Apenas os cristãos começaram a ver os céus abertos. São João, o Teólogo, dá testemunho disso: depois disso olhei, e eis que uma porta estava aberta no céu (Ap 4:1). Santo Estevão, o Protomártir, testemunha: eis que vejo os céus abertos (At 7:56). O Apóstolo Paulo, que foi arrebatado ao terceiro céu (...) e ouviu palavras inefáveis (II Cor 12:2,4) fala dos coros angélicos, dos Tronos, Dominações, Principados e Potestades, e diz: tudo foi criado por Ele e para Ele (Col 1:16). Seu discípulo, São Dionísio, descreve a hierarquia celeste com tão grande detalhes quanto Moisés descreve o mundo terreno em sua criação. Assim quis a insondável sabedoria de Deus: aquilo que Deus não quis revelar a Moisés, Ele revelou aos Apóstolos e seus seguidores. O que não podia ser dito a crianças é dito a homens maduros. A revelação dos mistérios veio através da maturidade espiritual.

Aqui está uma bela lição para todos nós. Sejamos diligentes na busca da Verdade, e ainda mais diligentes na purificação de nossos corações, pacientes na espera, e inabaláveis na Fé; e Deus nos dará tudo no tempo oportuno, da maneira e na medida necessária à nossa salvação.

Ó Senhor Sapientíssimo e Filantropo, que nos ensinas e nos conduz à salvação, sem pressa e sem atraso; a Ti, ó Gracioso, seja a glória e o louvor.

A Ti seja a glória e o louvor para sempre. Amém.