“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

"Sobre as jubilosas revelações da primeira frase da Bíblia"

No princípio Deus criou o céu e a terra (Gn. 1:1).

Como é compacta e plena cada palavra de Deus! É como uma peça de tecido dobrada, que pode ser levada debaixo do braço e estendida sobre a grama por uma vasta área. Quantas, quantas coisas boas e inestimáveis nos revela esta palavra de Deus: No princípio, Deus criou o céu e a terra. Antes de tudo, isso nos mostra que Deus é o único Ser eterno e incriado. E essa primeira revelação suscita em nós a primeira inexprimível alegria. Neste redemoinho de mudanças e transitoriedade, somos inexprimivelmente felizes de que o nosso Criador esteja acima da mudança e da transitoriedade. Além disso, ela nos diz que o Deus uno, o único bom, é o Criador do mundo, e uma vez que Ele é o Criador, Ele também é o Todo-Poderoso e o Provedor. E essa segunda revelação suscita em nós uma segunda alegria inexprimível. O mundo não proveio do caos ou do acaso, sem pensamento ou propósito, mas proveio antes do Deus Onissapiente, Onisciente e Misericordiosíssimo, que está no controle dele e o está conduzindo ao seu objetivo desejado. Revela também a nós que este mundo teve um princípio, e conseqüentemente terá um fim. E essa terceira revelação suscita em nós uma alegria inexprimível. Seria triste se este mundo fosse eterno e se todos os seus objetivos, os imediatos e os distantes, houvessem de se encontrar apenas dentre dele próprio. Isto em verdade causaria uma confusão na mente do inteligente e tristeza no coração do justo. Por fim, ela nos assinala que Deus criou dois mundos, o celeste e o terrestre, ou o incorpóreo e o corpóreo. E essa quarta revelação suscita em nós uma quarta alegria inexprimível. Tal como nós agora erguemos o nosso olhar para as alturas e nos alegramos com o sol, a lua e as estrelas acima de nossas cabeças, assim também podemos erguer nosso espírito ao mundo espiritual, ao mundo angélico, o qual é semelhante a nós, mas mais puro e mais luminoso do que nós. Rejubilamo-nos, pois sabemos que há um mundo melhor do que o nosso, no qual também adentraremos e, como viajantes exaustos, voltaremos para casa e encontraremos repouso. Ó, quão triste perambularia o olhar do homem pelo mundo se este fosse o único mundo e não houvesses céus estrelados! E com quanto pesar perambularia o espírito do homem pelo mundo material, se não houvesse um mundo espiritual - o celeste!

Ó Senhor Graciosíssimo, a Ti a glória e o louvor.

A Ti somente sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.