“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Santo Pontífice e Confessor, João, o Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (+407) - 13/26 nov

João nasceu em Antioquia no ano de 354 A.D., de seu pai, o Comendador Segundo e sua mãe Antusa. Estudando a filosofia grega, João ficou enojado com o paganismo helênico e adotou a Fé Cristã como a verdade que tudo abrange. Melécio, Patriarca de Antioquia, batizou João e, depois disso, seus pais também receberam o batismo. Após a morte de seus pais, João foi tonsurado monge e começou a viver uma vida de ascetismo intenso. Ele então escreveu um livro "Sobre o Sacerdócio" após o que os santos Apóstolos João e Pedro apareceram para ele, profetizando para ele um grande serviço, grande graça, mas também um grande sofrimento. Na altura em que ele seria ordenado padre, um anjo de Deus apareceu ao mesmo tempo para o Patriarca Flaviano (sucessor de Melécio) e para o próprio João. Enquanto o Patriarca deitava suas mãos sobre João (ordenando-o), todos viram uma brilhante pomba branca sobre a cabeça de João. Glorificado pela sua sabedoria, ascetismo e poder com as palavras, João foi escolhido, segundo desejo do Imperador Arcádio, como Patriarca de Constantinopla. Como patriarca, ele governou a Igreja por seis anos com zelo e sabedoria inigualáveis. Ele enviou missionários aos pagãos celtas e citas; erradicou a simonia na Igreja, depondo muitos bispos – os simonistas; ele ampliou as obras de caridade da Igreja; escreveu uma ordem especial da Divina Liturgia; envergonhou os heréticos; denunciou a Imperatriz Eudóxia; interpretou as Santas Escritura com sua mente e língua douradas e legou à Igreja muitos livros preciosos com suas homilias. O povo o glorificava, os invejosos o abominavam e a Imperatriz, em duas ocasiões, o mandou para o exílio. João passou três anos no exílio e morreu na Festa da Elevação da Venerável e Santa Cruz, 14 de setembro de 407, na cidade de Comana na Armênia. Antes da sua morte, os Santos Apóstolos João e Pedro lhe apareceram novamente, assim como o Santo Mártir Basilisco (22 de maio) na igreja de quem ele recebeu Comunhão pela última vez. Suas últimas palavras foram: "Glória a Deus por todas as coisas!" E com essas palavras a alma do patriarca de boca de ouro foi levada ao Paraíso. Quanto às relíquias de Crisóstomo, sua cabeça repousa na igreja da Dormição em Moscou e seu corpo no Vaticano, em Roma.
Hino de Louvor
A Igreja glorifica São João,
"A Boca de Ouro", abençoada por Deus,
Grande soldado de Cristo,
Que é o adorno e o orgulho da Igreja:
Profundo de coração e de mente,
E, com palavras, uma harpa de cordas de ouro.
Sondou as profundezas dos mistérios
E encontrou a pérola que brilha como as estrelas.
Exaltado em espírito até as alturas dos céus,
Expôs a verdade divina,
E sua visão é verdadeira por toda a história.
Ele deu tudo ao Filho de Deus.
Revelou-nos os horrores do pecado
E as virtudes que adornam o homem;
Mostrou-nos os mistérios mais preciosos
E toda a doce riqueza do Paraíso.
Evangelista, intérprete do Evangelho,
E portador da alegria espiritual,
Zeloso por Cristo como um apóstolo,
Não aceitava nenhuma injustiça.
Foi supliciado como qualquer mártir,
E recebeu seu suplício como um penhor de salvação.
Esse Servo de Cristo mostrou-se verdadeiro;
Portanto, a Igreja glorifica Crisóstomo.
Reflexão
Punição e recompensa! Ambos estão nas mãos de Deus. Mas, como essa vida terrena é apenas uma sombra da verdadeira vida no céu, então punição e recompensa aqui são apenas uma sombra da verdadeira punição e recompensa da eternidade. Os principais perseguidores de Crisóstomo, o santo de Deus, foram Teófilo, Patriarca de Alexandria e a Imperatriz Eudóxia. Após a morte por martírio de Crisóstomo, uma grande punição recaiu sobre eles, a saber, Teófilio ficou maluco e a Imperatriz Eudóxia foi banida da corte imperial pelo Imperador Arcádio. Eudóxia rapidamente ficou doente de uma enfermidade incurável e feridas se abriram por todo o seu corpo e vermes saltavam de suas feridas. Tal era o fedor que emanava dela que não era fácil sequer para uma pessoa na rua passar pela sua casa. Os médicos usaram todas as melhores fragrâncias e aromas, mesmo incenso, tanto quanto era possível, para eliminar o odor da perversa imperatriz, mas não tiveram grande êxito e a imperatriz acabou morrendo no fedor e em agonia. Mesmo após a morte a mão de Deus caiu com peso sobre ela. O caixão com seu corpo sacudia noite e dia durante trinta e quatro dias até que o Imperador Teodósio trasladou as relíquias de São Crisóstomo para Constantinopla. E o que aconteceu a Crisóstomo após a morte? Recompensa – recompensa como somente Deus pode conceder. Adelfo, o bispo árabe, que recebeu o exilado Crisóstomo na sua casa em Cucuso, orou a Deus após a morte do santo para que Ele lhe revelasse onde a alma de João poderia ser encontrada. Certa vez, enquanto orava, Adelfo, como se estivesse fora de si, viu um jovem radiante que o conduziu pelos céus e o mostrou, em ordem, todos os hierarcas, pastores e mestres da Igreja, chamando cada um pelo nome, só que ele não viu João. Então, o anjo de Deus o levou para a saída do Paraíso e Adelfo se entristeceu. Quando o anjo lhe perguntou a razão de sua tristeza, Adelfo respondeu que sentia muito não ter visto seu amado mestre, João Crisóstomo. O anjo respondeu: "Nenhum homem que ainda esteja na carne pode vê-lo, pois ele está no trono de Deus com os Querubins e Serafins".
Tropário, t.8
Como uma lâmpada resplandecente, assim brilhou a graça da tua boca, iluminando o Universo, conservando para o mundo o precioso tesouro do desprendimento do dinheiro e fazendo-nos ver claramente a excelência da humildade. Por isso, ó Santo Padre João Crisóstomo, cujas palavras edificam os homens, roga a Cristo, Verbo de Deus, que salve as nossas almas.
Kondakion, t.4
Dos Céus recebeste a Graça divina, ó justo e Bem-Aventurado João Crisóstomo. E por aquilo que os teus lábios proferiram, ensinaste a todos a prostrarem-se diante de Deus, Uno na Trindade. Nós te cantamos, pois, os divinos louvores, pois não deixarás de ser o mestre que ilumina os insondáveis Mistérios Divinos.