“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

ok

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

“Sobre o duplo testemunho do Filho de Deus”

Eu sou o que testifico de mim mesmo,
e de mim testifica também o Pai,
que me enviou. (Jo. 8, 18)

Está escrito na Lei que duas testemunhas são necessárias para se provar alguma coisa. Antes de tudo, o Senhor ofereceu aos incrédulos judeus três grandes testemunhas de Si mesmo: o Pai, Suas próprias obras e a Sagrada Escritura (Jo5, 36- 39). E contudo, mesmo depois de Seus inúmeros milagres e depois de ter exposto amplamente os Seus ensinamentos, Ele lhes disse que o Seu próprio testemunho de Si mesmo era verdadeiro e suficiente (João 8:14). Finalmente, Ele de novo enfatizou dois testemunhos – o Dele e o de Seu Pai –, de acordo com a letra da Lei, que exigia duas testemunhas. Assim o Senhor sela os lábios dos incrédulos de todas as maneiras e não lhes deixa escapatória alguma a não ser o crime de homicídio, que é o último recurso daqueles que se recusam a se deixar convencer pela verdade, a despeito da razão ou das provas. Neste último caso em particular, com a apresentação, pelo Senhor, dos testemunhos Seu e de Seu Pai, Ele também quis mostrar que era uma Pessoa [Hipóstase] separada do Pai e, mesmo assim, uno em Essência com o Pai. Portanto, Ele apresenta dois testemunhos: o Seu próprio testemunho em separado e o testemunho de Deus Pai. Confirmam isso as seguintes palavras: Se vós Me conhecêsseis a Mim, também conheceríeis a Meu Pai (Jo.8, 19). Aqui, está expressa a completa unidade essencial do Pai e do Filho, e não resta a menor dúvida sequer de que o Senhor estava pensando em Sua igualdade essencial com Seu Pai. As palavras aqui se referem à Natureza Divina e não a natureza humana. Quem quer que conceba a Santa Trindade como três seres corpóreos engana a si mesmo. Apenas o Filho de Deus apareceu na carne, em prol da salvação do mundo. O Pai e o Espírito Santo não tomaram a carne. De acordo com Sua Natureza Divina, o Filho, mesmo na carne, permaneceu igual ao Pai e ao Espírito Santo. Ele Se revestiu da natureza humana e acrescentou-lhe Sua Natureza Divina por amor à humanidade, para que assim Ele Se revelasse aos homens e os salvasse.

Ó Santa Trindade, una em Essência e indivisa, que nos iluminou e esclareceu pelo Verbo Encarnado de Deus, sustenta-nos até o fim pela Tua santidade, Tua força e Tua imortalidade, e salva-nos.
A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.