“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Comunicado do Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Sérvia a respeito dos recentes eventos em Kosovo e Metohija

O Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Sérvia, no seu encontro especial no Patriarcado em 17 de fevereiro de 2008, traz o seguinte a público endereçado à mídia local e internacional a respeito dos últimos acontecimentos em Kosovo e Metohija:

Como a Igreja declarou inúmeras vezes no passado, também declara agora, que Kosovo e Matohija era e deve permanecer parte integral da Sérvia, de acordo com a Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas nº 1244, bem como em todas as outras convenções internacionais similares em direitos humanos, direitos dos povos e proteção de fronteiras internacionalmente reconhecidas. Qualquer outra decisão representa uma violação das leis Divina e humana, bem como uma agressão com tão grandes conseqüências, para ambos os Bálcãs e toda a Europa. Todas as convenções internacionalmente reconhecidas e ratificadas, não anuladas até agora por nenhum ato internacional, começando pelo Acordo concluído em 19l3, as resoluções internacionais datadas de 19l8 e 1945, até a Resolução 1244 do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 1999, junto com a recente aceitação como membro das Nações Unidas da Sérvia integral, tudo confirma que excluindo Kosovo e Metohija da Sérvia representa uma forma de violência igual somente aos períodos de ocupações e tirania, os quais nós esperamos definitivamente pertencentes ao passado da Europa e do mundo. Neste caso particular ela representa a nova legalização da centenária tirania Otomana e seu impacto em toda a região, bem como uma repetição da aplicação da solução Fascista (aquela de Mussolini e Hitler) à questão de Kosovo no período da II Guerra Mundial, quando Kosovo e Metohija foram anexados à tão-falada Grande Albania, quando centenas de milhares de Ortodoxos Sérvios foram expulsos de suas casa, exatamente como em 1999, com o objetivo de jamais haver retorno para eles.

Tendo dito isto, o que nos deixa profundamente atônitos é o fato que, de acordo com as palavras de um embaixador Americano, com o recente anúncio do ilegítimo e ilegal reconhecimento pelos governos dos Estados Unidos da América, Inglaterra, Alemanha, França, Itália, e outros, da auto-declarada independência de Kosovo – Sérvia e Montenegro foram bombardeadas em primeiro lugar. Conseqüentemente, a presumida proteção dos direitos humanos e das minorias das bombas, usando bombardeios com o pseudônimo de “Anjo Misericordioso” representou somente a preparação para esta violação final da justiça e para arrancar o coração da Sérvia do seu peito.

Então, considerando esta proclamação da independência de Kosovo como ilegítima, um ato violento contra a justiça, o Santo Sínodo dos Hierarcas e nossa Igreja inteira, na esperança da mais breve vitória da justiça de Deus e dos verdadeiros direitos humanos, rogamos a Sua Graça Bispo Artemije de Ras e Prizren, seu clero, monges e todo o povo Sérvio Ortodoxo de Kosovo-Metohija, bem como a todos aqueles colocados em perigo em Kosovo por este ato injusto, a permanecerem em seus lares e com seus lugares santos, preservando a paz e a confiança na vitória final da justiça de Deus, tendo amor para com todos como a si mesmos. Possais vós, nas palavras do apóstolo Paulo, nestes tempos de dificuldade, como tem sido até agora, especialmente nesta contínua sofrida história de Kosovo, “Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias,...na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, por honra e por desonra...” (2 Co 6: 4-8). Vamos sempre ter diante dos nossos olhos e em nossos corações a palavra vitoriosa do Deus verdadeiro: “Aquele que perseverar até o fim será salvo”.

Nós esperamos das Nações Unidas e do Conselho de Segurança que, no espírito de sua Carta 1244, bem como de suas obrigações internacionais, que eles defendam e protejam esta violação dos direitos humanos, religiosos e estatais da República Sérvia.

Tradução: Bispo Ambrósio do Recife