“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A Arquitetura dos mosteiros no Monte Atos

Os mosteiros no Monte Atos foram construídos no estilo arquitetônico bizantino, fortificados por quatro paredes elevadas e torres no estilo das pequenas cidades. Alguns mosteiros foram construídos sobre enormes rochas, posições naturalmente defensivas, como por exemplo, os mosteiros Simon Petras e Dionísio. Os principais prédios de interesse arquitetônico são:
  • as torres
  • as celas
  • o Katholikon
  • a phiala
  • o refeitórios
  • os campanários
  • e as arsanas
As torres
As torres serviam para defesa contra ataques e também usadas com ponto de observação. As mais altas encontram-se nos mosteiros de São Dionísio (23,9 m), Grande Lavra (21 m), Karakalos (25,8 m) e Dokheiariou (22 m). As torres eram construções de tijolo ou pedra bruta, com um grande piso que servia como área de estocagem. Os monges protegiam-se na capela no alto da torre e mantinham-se em oração em momentos de perigo: ataques de piratas e saqueadores.

As celas
Situam-se no interior dos mosteiros, são pequenos quartos retangulares para uso individual dos monges. Na maioria dos mosteiros, chega-se a ter vários andares destinados às celas.

O Katholikon
O Katholikon é a igreja principal de um mosteiro e como tal o prédio mais importante deste. O tipo de Katholikon dos mosteiros do Monte Atos tem a forma de cruz com a cúpula central apoiada por quatro colunas. As duas cúpulas menores cobrem o santuário e o nártex. No nártex são realizadas as orações da Lítia, nas Vigílias das Grandes Festas, para que os catecúmenos e penitentes possam participar.

A phiala
A phiala é uma cúpula sustentada por um anel e pilastras, normalmente encontrada entre o Katholikon e o refeitório. A phiala é utilizada para a benção da água na festa da Teofania, pois sua cúpula situa-se diretamente acima de um poço ou fonte.

O refeitório
O mais importante prédio de um mosteiro depois do Katholikon é o refeitório, onde os monges fazem suas refeições comunais. Os monges reúnem-se no nártex e entram cantando em procissão seguidos pelo superior do mosteiro (arquimandrita ou igúmeno). A primeira refeição do dia é considerada o último ato da Sagrada Liturgia. O superior do mosteiro toma o seu lugar na cabeceira da mesa, de onde abençoa os alimentos e o leitor para as leituras de praxe durante a refeição, normalmente trechos da Filokalia. O refeitório é situado imediatamente em frente ao Katholikon, possui forma retangular e, assim como o Katholikon, está alinhado com o eixo leste-oeste dos pontos cardeais.

Refeitório
O Campanário
Além das torres de fortificação, os mosteiros normalmente possuem um a torre de um campanário, que abriga os sinos, a simandre e mais recentemente um relógio. O campanário é construído próximo ao Katholikon ou constitui parte dele. O mais antigo campanário é o do mosteiro de Vatopedi e data de 1427. No Monte Atos os sinos são tocados apenas aos domingos e dias de festa. Nos dias comuns um monge toca a simandre para o toque de despertar e para convocar os monges para os ofícios e refeições.

A arsana
A arsana é um ancoradouro que pertence aos mosteiros que situam-se no litoral próximo ao mar. Associado à arsana existe um prédio retangular com um grande portão em forma de arco diretamente voltado para o mar. Este prédio é utilizado como abrigo para os barcos de pesca e outras pequenas embarcações.

Suprimentos são trazidos pelos barcos e armazenados na parte traseira do prédio, enquanto o monge responsável pela arsana, denominado arsanaris, mora no andar superior. Para a proteção dos víveres estocados, normalmente em quantidades consideráveis, uma fortificação com a forma de torre com uma capela no seu topo, era construída perto ou ao lado do prédio da arsana.

Quase todos os mosteiros no Monte Atos foram construídos nos moldes da Grande Lavra, com o Katholikon ao centro rodeado pelo prédio do mosteiro em si, como se fosse uma fortificação protegendo-o. O Katholikon em si também apresentam uma forma similar em quase todos os mosteiros, com uma estrutura principal em forma de cruz e duas capelas laterais.
A história do desenvolvimento do monasticismo no Monte Atos pode ser dividida em três grandes períodos:
  • durante a era bizantina (do século VII à dominação turca em 1383);
  • durante o domínio dos otomanos (dominação turca em 1383 a 1912);
  • desde a independência da Grécia (1912) até os dias atuais.