“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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domingo, 9 de dezembro de 2007

“Da vida interior”

A alma cristã desapegada do mundo, não tem senão um desejo para o tempo e para a eternidade: estar unida a Jesus Cristo, com aquela união inefável cuja pintura nos transporta no cântico misterioso do amor divino. “Meu amado vive em mim, e eu nele; descansa entre lírios até que amanheça a aurora, e as sombras declinem” (Cânt, 2,16,17).

Que buscas tu na sociedade dos homens? Entra, entra em ti, prepara ao celeste esposo uma morada digna dele; Ele virá, e nela descansará, porque Suas delícias são habitar no coração que o chama. Então, só com Jesus, longe do bulício do mundo, no silêncio das criaturas, Ele te falará “como um amigo fala a seu amigo” (Ex. 33,11)

Ele está de nosso amor tão avarento que não sofre com nenhuma outra coisa. E com razão: porque onde o amor vai, tudo leva após de si. Bom pastor e senhor desta alma, levai-a para Ti, e não permitas que nenhuma criatura dela se aposse. Todo misericordioso Tu és, meu Senhor, todo brando, todo suave, seja minha consolação neste mundo, para seres depois o enlevo da minha alma na eternidade.