“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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sábado, 24 de novembro de 2007

Santo Pontífice e Confessor, João, o Esmoler, Papa de Alexandria (+619) - 12/25 novembro

Nasceu em Amathus (Antigo Limasol), em Chipre em 550 DC.

Dois contemporâneos dele, João Moscus e Sophronius deram autenticidade a sua história, em seus relatos. João, filho de um nobre de nome Epiphanius, governador de Chipre casou-se ainda muito novo, mas quando sua esposa e seus dois filhos morreram (provavelmente de varíola ) ele entrou para a vida religiosa, deu seus bens para os pobres e ficou famoso pela sua santidade e caridade. Quando João tinha 50 anos e ainda um leigo ele foi escolhido Patriarca de Alexandria pelo seu irmão adotivo Nicetas, que havia ajudado o Imperador Heraclius a subir ao poder. A Igreja havia sido muito reduzida pela heresia Monofisita e João se empenhou em recomendar a ortodoxia, dando exemplos de vida virtuosa e santa. Logo que assumiu o cargo o Patriarca João ordenou que se fizesse uma lista dos pobres. A lista tinha 7500 nomes dos pobres da Diocese os quais ele alimentava todos os dias. Uma das primeiras ações de seu episcopado foi a distribuição de 80.000 peças de ouro para hospitais e monastérios. Quando alguns protestaram, ele respondeu que havia tido uma visão. Contou que uma linda mulher apareceu para ele representado a Caridade e lhe disse : "Eu sou a filha mais velha do Senhor Rei. Se você for meu amigo eu o levarei a Ele". Assim ele seguiu sistematicamente a política de "Esmoler" (aquele que dava esmolas) até a sua morte em 11 de novembro de 619.

Diz a tradição que suas ações influenciavam outros a seguirem seus exemplos. Ele era inspirado pelo pensamento que ajudando aos pobres estava dizendo obrigado a Jesus, que havia se sacrificado para nos salvar. Quando alguém em particular tentava agradecer João abruptamente dizia: "Irmão, eu não derramei meu sangue por você. Foi Jesus Cristo meu senhor e meu Deus e é Ele que me comanda".

Todas as quartas e sextas feiras ele sentava no banco do lado de fora da igreja, arbitrando disputas, dando conselhos, ouvindo as reclamações dos necessitados e imediatamente procurava corrigir os erros que estavam prejudicando aquelas pessoas. Ninguém era insignificante para não ter a sua atenção. As funções de seu ofício, orações e leituras ocupavam muito do seu tempo, mas ele nunca pronunciou uma palavra de reclamação. Bravo, ele expulsava da sua igreja aqueles que tomavam dos pobres e não permitia aos detratores entrarem em sua igreja. Por outro lado sempre desarmava seus inimigos pela sua humildade e às vezes até se ajoelhava a seus pés pedindo perdão.

João proibiu a todos que trabalhavam para ele a receber presentes, que considerava uma forma de suborno e acabou com a corrupção em sua diocese.

João, o esmoler é o padroeiro da Ordem de São João em Jerusalém mais tarde convertida na Ordem dos Cavaleiros de Malta.

Suas relíquias foram levadas para Constantinopla e lá ficaram até que o Imperador presenteou-as ao Rei Matthias da Hungria. Elas então foram levadas para Tall (perto de Presbourg/Bratislava – Hungria) e em 1632 foram trasladadas para um lindo santuário na Catedral de Presbourg, onde estão até hoje.
Tropário, t.8
Venerável Pai, obtiveste o salário que a tua paciência mereceu, foste incansável na oração e amaste os pobres sem jamais desistir, ó Bem-aventurado Pontífice João, o Esmoler, intercede junto de Cristo nosso Deus, para que Ele salve as nossas almas.

Kondákion, t.2
Aos pobres fizeste esmola dos teus bens mas recebeste o tesouro celeste; eis porque nós te glorificamos, ó Pai João, celebrando a memória da tua proverbial caridade.