“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

“Da pureza da mente e da intenção reta”

Com duas asas o homem se eleva acima das coisas da terra: a simplicidade e a pureza.
A simplicidade deve constituir na intenção, a pureza, no afeto.
A simplicidade procura Deus, a pureza o alcança e frui.
Nenhuma boa ação te causará embaraço se, no mínimo, estiveres livre de afeições desordenadas.
Se nada mais desejares que o beneplácito de Deus e a utilidade do próximo gozarás de absoluta liberdade interior.
Se o teu coração fosse reto, encontrarias em todas as criaturas um espelho de vida e um livro de santa doutrina.
Não há criatura tão pequena e tão vil, que não dê testemunho da bondade de Deus.
Se fosses bom e puro, interiormente, então tudo verias sem dificuldades e compreenderias bem.
Um coração puro penetra o céu e o inferno.
Cada um julga das coisas exteriores, conforme suas disposições interiores.
Se existe alegria no mundo, tem-na, de certo, o homem de coração puro.
E se algures há tribulações e angústias, é a conseqüência má que as experimenta.
Assim como o ferro no fogo perde a ferrugem e fica todo incandescente, da mesma sorte o homem que se converte inteiramente a Deus, sacode o torpor e se transforma em um homem novo.
Quando alguém começa a esfriar no fervor. Logo receia o menor trabalho e, de bom grado, aceita consolações exteriores.Quando, porém, principia a vencer-se, perfeitamente, a si mesmo e a caminhar varonilmente pelas vias do Senhor, tem por leves as coisas que dantes lhe pareciam pesadas.