“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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terça-feira, 30 de outubro de 2007

“Da Humilde Submissão”

Que te importa os discursos e os pensamentos dos homens? Não são eles que te hão de julgar. Se te acusam sem razão, Aquele que vê o fundo das consciências já te justificou. Se te lançam em rosto faltas reais, não és, porventura, feliz de sofrer uma mortificação saudável?

O que te perturba, é a soberba que não pode suportar ser repreendida.

O humilde não se irrita, não se comove, ainda quando a paixão o condena injustamente. Penetrado do sentimento de sua miséria, nunca o humilham tanto quanto ele mesmo se humilha em seu coração.

Queres tu que nada altere o sossego de tua alma? Abandona-te a Deus em todas as coisas e nos trabalhos, nas consumições, nas adversidades e nos contratempos da vida, dize com Jesus Cristo: “Sim, meu Pai, porque essa é Vossa vontade (Lc. 10,21)”.

“Que é o homem para que vos lembreis dele, Senhor? Que é o filho do homem para que o visites? Bom me foi o ter sido humilhado, possa assim aprender Vossos preceitos” (Sl. 8,5; 118, 71).

Meu divino Salvador, que Vos humilhastes a Vós mesmo, fazendo-Vos obediente até a morte, e morte de cruz, livrai-me do espírito de soberba que é o princípio de todos os pecados; daí-me o profundo sentimento do meu nada, para que, imitando tão perfeito modelo, possa pelo caminho da cruz, chegar à pátria dos bem-aventurados.