“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Sobre a unidade de Essência entre o Pai e o Filho"

Eu e o Pai somos um (João 10: 30)

Quanto mais milagres o Senhor Jesus operava, e quanto mais Ele Se aproximava de Sua morte, tanto mais abertamente Ele falava de Si mesmo. Os numerosos milagres e a crescente duração do tempo para contemplá-los promoviam mudanças tanto nos bons quanto nos ímpios. Os bons se tornavam receptivos à revelação dos elevados mistérios de Deus. Os ímpios, agarrando-se ao mal, obscureciam-se cada vez mais e se tornavam incapazes de receber esses mistérios. É por isso que os os ímpios pegaram (...) em pedras para O apedrejar (João 10: 31).

Eu e o Pai somos um. O Pai e o Filho são um em Essência, mas não são um em Pessoa (Hipóstase). Do contrário, não se poderia chamá-los por dois nomes, Pai e Filho. Tanto o Filho quanto o Espírito Santo têm todos os atributos da Essência do Pai. Entretanto, os atributos da Pessoa do Pai pertencem apenas ao Pai, os atributos da Pessoa do Filho pertencem apenas ao Filho, e os atributos da Pessoa do Espírito Santo pertencem somente ao Espírito Santo. Mas quando o discurso é sobre a Essência Divina, o Filho pode dizer "Eu e o Pai somos um"; e o Pai pode dizer "Eu e o Filho somos um"; e o Espírito Santo, pode dizer "Eu, o Pai e o Filho somos um."

O Senhor Jesus Cristo exprimiu a unidade de Seu Ser com o Pai nas seguintes palavras: O Pai está em Mim e Eu Nele (João 10:38). Pode a Divindade do Filho ser expressa com mais clareza? Pode a língua humana comunicar a unidade do Deus Triuno em termos mais fortes? O dogma da divindade do Filho de Deus, bem como o dogma da unidade do Ser de Deus, foi revelado e exposto pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Portanto, que ninguém dê crédito às mentiras de certos incrédulos e hereges, que supõem que o Senhor Jesus não revelou a Sua divindade, e alegam que esse dogma foi introduzido pela Igreja muito mais tarde. Se Cristo não tivesse proclamado a Sua divindade, por que os judeus lhe teriam dito: Tu (...) Te fazes Deus a Ti mesmo (João 10: 33)? E por que pegaram em pedras contra Ele?

Senhor Jesus, Cristo, Filho de Deus, uno em Essência com o Pai e o Espírito Santo, tem piedade de nós e salva-nos pelo poder e bondade de Tua onipotente e onijusta divindade.

A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.

Santas Mártires Fé, Esperança e Caridade, e sua Mãe Sofia

Todas viveram e sofreram em Roma, durante o reinado do Imperador Adriano. Sofia era sábia, como indica seu nome. Caíra na viuvez e firmara bem a si própria e a suas filhas na fé cristã. Quando a mão perseguidora de Adriano estendeu-se até sobre a virtuosa casa de Sofia, Fé tinha apenas doze anos de idade, Esperança tinha dez anos e Caridade, nove. Trazidas perante o imperador, as quatro seguravam as mãos uma das outras "como uma coroa entretecida"; humilde mas firmemente confessaram sua fé no Cristo Senhor e se recusaram a oferecer sacrifícios ao ídolo pagão de Ártemis. Antes de seus sofrimentos, a mãe exortou as filhas a perseverarem até o fim: "Vosso Noivo Celestial, Jesus Cristo, é a saúde eterna, a beleza inefável e a vida eterna. Quando vossos corpos forem mortos pela tortura, Ele vos revestirá de incorrupção e as chagas de vossos corpos brilharão nos céus como as estrelas." Os torturadores infligiram cruéis torturas a uma de cada vez, primeiro a Fé, depois a Esperança e depois a Caridade. Espancaram-nas, açoitaram-nas, atiraram-nas às chamas e ao piche fervente e, finalmente, degolaram-nas com a espada, uma após a outra. Sofia levou os corpos mortos de suas filhas para fora da cidade e as enterrou honrosamente. Permaneceu em seu túmulo por três dias e três noites, orando a Deus. Em seguida, rendeu seu espírito a Deus, partindo para o Paraíso, onde as almas benditas de suas gloriosas filhas esperavam por ela.

Hino de Louvor
Sofia, toda-sábia, glorificou o Senhor,
Como um sacrifício a Ele, ofereceu três belíssimas filhas.
A suas filhas disse: "Não temais, filhas minhas;
Fortalecei-vos no Cristo, perseverai na Fé,
E não temeis torturas nem infortúnios cruéis.
Não chorais por vossos corpos – melhor é no céu.
Deus vos dará corpos maravilhosos no céu.
Não chorais por vossa beleza – com a beleza divina
Resplendecereis entre os anjos no Reino de Deus,
Como filhas do Rei dos Reis!
Não chorais pela vida – de que vale esta vida terrena?
Não passa de no máximo cem anos.
No céu, a vida sem fim vos aguarda:
Vida sem fim, vida sem início.
Não chorais pela companhia de amigos terrenos,
Pois a companhia dos Santos maravilhosos vos aguarda ali.
Nem a companhia de parentes mundanos vos deve fazer chorar –
Pois vossa parentela, nos céus, são os mártires gloriosos."
Assim a pia mãe instruía as suas santas filhas,
Enquanto, uma a uma, partiam elas para o céu:
Três pombas brancas, inocentes e puras,
Voaram ligeiras para o seio do Cristo.
E com sua alma elevada, sua mãe partiu atrás delas,
E juntou-se a suas filhas gloriosas no Paraíso;
E nosso misericordioso Deus recebe as suas orações.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

"Sobre o Senhor, o Detentor do Poder "

Tenho poder para a dar [a Minha vida], e poder para tornar a tomá-la. (João 10: 18).

O poder divino de nosso Senhor Jesus Cristo manifestou-se em Seu pleno poder sobre Si mesmo. Se o poder divino pudesse ser separado do amor divino, então se poderia dizer do Cristo que Ele teria sido capaz de encarnar, ou de não encarnar; ou ainda, que teria sido capaz de morrer, ou de não morrer. Mas Ele encarnou, de acordo com Seu divino amor pelos homens, e de acordo com esse mesmo inexprimível amor, Ele Se entregou à morte, como um Bom Pastor por Suas ovelhas (João 10:11). Um homem que se mata não tem verdadeiramente poder sobre sua vida, pois ele não se mata por seu próprio poder, mas antes pelo poder do pecado, ou pelo poder do diabo, ou pelo poder de alguma outra circunstância grave. Assim também um homem a quem outros matam não tem poder sobre sua vida, nem pode falar pela sua vida perante seus assassinos: não pode dizer tenho poder para a dar, pois tem que dá-la contra a vontade. Somente nosso Senhor Jesus Cristo pôde dizer na presença de seus assassinos, os judeus: tenho poder para a dar. Tendo tal poder, Ele podia, por um milagre que Lhe teria sido fácil, fazer todos os judeus perecerem antes de O crucificarem na Cruz. Contudo Ele antevia os frutos salvadores de Sua morte, e é por isso que Ele voluntariamente Se entregou para ser morto.

E poder para tornar a tomá-la. Com essas palavras Ele predisse Sua Ressurreição. Portanto, o Senhor tanto morreu quanto ressuscitou pelo Seu divino poder.

Ó Senhor Onipotente e Filantropo, quão belamente planejaste a salvação dos homens pelo Teu divino amor e poder. Ajuda-nos, ó ajuda-nos, para que possamos abraçar essa salvação!

A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.

Santa Grã-Mártir Eufêmia


Eufêmia nasceu em Calcedônia. Seu pai Filofrono, um senador, e sua mãe Teodorísia eram cristãos devotos. Eufêmia era uma bela virgem de corpo e de alma. Quando o Procônsul Prisco celebrou uma festa ofereceu sacrifícios a Ares em Calcedônia, quarenta e nove cristãos rejeitaram essa estulta festa sacrifical e se esconderam. Entretanto, foram descobertos e trazidos perante Prisco. Entre eles estava Santa Eufêmia. Quando o arrogante Prisco perguntou-lhes por que haviam desafiado o decreto imperial, responderam: "Tanto as ordens do imperador quanto as tuas devem ser obedecidas, se não forem contrárias ao Deus do céu; mas, se forem contrárias a Deus, devem não apenas ser desobedecidas, como também resistidas." Por dezenove dias consecutivos, Prisco lhes impôs várias torturas. No vigésimo dia, ele separou Eufêmia dos demais e começou a bajulá-la por sua beleza, tentando conquistá-la para a idolatria. Como suas lisonjas fossem em vão, ele ordenou que a virgem fosse torturada de novo. Primeiro a torturaram na roda, mas um anjo de Deus apareceu a Eufêmia e despedaçou a roda. Lançaram-na, então, numa fornalha flamejante, mas ela foi preservada intacta pelo poder de Deus. Vendo isso, dois soldados, Vítor e Sóstenes, vieram a crer no Cristo, pelo que foram lançados às feras selvagens e assim terminaram com glória as suas vidas terrenas. Eufêmia foi então jogada num poço cheio de água e de toda sorte de bichos venenosos; mas ela fez o sinal da Cruz sobre a água e permaneceu incólume. Finalmente, foi lançada às feras selvagens e, com uma oração de agradecimento a Deus, entregou seu espírito. Seus pais enterraram honrosamente seu corpo. Eufêmia sofreu no ano de 304 e adentrou no júbilo eterno. Ela é comemorada também em 11 de julho.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

"Sobre o duplo testemunho do Filho de Deus"

Eu sou O que testifico de Mim mesmo, e de Mim testifica também o Pai que Me enviou (João 8:18).

Está escrito na Lei que duas testemunhas são necessárias para se provar alguma coisa. Antes de tudo, o Senhor ofereceu aos incrédulos judeus três grandes testemunhas de Si mesmo: o Pai, Suas próprias obras e a Sagrada Escritura (João 5: 36 - 39). E contudo, mesmo depois de Seus inúmeros milagres e depois de ter exposto amplamente os Seus ensinamentos, Ele lhes disse que o Seu próprio testemunho de Si mesmo era verdadeiro e suficiente (João 8:14). Finalmente, Ele de novo enfatizou dois testemunhos – o Dele e o de Seu Pai –, de acordo com a letra da Lei, que exigia duas testemunhas. Assim o Senhor sela os lábios dos incrédulos de todas as maneiras e não lhes deixa escapatória alguma a não ser o crime de homicídio, que é o último recurso daqueles que se recusam a se deixar convencer pela verdade, a despeito da razão ou das provas. Neste último caso em particular, com a apresentação, pelo Senhor, dos testemunhos Seu e de Seu Pai, Ele também quis mostrar que era uma Pessoa [Hipóstase] separada do Pai e, mesmo assim, uno em Essência com o Pai. Portanto, Ele apresenta dois testemunhos: o Seu próprio testemunho em separado e o testemunho de Deus Pai. Confirmam isso as seguintes palavras: Se vós Me conhecêsseis a Mim, também conheceríeis a Meu Pai (João 8: 19). Aqui, está expressa a completa unidade essencial do Pai e do Filho, e não resta a menor dúvida sequer de que o Senhor estava pensando em Sua igualdade essencial com Seu Pai. As palavras aqui se referem à Natureza Divina e não a natureza humana. Quem quer que conceba a Santa Trindade como três seres corpóreos engana a si mesmo. Apenas o Filho de Deus apareceu na carne, em prol da salvação do mundo. O Pai e o Espírito Santo não tomaram a carne. De acordo com Sua Natureza Divina, o Filho, mesmo na carne, permaneceu igual ao Pai e ao Espírito Santo. Ele Se revestiu da natureza humana e acrescentou-lhe Sua Natureza Divina por amor à humanidade, para que assim Ele Se revelasse aos homens e os salvasse.

Ó Santa Trindade, una em Essência e indivisa, que nos iluminou e esclareceu pelo Verbo Encarnado de Deus, sustenta-nos até o fim pela Tua santidade, Tua força e Tua imortalidade, e salva-nos.

A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.

Santo Mártir Aniceto

Aniceto era godo de nascimento. Foi discípulo de Teófilo, Bispo dos Godos, que participou no Primeiro Concílio Ecumênico [Nicéia, 325]. Quando o príncipe godo Atenarico começou a torturar cristãos, São Nicetas apresentou-se diante do príncipe e o censurou pelo seu paganismo e sua desumanidade. Duramente torturado em seguida, Nicetas confessou sua fé em Cristo com ainda mais firmeza e orou a Deus em ação de graças. Sua mente estava constantemente elevada até Deus, e sobre o peito, coberto pelo manto, ele trazia um ícone da Santíssima Deípara com o Menino Cristo Pré-Eterno de pé e segurando a Cruz em Suas mãos. São Aniceto trazia este ícone porque a Santa Deípara aparecera para ele e o consolara. Finalmente, o torturador lançou ao fogo o soldado do Cristo, onde o santo mártir deu seu último suspiro, mas seu corpo permaneceu intocado pelas chamas. Seu companheiro Mariano levou seu corpo da terra dos godos (Valáquia e Bessarábia) à vila de Mopsuéstia, na Cilícia. Lá, ele construiu uma igreja dedicada a São Nicetas e nela depositou as relíquias milagrosas do mártir. Aniceto sofreu e foi glorificado no ano 372.

sábado, 26 de setembro de 2009

"Sobre como o mundo aborrece o testemunho de seu pecado"

O mundo não vos pode aborrecer, mas ele Me aborrece a Mim (João 7: 7)

Por que o mundo aborrece (isto é, odeia) o Cristo Senhor? O Senhor em pessoa prontamente explica o motivo: Porquanto dele testifico que as suas obras são más (João 7:7). Não há nada que os homens aborreçam tanto quanto o testemunho de seus pecados. Por isso, as piores atrocidades do mundo são cometidas durante a noite, na escuridão. Mas não vê Deus na noite, na escuridão? De fato Ele vê, mas os malfeitores não vêem Deus. E, mesmo que alguns deles creiam em algo sobre Deus, pensam (devido à própria iluminação insuficiente) que a escuridão é a cortina entre Deus e os homens. O próprio Senhor Jesus Cristo revelou claramente que Deus é o que vê tudo, e não há escuridão que impeça Seus olhos de verem algo. Ele mesmo avistara homens à distância, como Natanael debaixo da figueira. Ele viu uma mula e seu potrinho numa outra vila. Sua visão desconhecia qualquer distância espacial. Previu a negação de Pedro, a traição de Judas, Sua própria morte e Ressurreição, a destruição de Jerusalém, a eternidade de Sua Igreja, o sofrimento de Seus seguidores e os eventos dos finais dos tempos. Sua visão desconhecia a distância de tempo. Há porém algo mais para mencionar? Há algo mais oculto do que o coração dos homens? Não é o coração encoberto pela fina cortina do corpo? Não são os pensamentos do coração mais ocultos do que o próprio coração? No entanto Ele penetrou na escuridão dos corações dos homens e ali leu seus pensamentos: Por que pensais mal em vossos corações? (Mt 9:4) Irmãos, não admira que todos cujo pensamento e obra sejam maldade temam tamanha e tão poderosa testemunha. É de admirar, portanto, que os malfeitores O aborreçam?

O mundo não vos pode aborrecer. Quem? Todos vós que participais no mal do mundo e que, dada sua aquiescência nessa participação, não vos atreveis a testemunhar contra o mundo. Como pode os que temem os homens testemunhar contra estes? Como pode os que buscam a glória dos homens trazerem a condenação contra esses mesmos homens?

Irmãos meus, melhor para nós que o mundo nos aborreça e o Cristo nos ame, do que o mundo inteiro nos ame e nos glorifique e o Cristo vire Sua face de nós, dizendo: não vos conheço. Se o mundo nos aborrece, confortemo-nos com as palavras do Salvador: Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, Me aborreceu a Mim (Jo 15:18).

Bendito Senhor, Fonte de todas as bênçãos, fortalece nossos corações, para que não temamos quando o mundo nos aborrecer. Apenas abençoa-nos e ama-nos, ó Benigno Salvador.

A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.

Consagração da Igreja da Ressurreição de Cristo

Quando a Imperatriz Helena descobriu a Cruz de nosso Senhor em Jerusalém, ela permaneceu na Cidade Santa por algum tempo e erigiu igrejas no Getsêmani, em Belém e sobre o Monte das Oliveiras, como também em outros lugares significativos da vida e atividade do Senhor Jesus Cristo. No Gólgota, onde foi descoberta a Venerável Cruz, ela deu início à construção de uma enorme igreja. Essa igreja foi projetada para abranger o Lugar da Caveira, onde o Senhor foi crucificado, e também o local onde Ele foi enterrado. A santa imperatriz desejava incluir o lugar de Seu sofrimento e o de Sua glória sobre o mesmo teto. Entretanto, Helena repousou no Senhor antes que essa majestosa igreja fosse concluída. Ao chegar a época de seu término, Constantino festejava o trigésimo ano de seu reinado, celebrando-se portanto no mesmo dia (13 de setembro de 335) a consagração da igreja e o jubileu do imperador. Na ocasião, reunia-se um concílio local de bispos em Tiro. Esses bispos e muitos outros vieram a Jerusalém para a solene consagração da Igreja da Ressurreição do Senhor. Estabeleceu-se, então, que este dia – o dia da vitória e do triunfo da Igreja de Cristo – fosse solenemente comemorado a cada ano.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

"De como a alma deve se alimentar do Cristo a fim de viver "

Quem de Mim se alimenta, viverá por Mim (João 6: 57)

Assim fala o Cristo, o Senhor, a Vida e Fonte da Vida. Uma árvore se alimenta de terra, ar e luz. Se uma árvore não se alimentar desses elementos, será ela capaz de crescer e viver? De que se alimenta um bebê nos seios da mãe, a não ser dela? Se o bebê não se alimentar de sua mãe, crescerá e viverá? Do mesmo modo nossa alma não crescerá, nem viverá, se não se alimentar do Cristo, o Vivente e Imortal. As palavras dessa passagem não se referem à vida em geral, pela qual vive a natureza, nem à vida deformada na qual vivem os pagãos, mas a uma vida especial, divina e eterna – vida plena e cheia de alegria. Apenas o Cristo concede essa vida aos homens, e ela vem apenas àqueles que se alimentam do Cristo. Cada homem é tão grande quanto a comida de que se alimenta; cada homem é tão vivo quanto a comida de que se alimenta. As palavras, aqui, não são sobre comida corporal, pois apenas o corpo do homem – não seu espírito – alimenta-se de comida material. Os homens se diferenciam tanto na vida física quanto no crescimento físicos, mas tais diferenças são totalmente insignificantes. Entretanto, a diferença na vida e no crescimento espirituais entre os homens é enorme. Ao passo que algumas pessoas, pelo amadurecimento das almas, mal conseguem se erguer sobre a terra, outros se erguem para os céus. A diferença entre Herodes e João Batista não é menor do que a diferença entre um rei e um anjo. Enquanto aquele arrasta o corpo e alma pela terra e impiamente defende seu trono, este coloca o próprio corpo sobre uma rocha no deserto e é levantado em alma aos céus, entre os anjos.

Ó irmãos meus, ergamos nossas almas aos Céus, onde o Cristo Senhor Se assenta no trono da eterna glória, e alimentemos e nutramos nossas almas e corações com Ele, a Vida pura e onipotente. Somente então, seremos feitos dignos de sermos Seus co-herdeiros no Reino dos Céus.

Senhor Jesus, nosso verdadeiro Deus, nosso doce alimento e Nutridor filantropo, não nos lances fora de Teu seio divino, pois somos fracos e desamparados. Alimenta-nos contigo mesmo, ó nosso misericordioso Nutridor.

A Ti, glória e louvor para sempre. Amém.

Hieromártir Autônomo

Durante as perseguições de Diocleciano, Autônomo partiu da Itália para a Bitínia asiática, para um lugar chamado Soréus. Lá, ele converteu muitos ao Cristianismo e construiu-lhes uma igreja dedicada ao santo Arcanjo Miguel. Autônomo vivia na casa de um devoto cristão, Cornélio, quem ele primeiro ordenou como presbítero e, mais tarde, consagrou ao episcopado. Não muito longe de Soréus, havia um lugar chamado Limanas, habitado somente por pagãos. Santo Autônomo dirigiu-se àquela região e, em breve tempo, iluminou a muitos com o Evangelho de Cristo, o que enfureceu os pagãos. Um dia, os pagãos invadiram a Igreja do Santo Arcanjo Miguel em Soréus em pleno serviço divino, assassinaram Autônomo no santuário e mataram muitos cristãos na igreja. No reinado do Imperador Constantino, Severiano, um nobre real, edificou uma igreja sobre o túmulo de Santo Autônomo. Duzentos anos depois de sua morte, Santo Autônomo apareceu a um soldado chamado João. João exumou as relíquias do santo, encontrando-as completamente incorruptas, e muitos enfermos receberam curas a partir das relíquias de Autônomo. Assim Deus glorifica aquele que O glorificava enquanto vivia na carne.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

"Sobre o Cristo como o Pão da Vida"

Eu sou o Pão da vida (João 6:35).
Quem pode dar a vida, meus irmãos, se não o Único que a criou? Quem, em verdade, pode ser o Pão da vida senão o nosso Criador? Foi Ele quem criou, é Ele quem sustenta, é Ele quem alimenta e é Ele quem dá a vida. Se o trigo alimenta o corpo, o Cristo alimenta a alma. Se nosso corpo é sustentado pelo pão terreno, nossa alma é nutrida e vive pelo Cristo. Se nossas almas forem alimentadas por outro alimento qualquer, e não pelo Cristo, nossas almas caíram e perecerão; não viverão. Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna (João 6:27), assim falou o Senhor numa passagem anterior. Primeiro Ele examina a fome dos homens e, depois, oferece pão para satisfazê-los. Na realidade, Ele oferece a fome e, depois, o pão, pois os homens confundem-se sobre a fome. Os homens têm fome, mas não sabem do quê. Mesmo saciados pelo alimento terreno, mesmo quando empanzinados, sentem uma certa fome insaciável. Embora saibam que todo o mundo e todo o pão sobre a face da terra não conseguem satisfazer essa misteriosa fome, eles correm atrás de alimento mundano, competem pelo mundo e apenas pelo mundo. A verdadeira fome dos homens é a fome dos céus, da vida eterna, de Deus. O Senhor Jesus primeiro ressalta a fome e, depois, prepara a refeição para saciá-la. Ele próprio é esta refeição: Eu sou o Pão da vida, aquele que vem a Mim não terá fome (João 6:35). Eles serão saciados, regozijar-se-ão, serão revivificados, conhecerão Deus e a si mesmos. Ó meus irmãos, Ele os ressuscitará dos mortos! Alimentando-se unicamente do alimento que perece, sem a imortal comida espiritual, gradualmente a alma se embota e, no final, torna-se totalmente morta. Morta de quê? De fome. O corpo é da terra e sacia-se com comida terrena, mas a alma é do sopro da própria Fonte de Vida e busca comida e bebida de sua única e inigualável Fonte.

Senhor Jesus, Pão de vida eterna, Verdadeira e Imperecível Vida, dulcíssimo Pão, alimenta-nos de Ti mesmo.

A Ti, a glória e o louvor para sempre. Amém.

Venerável Teodora

Teodora era de Alexandria e mulher de um jovem. Persuadida por uma adivinha, ela cometeu adultério com outro homem e imediatamente começou a sentir terríveis crises de consciência. Ela cortou seus cabelos, vestiu-se em roupas masculinas e entrou no Mosteiro de Octodecatos, com o nome masculino de Teodoro. Seu labor, jejum, vigilância, humildade e arrependimento banhado em lágrimas surpreenderam toda a irmandade. Quando uma jovem promíscua a acusou, dizendo que "Teodoro" a havia engravidado, Teodora não se defendeu, mas considerou a acusação como uma punição de Deus por seu pecado anterior. Expulsa do mosteiro, passou sete anos vivendo na floresta e na solidão, e ainda cuidando do filho da jovem devassa. Ela sobrepujou todas as tentações demoníacas: recusou-se a adorar Satanás, recusou-se a aceitar comida das mãos de um soldado e a ceder aos apelos do marido para que voltasse para ele – tudo isso não passava de uma ilusão diabólica, e tão logo Teodora fazia o Sinal da Cruz, tudo desaparecia como fumaça. Passados sete anos, o abade a recebeu de volta no mosteiro, onde viveu por mais dois anos e repousou no Senhor. Só então os monges ficaram sabendo que ela era uma mulher: um anjo apareceu ao abade e lhe explicou tudo. Seu marido compareceu a seu enterro e, depois, permaneceu na cela de sua ex-mulher até o dia em que ele repousou. Santa Teodora possuía muita graça de Deus: amansou animais selvagens, curou enfermidades e fez brotar água de um poço seco. Assim Deus glorificou uma verdadeira penitente que, com heróica paciência, arrependeu-se nove anos por um único pecado. Ela repousou em 490.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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Polônia
autor: Arkadiusz

terça-feira, 15 de setembro de 2009

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Romênia
autor: Marian Stoenica

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Início do Ano Eclesial ou Início do Julgamento

O Primeiro Concílio Ecumênico (Nicéia, 325) decretou que o ano eclesial começasse em 1º. de setembro. Para os antigos hebreus, o mês de setembro era o início do ano civil (Êxodo 23:16), mês de realizar-se a colheita e de ofertar ações de graças a Deus. Foi na ocasião desta festa em que o Senhor Jesus entrou numa sinagoga em Nazaré (Lucas 4: 16-21), abriu o livro do Profeta Isaías e leu as palavras: O Espírito do Senhor repousa sobre Mim para pregar boas-novas aos humildes; enviou-me para reerguer o angustiado, proclamar a liberdade aos cativos, abrir a prisão aos aprisionados e proclamar um ano da graça do Senhor, o dia da vingança de nosso Deus e confortar todos os aflitos (Isaías 61: 1-2). O mês de setembro também é de suma importância para a história do Cristianismo, porque o Imperador Constantino, o Grande, derrotou Maxêncio, inimigo da fé cristã, em setembro. Após a vitória, Constantino conferiu liberdade de confissão à Fé Cristã em todo o Império Romano. Por muito tempo, o ano civil do mundo cristão seguia o ano eclesial com o início em 1º de setembro. Mais tarde, o ano civil foi modificado, transferindo seu começo para 1º de janeiro. Primeiramente, a mudança ocorreu na Europa Ocidental e, tempos mais tarde, na Rússia, sob Pedro, o Grande.

sábado, 12 de setembro de 2009

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Romênia
autor: ovidiu man

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

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Sérvia
autor: Aleksa Stojković

"Sobre a cura da humanidade pelas feridas de Cristo."

Estamos curados pelas feridas de Cristo. Assim profetizou o Profeta de Deus, e agora sabemos que essa profecia é verdadeira. Pelos sofrimentos de Cristo, fomos salvos dos sofrimentos eternos. Por Seu puríssimo sangue, fomos purificados da lepra do pecado e fomos revivificados. Nosso sangue e corpo ficaram maculados pelas paixões pecaminosas, mas foi o espírito – o ninho e a fonte da impureza corporal – o primeiro a ficar maculado. Pode o impuro ser purificado pelo impuro? Pode o linho sujo ser lavado com água suja? Não, não pode.

Somente o limpo pode lavar o sujo. Até mesmo os pagãos sentiam que a humanidade era impura. Mas, eles queriam purificar a impureza pela impureza: invocando espíritos impuros, adorando-os, oferecendo-os sacrifícios impuros, sejam eles homens ou animais. Uma gota do sangue do Puríssimo Cristo pode lavar a humanidade muito mais do que todos os sacrifícios idólatras, desde o princípio do mundo. Por que? Porque o sangue de Cristo é puro, e tudo o mais é impuro. Engolindo apenas uma gota de um eficiente medicamento, os médicos podem vacinar muitas pessoas e protegê-las de qualquer doença. Nós engolimos o sangue de Cristo com água e, então, nós o bebemos na Comunhão, pois se diz que, quando perfuraram o corpo do Senhor com a lança, jorraram sangue e água (João 19:34). Tamanho é o poder numa gota de Seu sangue que o mundo inteiro poder inflamar-se dela. É o sangue sem-pecado, o único imaculado; o sangue mais puríssimo, o único verdadeiramente puro que há no mundo.

Ah, se os homens apenas descobrissem o poder de tão absoluta pureza! Todo o pecador, todo impuro apressar-se-ão para purificar-se pelo Puríssimo Cristo, assim como todos os aflitos para comungar do Corpo e Sangue de Cristo, e todos os incrédulos acreditariam em Cristo. Pois, há uma trindade aqui, todos os três são puros e purificam – puro espírito, puro sangue e puro corpo. Somente o puro pode purificar o impuro, somente o sadio pode curar o enfermo e apenas o poderoso pode erguer o necessitado.

Onipotente Senhor Nosso, purifica-nos pelo Sangue de Tuas feridas, Tuas inocentes e puríssimas feridas.

A Ti, sejam a honra e a glória para sempre. Amém

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

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Polônia
autor: Arkadiusz

Venerável Pímem, o Grande


Pímem era egípcio por nascimento e um grande asceta do Egito. Ainda garoto, costumava visitar os mais renomados mestres espirituais, dos quais colheu um conhecimento considerável, como as abelhas colhem mel das flores. Pímem, certa vez, implorou ao ancião Paulo que o levasse a São Paísio. Ao ver Pímem, Paísio disse a Paulo: “Este menino salvará a muitos; a mão de Deus está sobre ele.” Com o tempo, Pímem foi tonsurado monge e atraiu dois irmãos seus à vida monástica. Numa ocasião, a mãe deles veio-lhes visitar. Pímem não a permitiu entrar, mas pediu a ela por detrás da porta: “Desejas ver-nos mais aqui ou lá, na eternidade?” A mãe partiu, com grande alegria, dizendo: “Já que certamente encontrarei meus filhos lá, então não desejo vê-los aqui!” No mosteiro em que esses três irmãos moravam (governado pelo Abade Anúbis, irmão mais velho de Pímem), sua regra era a seguinte: à noite, eles passavam quatro horas fazendo trabalhos manuais, quatro horas dormindo e quatro horas lendo o Saltério. Durante o dia, eles alternavam trabalho e oração desde a manhã até o meio dia, faziam as leituras desde o meio-dia até as Vésperas, depois das quais preparavam a Ceia para si mesmos. Essa era a única refeição em vinte-e-quatro horas e geralmente se constituía de algum tipo de legume. Diz-se que Pímem havia comentado: “Comemos o que nos foi dado. Ninguém jamais dissera ‘Dei-me mais’ ou ‘Eu não o quero’. Desta maneira, passamos toda a nossa vida em silêncio e em paz.” Pímem conduziu uma vida de ascetismo no quinto século e pacificamente repousou em avançada idade.

Hino de Louvor
Fonte de sabedoria foi o Venerável Pímem,
Grande tocha da chama de Cristo.
Desde o dia em que renunciou ao mundo de ilusões,
Repreendia a ninguém, elogiava a ninguém.
Uma vez, dois irmãos discutiam em sua presença,
Mas Pímem permaneceu em silêncio. Alguns o repreendiam:
“Como ouves a discussão, como se houvesse nada de errado?”
Pímem respondeu: “Morri muito tempo atrás”
Outro lhe perguntou: “Como posso ser salvo,
Para minha mente não se disperse atrás das calúnias do inimigo?”
Disse Pímem: “Moscam fogem da água quente,
O Mal foge de uma alma aquecida.”
“O que é mais valioso”, perguntou outro,
“A fala de meu irmão ou o silêncio?”
“Tanto por um como pelo outro, Deus é glorificado.
Para glória de Deus, escolha para ti mesmo.”
“Como posso defender-me do Maligno?”
“O Mal não derrota o Mal,
Faça o bem ao que faz o mal,
O que inflamará até o seu coração.
Não se constrói a casa de um, destruindo a de outro:
Nisso, apenas o terceiro – o Maligno – beneficia-se.”
“Duas perniciosas paixões envenenam nossa alma;
Temos nenhuma liberdade, enquanto elas nos esmagam:
O prazer carnal e a ilusão do mundo – Somente uma alma santa é livre delas.”

Reflexão
Os grandes ascetas ortodoxos, em sua difícil ascensão ao Reino de Deus, são como aqueles que penosamente escalam uma íngreme montanha, agarrando-se com mãos e pés para subir um pouco mais, sem pensar em olhar para trás. Suas labutas e conquistas são, de fato, impressionantes. São Pímem não queria ver sua mãe, quando ela veio visitá-lo. Noutra ocasião, um príncipe queria ver Pímem, mas este recusou. Entretanto, o príncipe arquitetou um astuto plano para forçar o ancião a recebê-lo. Ele capturou o sobrinho de Pímem e disse à mãe (irmã de Pímem) do rapaz que ele libertaria seu filho somente quando Pímem em pessoa viesse falar com ele. A irmã partiu ao deserto e, batendo à porta de Pímem, implorou ao irmão que saísse e salvasse seu filho. Mas, Pímem não saiu. A irmã começou a censurá-lo e amaldiçoá-lo. Quando o príncipe tomou conhecimento disso, ela ordenou que uma carta fosse escrita a Pímem, dizendo que, se o ancião pedisse por escrito (já que ele não queria oralmente) ao príncipe que soltasse o garoto, o príncipe assim o faria. Pímem replicou: “Poderoso príncipe, levante profundas informações sobre a culpa do rapaz e, se sua culpa for tão grave que mereça a morte, que ele morra, a fim de que, pela punição temporal, ele escape dos tormentos da eternidade. Entretanto, se o crime dele não merece a pena de morte, então o castigue de acordo com a lei e liberte-o.” Ao ler uma carta tão justa e imparcial, o príncipe ficou completamente abismado. Ele libertou o jovem, e seu respeito por Pímem aumentou em dobro.

Tropário, t.8
Pela abundância de tuas lágrimas, fizeste florescer o árido deserto, com teus profundos gemidos, fizeste tuas dores produzir cem vezes mais, por teus espantosos milagres, te tornaste um farol que ilumina o mundo inteiro, venerável Pai Pímen, rogue a Cristo nosso Deus, para salvar as nossas almas.

domingo, 6 de setembro de 2009

OrtoFoto

Grabarka, Polônia
autor: Sylwia Ewa

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"Sobre a admirável pedra de Sião "

Vide, eu, em Sião, por fundamento, uma pedra, uma pedra lapidada, preciosa rocha angular, segura fundação: aquele que nela acreditar jamais será envergonhado (Isaías 28:16).

Irmãos, essa maravilhosa Pedra é nosso próprio Senhor Jesus Cristo. Pois se o profeta achasse que fosse uma pedra comum, ele jamais exportaria fé nela, pois estaria profetizando idolatria. O Profeta Daniel também fala de uma pedra que foi extraída de uma montanha, esmigalhou o grande ídolo e cresceu numa grande montanha que enchia toda a terra (Daniel 2:34-35). A profecia sobre a pedra em Daniel dirige-se aos pagãos, ao passo que a profecia da pedra em Isaías é para os judeus. O Senhor Jesus Cristo é a Pedra que foi lançada: primeiro, como fundamento de toda a criação de Deus – pois Ele é o Verbo de Deus e a Sabedoria de Deus; segundo, como fundamento da preparação, o Antigo Testamento; e terceiro, como fundamento do cumprimento, o Novo Testamento. A pedra angular é a mais firme e mais forte pedra numa construção: ela conecta e junta as outras pedras da construção e prende as paredes em suas várias direções, compondo uma unidade e uma inteireza. Se observássemos o Senhor Cristo dentro de nós, Ele é a Pedra-angular que une e liga todas as nossas capacidades espirituais em unidade e inteireza, para que tudo trabalhe para um único objetivo: Deus e Seu Reino. Se nós observássemos Cristo, o Senhor, por toda a história da humanidade, Ele é a Pedra-angular que une e liga o Judaísmo e o paganismo em uma única Casa de Deus – a Igreja de Deus. Pois nenhum homem pode lançar outro fundamento, que é Cristo Jesus (I Coríntios 3:11), diz o Apóstolo do Novo Testamento, de acordo com o profeta do Antigo Testamento. Quem quer que creia nesta Pedra de Salvação não ficará envergonhado. Nem ninguém ficará quem nela crer. Pois essa Pedra é um seguro fundamento e verdadeiramente uma pedra escolhida, preciosa e honrada.

Senhor Jesus, nossa Pedra de Salvação, fortalece em nós aquela santa e salvífica fé em Ti, nosso único Salvador.

A Ti, sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.

Santo Apóstolo Tadeu dos Setenta Discípulos do Senhor

Esse Tadeu pertencia ao círculo dos Setenta e não o dos Doze Apóstolos. São Tadeu, a princípio, encontrou-se com João Batista, pelo qual ele foi batizado; depois, ele descobriu o Senhor Jesus e seguiu-O. O Senhor contou-o entre os Setenta Menores Apóstolos, que Ele enviou dois a dois diante de Sua face (Lucas 10:1). Depois de Sua gloriosa Ressurreição e Ascensão, o Senhor enviou Tadeu a Edessa, terra natal do Apóstolo, de acordo com a promessa que Ele dera ao Príncipe Agbar, quando Ele devolveu a este a toalha com a imagem de Sua face sobre ela (Ícone do Senhor “Não-feito-de-mãos-humanas”, 16 de Agosto). Beijando a toalha, Agbar foi curado da lepra, mas não completamente. Quando o São Tadeu encontrou-se com Agbar, o Príncipe recebeu-o com grande alegria. O Apóstolo de Cristo instrui-o na Verdadeira Fé e, depois, batizou-o. Quando Agbar emergiu da água batismal, ele ficou totalmente curado. Glorificando a Deus, Príncipe Agbar também determinou que seu povo conhecesse o Verdadeiro Deus e glorificassem-No. O Príncipe reuniu todos os cidadãos de Edessa diante do Santo Apóstolo Tadeu, para ouvirem seus ensinamentos sobre Cristo. Ouvindo as palavras do Apóstolo e vendo seu príncipe miraculosamente curado, o povo rejeitou sua antiga idolatria e seu impuro modo-de-viver, abraçaram a Fé Cristã e foram batizados. Deste modo, a cidade de Edessa foi iluminada pela Fé Cristã. Príncipe Agbar trouxe muito ouro e ofereceu-o ao apóstolo, mas Tadeu lhe disse: “Desde que abandonamos nosso próprio ouro, como podemos receber ouro de outros?” São Tadeu pregou o Evangelho por toda a Síria e Fenícia. Repousou no Senhor na cidade fenícia de Beirute.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Santo Profeta Samuel (+c.1010 a.J.C.)

Samuel foi o décimo-quinto e último juiz de Israel. Ele viveu a mil e cem anos antes de Cristo. Samuel nasceu na tribo de Levi, de Elcana e Ana, num lugar chamado Ramata (ou Arimatéia), onde nasceria, tempos depois, o nobre José. Em prantos, a estéril Ana implorou a Deus pelo menino Samuel e dedicou-o a Deus, quando ele tinha três anos de idade. Vivendo em Silo, próximo à Arca da Aliança, Samuel teve uma verdadeira revelação de Deus aos seus doze anos de idade, sobre as punições que cairiam sobre a casa do sumo sacerdote Eli, por causa da imoralidade de seus filhos, Ofini e Finéias. Essa revelação logo se cumpriu: os filisteus derrotaram os israelitas, assassinaram os dois filhos de Eli e capturaram a Arca da Aliança. Quando o mensageiro informou a Eli essa tragédia, o sumo sacerdote caiu ao solo e morreu, aos noventa e oito anos de idade. O mesmo veio a aconteceu com sua nora, esposa de Finéias. Por vinte anos, os israelitas foram escravos dos filisteus. Depois, Deus enviou Samuel para pregar arrependimento ao povo, caso eles desejassem a salvação contra seus inimigos. O povo arrependeu-se, rejeitou os ídolos pagãos aos quais serviam e reconheceram Samuel como profeta, sacerdote e juiz. Então, Samuel partiu para a batalha contra os filisteus com um exército. Graças à ajuda de Deus, ele confundiu e derrotou os filisteus, libertando Israel. Após esses acontecimentos, Samuel julgou pacificamente seu povo até avançada idade. Considerando sua avançada idade, o povo pediu-lhe que se instalasse um rei para eles em seu lugar. Em vão, Samuel tentou dissuadi-los deste pedido, dizendo-lhes que Deus era o único verdadeiro Deus, mas o povo insistia irredutivelmente. Mesmo que não fosse do agrado de Deus, Ele ordenou que Samuel ungisse Saul, filho de Kish, da tribo de Benjamim, como rei. Saul reinou apenas por pouco tempo, antes de Deus rejeitar Saul por sua imprudência e desobediência. Deus, por Sal vez, ordenou que Samuel ungisse o filho de Jessé, Davi, como rei no lugar de Saul. Antes de sua morte, Samuel reuniu todo o povo e despediu todos eles. Quando Samuel morreu, todo o Israel chorou sua morte e enterrou-o honrosamente em sua casa, em Ramata.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Santo Tribuno e Mártir André Stratelates e seus 2593 comps., da Armênia (+ c. 284-305)

André era um oficial, um tribuno, do exército romano durante o reinado do Imperador Maximiano. Ele era sírio de nascimento e servia na Síria. Quando os persas ameaçavam o Império Romano com seus exércitos, André era designado a comandar o exército imperial em defesa contra os inimigos. Portanto, André foi promovido ao posto de general – “Stratelates”. Secretamente um cristão, mesmo sem ter sido batizado, André confiava no Deus Vivo e escolheu apenas os melhores dentre seus homens para entrar em batalha. Antes da batalha, ele disse aos soldados que, se estes invocassem a ajuda do único e verdadeiro Deus, Cristo Senhor, seus inimigos seriam dispersos como poeira diante deles. De fato, todos os soldados encheram-se de zelo por André e sua fé e invocaram Cristo por assistência. Então, eles atacaram. O exército persa foi sumariamente destruído. Quando o vitorioso André retornou a Antioquia, pessoas invejosas acusaram-no de ser cristão, e o representante imperial convocou-o à corte. André confessou abertamente sua inabalável fé em Cristo. Depois de torturá-lo desumanamente, o representante lançou-o na prisão e escreveu ao imperador de Roma. Tendo conhecimento do respeito com que as pessoas e o exército partilhavam por André, o imperador ordenou que o prisioneiro fosse solto e que buscasse outra oportunidade ou ocasião para matar André. Por revelação divina, André soube da ordem do imperador, logo, tomando consigo seus fiéis soldados, 2.593 ao todo, ele partiu para Tarsos, na Cicília, onde todos foram batizados pelo Bispo Pedro. Perseguidos até mesmo lá pelas autoridades imperiais, André e seu batalhão partiram para mais longe, para o Taurus, o monte armênio. O exército romano alcançou-os lá, enquanto oravam num campo, e todos eles foram decapitados. Nenhum tentou defender-se, mas todos desejaram sofrer o martírio por Cristo. Neste local, onde correu o sangue dos mártires, brotou uma fonte de águas curativas, que curava muitas pessoas de várias doenças. Bispo Pedro, em segredo, trouxe seu povo e honrosamente enterrou os corpos dos mártires onde eles haviam sido assassinados. Morrendo honradamente, eles foram coroados com os louros da glória e foram habitar no Reino de Cristo, nosso Senhor.