O boi conhece seu dono e o asno o estábulo de seu mestre, mas Israel não conhece, Meu povo não Me considera (Isaías 1:3).
A maneira mais certeira de evidenciar-se a ingratidão humana é comparar esta com a gratidão dos animais. Enquanto o boi irracional conhece seu dono, e o asno sabe de em qual estábulo ele se alimenta, como, então, pode o homem racional não conhecer Deus, seu Criador e Nutridor? A palavra “Israel” significa “aquele que vê Deus”. E cada homem racional, por seu intelecto, deve ser um “que vê Deus”, conhece Deus, sente a presença de Deus e serve a Deus, como o magnânimo e meigo Jacó serviu-Lhe uma vez. Porém, quando o homem racional, cuja dignidade inteira consiste no conhecimento de Deus, não O conhece – quando “o que vê Deus” torna-se cego para Ele – então, a dignidade do boi e do asno é elevada bem acima da do homem. Pois, os bois – sem exceção – reconhecem seu mestre, e os anos – também sem exceção – sabem quem os alimenta, enquanto que entre os homens há exceções. Há indivíduos – muito frequentemente líderes de outros homens – que não reconhecem seu Senhor nem seu Nutridor. Em toda natureza criada, o ateísmo é uma doença encontrada somente entre os homens, pois o ateísmo consegue ser condição de normalidade e saúde apenas para os homens e não para os animais. Assim, a não crença em Deus não constitui um mal dos animais, mas dos homens (Nossa! E somente dos homens!), visto que somente aos seres humanos está destinado ser “os que vêem Deus” e, perdendo sua crença em Deus, tornam-se piores do que bois e asnos.
Eis a visão de Isaías, filho de Amós, o Profeta de Deus.
Ó Deus do meigo Jacó, de Israel, o iluminado “que vê Deus”, ajude-nos a manter nossa dignidade humana – a dignidade dos “que vêem a Deus”, para que, assim, a cada dia e a cada hora, possamos conhecer e reconhecê-Lo com gratidão, como nosso Senhor e Nutridor.
A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.