“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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domingo, 15 de fevereiro de 2009

"O Santo Encontro de Nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo (Apresentação do Cristo no Templo - Hypapante)"

A Festa da Apresentação nasceu em Jerusalém. Conhecemos a celebração que se fazia nessa cidade no século IV, pela descrição do peregrino de Etérea. De Jerusalém a festa se expandiu para toda a Igreja. No ocidente, conservou-se até hoje a procissão solene e a bênção das velas que já se fazia em Jerusalém no século IV.

Esta festa que encerra o ciclo da Natividade, nos lembra que, no 40º dia após o nascimento de seu Filho “primogênito”, Maria leva-O ao templo, segundo a Lei de Moisés, para ali ser oferecido ao Senhor pelo sacrifício de duas rolas ou duas pombinhas (Lc. 2,22-37).

“Hoje, Aquele que havia dado a Lei a Moisés, sujeita-Se aos preceitos da Lei, fazendo-Se – por nós – semelhante a nós, em Seu amor pelos homens...” (Vésperas).

O Verbo divino Se abaixa dessa forma, pois Ele é verdadeiramente homem e Se submete à lei: “Tu que reproduzes fielmente a obra d´Aquele que Te engendra antes dos séculos, revestiste por compaixão da fraqueza dos mortais” (Ode VI).

Porém, esse ato de submissão à Lei é também o primeiro encontro oficial de Jesus com Seu Povo, na pessoa de Simeão. Por isso a Festa se chama Encontro (Hypapante). “ Aquele a quem os Espíritos suplicam com temor, é recebido aqui na terra nos braços corporais de Simeão, que proclama a união da divindade com os homens” (Grandes Vésperas). Encontro mas também manifestação. “Hoje a Santa Mãe de Deus, maior em dignidade que o Santuário, aí penetra para manifestar ao mundo Aquele que fez a Lei e também a cumpriu” (Grande Vésperas). A Virgem hoje acompanha a Criança em Sua primeira oferenda ao Pai, porém Ela também O acompanhará até a realização de Seu Sacrifício pela humanidade: “E Tu, imaculada, anunciou Simeão à Mãe de Deus, uma espada trespassará também a Tua própria alma, quando na Cruz vires Teu Filho” (Ode VII).

Os himnógrafos não criaram expressões belas o suficiente para louvar o papel da Virgem que se associa, dessa forma, à obra de Seu Filho. “Ornamenta tua câmara nupcial, Sião e recebe o Cristo Rei, abraçai, Maria, a Porta do Céu, pois Ela aparece semelhante ao trono dos Querubins. Ela traz o Rei da Glória. A Virgem é nuvem de luz trazendo em Sua carne Seu Filho nascido antes da estrela da manhã...” (Grandes Vésperas)

Ela é, certamente, a Porta do Céu, uma vez que faz entrar entre nós Aquele de quem não poderíamos nos aproximar e que nos liberta. É isso o que a Igreja exprime pela boca de Simeão:

“Agora, Senhor, deixa o Teu servidor, segundo a Tua palavra, partir em paz, porque os meus olhos viram a Salvação que vem de Ti. Luz que brilhará sobre todas as nações e glória de Teu povo Israel” (Ode VII)

E o ancião se faz profeta da alegria que virá: “Eu vou me juntar a Adão, preso nos infernos, e anunciar a Eva a boa nova” (Ode VII)

Hoje, juntamente com toda a Igreja, “vamos nós também, ao som dos cantos e hinos, ao encontro de Cristo, e acolhamos Aquele em quem Simeão viu a Salvação” (Grandes Vésperas).

Tropário, t.1
Salve, ó cheia de graça, Virgem Mãe de Deus, pois de Ti Se levantou o Sol de Justiça, o Cristo nosso Deus, iluminando aqueles que estavam nas trevas. Rejubila também, justo Simeão, que recebeste nos teus braços Aquele que liberta as nossas almas e nos dá a Ressurreição.

Kondákion, t. 1
Tu que santificaste, pelo Teu Nascimento, o seio virginal e abençoaste, na Tua Apresentação, as mãos de Simeão, salvaste-nos agora ao vir a nosso encontro, ó Cristo nosso Deus. Conceda a Paz à Tua Igreja confirma nossos pastores no Teu amor, Tu único Amigo do homem.