Esse glorioso santo nasceu na Itália e foi criado na cidade de Milão. Ainda jovem, dedicou-se ao serviço militar. Por ser instruído, belo e corajoso, recebeu o favor do Imperador Diocleciano, que o designou capitão de sua guarda imperial. Em segredo, confessava a fé cristã e orava ao Deus Vivo. Como um homem honorável, justo e misericordioso, Sebastião era muito amado por seus soldados. Sempre que pôde, salvou cristãos da tortura e da morte; e, quando incapaz de fazê-lo, exortou-os a morrer por Cristo Deus Vivo sem voltar atrás. Dois irmãos, Marcos e Marcelino, que haviam sido presos por Cristo e já estavam a um passo de repudiá-lo e adorarem os ídolos, foram confirmados na Fé por Sebastião, que os revigorou para o martírio. Enquanto falava com eles, encorajando-os a não temer a morte por Cristo, sua face se iluminou. Todos viram seu rosto radiante como o de um anjo de Deus. Sebastião também confirmou suas palavras com milagres: curou Zoé, mulher do carcereiro Nicóstrato, que era muda havia seis anos; levou ela, Nicóstrato e sua família inteira ao batismo; curou os dois filhos doentes de Cláudio, o comandante, e trouxe ele e sua família ao batismo; curou Tranquilino, pai de Marcos e Marcelino, de gota e dores nas pernas que o atormentavam havia onze anos, e levou-o ao batismo com toda a sua casa; curou o Eparca romano Cromácio da mesma doença e trouxe ele e seu filho Tibúrcio ao batismo. O primeiro deles a sofrer foi Santa Zoé, capturada junto ao túmulo do Apóstolo Pedro, onde orava a Deus. Depois de a torturarem, lançaram-na no Rio Tibre. Em seguida prenderam Tibúrcio, e o juiz pôs carvões em brasa diante dele, dizendo-lhe que escolhesse entre a vida e a morte, isto é, atirar incenso sobre os carvões e incensar os ídolos ou permanecer descalço sobre os carvões quentes. São Tibúrcio fez o sinal da Cruz, pisou descalço sobre os carvões incandescentes e permaneceu ileso. Depois disso, foi degolado. Nicóstrato foi morto com uma estaca, Tranquilino foi afogado, e Marcos e Marcelino foram torturados e trespassados por lanças. Então Sebastião foi trazido perante o Imperador Diocleciano. O imperador censurou-lhe por sua traição, mas Sebastião disse: "Eu sempre orei ao meu Cristo pela tua saúde e pela paz do Império Romano". O imperador ordenou que ele fosse despido de suas vestes e cravejado de flechas. Os soldados o alvejaram com flechas, até o mártir ficar tão completamente coberto de flechas que o seu corpo não podia mais ser visto por causa delas. Quando todos pensaram que ele estava morto, apareceu vivo e plenamente são. Então os pagãos o mataram com cajados. Padeceu gloriosamente pelo Cristo seu Senhor e tomou posse de sua morada no Reino de Cristo no ano de 287, no tempo de Diocleciano, o imperador, e Gaio, o Bispo de Roma.
Com um saco de flechas seu corpo foi vestido.
Mas por baixo das flechas, sua alma estava intacta;
Seu coração se elevava até os céus em oração.
Sebastião suportou sofrimento pelo Cristo.
Que são reinos poderosos, que são grandes riquezas,
Comparados a essa honra, comparados a essa iluminação –
Ser cravejado de flechas por amor ao Deus Vivo?
O maravilhoso Sebastião desejou isso:
Ser crucificado pelo Salvador crucificado,
Confirmar a verdade pelo sofrimento e pelo sangue,
Testemunhar a Fé perante o céu e a terra.
O Senhor Onividente, que vê toda a criação,
Mediu e contou cada gota de sangue,
E recompensou Sebastião no Reino Eterno,
Banhando-o de bênçãos sem medida.
Ó Mártir gloriosíssimo, que sofreste pelo Cristo,
E por meio de teu sofrimento ampliaste a Igreja:
Ora a Deus pela Igreja na terra,
Para que ela se torne cada vez mais bela e ainda maior.