“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Anavathmoi
A Igreja de Santa Zenaide (Zinaida) na Internet
às 10:06
Marcadores: Notícias Gerais
A Palavra feita Imagem
"Fresquista e Iconografo, que hace un puentre entre Oriente y Occidente realizando ìconos y frescos de estilo romànico y bizantino, verdaderas ventanas habiertas hacia lo divino, en donde contemplanos activamente los misterios en una ìntima comuniòn entre arte y espiritualidad".
Oração (IV)
Ó Mestre e Amigo dos homens, faz brilhar nos nossos corações a luz pura da Tua divina sabedoria e abre os olhos do nosso entendimento à compreensão da Tuas pregações evangélicas; deposita em nós o temor dos Teus bem-aventurados mandamentos para que, depois de esmagarmos aos pés todas as paixões carnais, prossigamos em busca da cidade espiritual, concebendo e realizando tudo o que é da Tua vontade. Pois que Tu és a nossa santificação e a nossa iluminação e nós Te damos glória, Pai, Filho e Espírito Santo, eternamente agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Santo Pontífice e Confessor, Gregório, o Taumaturgo, Arcebispo de Neocesareia (+270) - 17/30 novembro
Ele e seu irmão passaram muitos anos sob a educação de Orígenes, mas puderam discernir claramente alguns erros nos ensinamentos de Orígenes acerca dos mistérios de Deus. Recusando muitas ofertas de cargos e posições seculares, Gregório se retira para viver na ascese. O Arcebispo de Amesia, conhecedor de sua habilidade e santidade, o consagra aos 30 anos, apesar de sua resistência, a Bispo de Neocesareia.
Quando chega em Neocesareia como Bispo havia apenas 17 cristãos. Depois de fervorosas orações e inumeráveis milagres, após seu repouso existiam apenas 17 pagãos.
Certa vez a Mãe de Deus e São João Teólogo apareceram a ele e lhes revelaram inúmeros mistérios divinos, uma graça concedida a poucos. Até mesmo seus detratores o consideravam um segundo Moisés. Repousou em paz em 275.
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Antidoron
“Da Privação de todo conforto”
Posto que a humanidade santa do Salvador gozasse por sua íntima união com o Verbo divino, de inalterável paz e constante alegria, não deixava ele, todavia, de ressentir muitas vezes na parte inferior da alma, as aflições e dores que são a triste herança de nossos primeiros pais. Quem se não lembra daquelas palavras do Salvador: “Minha alma está triste até a morte!” “Meu Pai! Meu Pai! Por que me abandonastes?” (Mt. 26, 38; 27, 46)
Assim a alma cristã, sem perder a paz é também provada pela tristeza e pelas atribulações interiores. Se ela gozasse sempre de consolações, seria para recear que caísse pouco a pouco na acedia; e que teria ela então a oferecer a seu divino esposo? “A virtude aperfeiçoa-se na enfermidade”, nos ensina o Apóstolo, e acrescenta: “Gloriar-me-ei, pois, em minhas enfermidades, para que habite em mim a virtude de Jesus Cristo” (2 Co. 12,9)
Esta espécie de desamparo, este desterro do coração, nos recorda vivamente nossa miséria, que muito facilmente esquecemos, exercita nossa fé, estimula nosso amor e nos mantém na humildade.
Nessas horas de míngua, em que Deus parece retirar-se de ti, guarda-te de fraquear sob o peso da provação, e não te abandones ao desalento. Se queres levar com ânimo a tua cruz, não te inquietes de seu peso; ele se tornará leve pela total conformidade com a vontade de Deus. Em vez de gemeres, e de te perturbares, consola-te e alegra-te; porque está escrito: “Os que semeiam nas lágrimas colhem com na alegria. Iam chorando quando deitavam a semente à terra, virão cheios de alegria quando trouxerem em suas mãos louras paveias” (Sl. 125(6),5 6)
Ò minha alma, quando por todos os lados te sentires atraiçoada na terra, eleva-te ao céu, porque Deus não está longe dos aflitos; a verdadeira doutrina lança raízes em nossas lágrimas e dá frutos de virtude para a vida eterna.
Santo Apóstolo e Evangelista, Mateus, um dos Doze Santos Apóstolos do Senhor (+60) - 16/29 novembro
Mateus, era um rico coletor de impostos, e respondeu ao chamado do Mestre com entusiasmo. Encontramos no Evangelho de Lucas a pessoa de Mateus que prepara e convida o Mestre para a grande festa de despedida em sua casa. Assim uma numerosa multidão de publicanos e outros condenados pelo povo, sentaram-se à mesa com ele e com Àquele que veio, não para os sãos, mas sim para os doentes; não para os justos, mas para os pecadores. Chamando-os à conversão e à vida nova. Por isso, tocado pela Misericórdia daquele que olhou e amou, Levi (Mateus) no silêncio e com discrição, livrou-se do dinheiro, fazendo o bem.
É no Evangelho de Mateus, que contemplamos mais amplamente, trechos referentes ao uso do dinheiro, tais como: "Não ajunteis para vós, tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os destroem." e ainda: "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro." Com Judas, porém, ficou o encargo de "caixa" da pequena comunidade apostólica que Jesus formava com os seus. Mateus deixa todo seu dinheiro para seguir a Jesus, e Judas, ao contrário, trai Jesus por trinta moedas !
Mateus é o primeiro a chegar à África do Norte, na Etiópia, e aí, entre vários milagres, ressuscita a filha do rei, a princesa Efigênia. Ela, o rei e todo o povo se convertem ao cristianismo, sendo até hoje uma das nações mais cristãs da África, e Efigênia, a primeira negra a converter-se ao Cristianismo, ainda no primeiro século. Ifigênia tira os sapatos de princesa, recebe o Batismo cristão das mãos de São Mateus
Mateus que festejamos com toda a Igreja, tem como significado do nome, Dom de Deus, ficou conhecido no Cristianismo nem tanto pela sua obra missionária no Oriente, mas sim, pelo Evangelho, que no Carisma extraordinário da inspiração, pôde escrever, entre 80-90, na Síria e Palestina. Celebramos também seu martírio que acabou fechando com a palma da vitória o testemunho deste Apóstolo, Santo e Evangelista.
Pelas orações do Santo Apóstolo São Mateus, ó Cristo nosso Deus, tem piedade de nós!
Oração (III)
Pai Santo, Tesouro de bens, Fonte Inesgotável, Autor das coisas prodigiosas, Todo-Poderoso e Mestre de todas as coisas, todos Te adoramos e Te pedimos, apelando à Tua piedade e compaixão, o auxílio e o socorro na nossa miséria. Lembra-Te de nós, Senhor, que Te suplicamos: recebe as nossas orações no Teu altar celeste e espiritual. Pois Tu és o nosso Deus e nós Te damos glória, Pai, Filho e Espírito Santo, eternamente agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Viagem ao Nordeste
às 10:55
Marcadores: Notícias da Eparquia
“Como o homem de si mesmo nada tem de bom e de nada pode gloriar-se”
Apareceu, enfim, o Redentor e disse: “Eis-me aqui” e seu sangue satisfez à justiça divina, e sua graça reparou a rudeza do entendimento e a desordem do coração: por ela foi restabelecida a imagem de Deus em sua criatura decaída. Incompreensível mistério de amor! E como corresponder a um tal benefício? Reconheçamos ao menos a nossa fraqueza e nossa indigência; não nos atribuamos nenhum dos bens que nos são dados gratuitamente; demos a glória a quem ela pertence e entraremos com todas as potências de nossa alma nos sentimentos do Profeta: “Deus e Senhor meu, eu vos invoquei e vós me ouvistes. Tirastes minha alma do inferno e separaste-me dos que descem ao profundo abismo. Cantai louvores ao Senhor, vós que sois seus santos e celebrai a memória de sua santidade” (Sl. 29,3,5)
Oração (II)
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Santo Apóstolo Filipe, de Betsaida, um dos Doze Santos Apóstolos do Senhor (+séc.I) – 14/27 de novembro
Oração (I)
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Mosteiro de Santo Onofre, em Jableczna - Polônia
Ambão
Santo Pontífice e Confessor, João I, o Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (+407) - 13/26 novembro
De todos os Padres, foi João que mais se destacou em eloqüência, motivo por que logo passou a ser costume dar-lhe o nome de CHRYSOSTOME (Boca de Ouro). Sua pregação baseava-se sobretudo na Santa Escritura, cujo mel ele havia laboriosamente saboreado na solidão. Ele gostava de explicar o sentido literal das Escrituras e demonstrar a unidade do plano divino que ela revela, aplicando-a sempre à vida cristã imediata.
São João Crisóstomo contemplava o abismo dos mistérios divinos e sondava a riqueza dos dogmas, mas sabia mostrar que estes encontram seu esplendor nas santas virtudes: em particular a esmola, a justiça, a humildade, a penitência e a compunção do coração firmado sobre a confiança na grandeza infinita da misericórdia de Deus. É por isso que muitas vezes ele foi chamado “Pregador da Misericórdia” e “Olho iluminado da Penitência”. Ele não se contentava porem só com a pregação: organizava a beneficência, dirigida as cerimônias e as orações, ocupava-se de cada um como de sua própria alma, e arbitrava questões públicas, como a destruição das estátuas do imperador Teodósio pelo povo em revolta, no ano de 387. Sem a intervenção do santo, teria havido sangrentas repressões.
CD "Canto Ortodoxo - Matinas e Liturgia Pascais"
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domingo, 25 de novembro de 2007
O Sacerdócio Real: A ordenação dos Diáconos
Na origem, os sete primeiros diáconos eram encarregados de “servir às mesas” (At.6,2), na hora das refeições comunitárias dos cristãos onde “algumas viúvas haviam sido negligenciadas” (At.6,1) a fim de que os Apóstolos pudessem consagrar-se “à oração e ao ministério da Palavra” (At.6,4).
O serviço dos pobres, mas também o serviço da Mesa eucarística - distribuir os alimentos terrestres aos primeiros, mas também o pão celeste, a divina Comunhão aos fiéis - esta é a função dos diáconos da Igreja.
sábado, 24 de novembro de 2007
Santo Pontífice e Confessor, João, o Esmoler, Papa de Alexandria (+619) - 12/25 novembro
Dois contemporâneos dele, João Moscus e Sophronius deram autenticidade a sua história, em seus relatos. João, filho de um nobre de nome Epiphanius, governador de Chipre casou-se ainda muito novo, mas quando sua esposa e seus dois filhos morreram (provavelmente de varíola ) ele entrou para a vida religiosa, deu seus bens para os pobres e ficou famoso pela sua santidade e caridade. Quando João tinha 50 anos e ainda um leigo ele foi escolhido Patriarca de Alexandria pelo seu irmão adotivo Nicetas, que havia ajudado o Imperador Heraclius a subir ao poder. A Igreja havia sido muito reduzida pela heresia Monofisita e João se empenhou em recomendar a ortodoxia, dando exemplos de vida virtuosa e santa. Logo que assumiu o cargo o Patriarca João ordenou que se fizesse uma lista dos pobres. A lista tinha 7500 nomes dos pobres da Diocese os quais ele alimentava todos os dias. Uma das primeiras ações de seu episcopado foi a distribuição de 80.000 peças de ouro para hospitais e monastérios. Quando alguns protestaram, ele respondeu que havia tido uma visão. Contou que uma linda mulher apareceu para ele representado a Caridade e lhe disse : "Eu sou a filha mais velha do Senhor Rei. Se você for meu amigo eu o levarei a Ele". Assim ele seguiu sistematicamente a política de "Esmoler" (aquele que dava esmolas) até a sua morte em 11 de novembro de 619.
Todas as quartas e sextas feiras ele sentava no banco do lado de fora da igreja, arbitrando disputas, dando conselhos, ouvindo as reclamações dos necessitados e imediatamente procurava corrigir os erros que estavam prejudicando aquelas pessoas. Ninguém era insignificante para não ter a sua atenção. As funções de seu ofício, orações e leituras ocupavam muito do seu tempo, mas ele nunca pronunciou uma palavra de reclamação. Bravo, ele expulsava da sua igreja aqueles que tomavam dos pobres e não permitia aos detratores entrarem em sua igreja. Por outro lado sempre desarmava seus inimigos pela sua humildade e às vezes até se ajoelhava a seus pés pedindo perdão.
Kondákion, t.2
“Do agradecimento pela graça de Deus”
Dispõe-te mais para a paciência que para as consolações; antes para levar a cruz que para alegria.
Que homem mundano não aceitaria, de boa vontade, as consolações e alegrias espirituais, se as pudesse conseguir?
Na verdade, as consolações espirituais excedem todas as alegrias do mundo e todos os deleites da carne.
Porque todas as delícias do mundo são vãs ou torpes e somente as do espírito são suaves e honestas, geradas pelas virtudes e por Deus infundadas nas almas puras.
Mas ninguém pode, à medida de seus desejos, gozar dessas divinas consolações, porque a tentação não cessa por muito tempo.
Grande obstáculo às visitas celestes é a falsa liberdade de espírito e a demasiada confiança em si mesmo.
Deus faz bem, dando-nos a graça da consolação; o homem, porém, procede mal, não retribuindo tudo com ações de graças.
Não correm para nós, liberalmente, os dons da graça, porquanto, ingratos para com o seu dispensador, não atribuímos tudo à fonte original.
Com efeito, a graça é sempre concedida ao que sabe, dignamente, agradecê-la; tira-se do soberbo o que se costuma dar ao humilde.
Não quero consolação que me tire a compunção, nem desejo contemplação que me leve à soberba.
Porque nem tudo o que é elevado é santo; nem tudo o que é bom é doce; nem todo o desejo é puro, nem tudo o que nos deleita é agradável a Deus.
De boa vontade recebo a graça, que me torne mais humilde e timorato e me faça mais disposto à renuncia de mim mesmo.
O homem instruído pela graça e provado pelo castigo da subtração da mesma, já não ousará atribuir bem algum a si próprio; ao contrário, confessar-se-á pobre e desprovido de tudo.
Dá a Deus o que é de Deus e atribui a ti o que é teu.
Coloca-te sempre no último lugar e ser-te-á dado o mais elevado; porque não existe alto sem baixo.
Os maiores santos, diante de Deus, são os que, aos próprios olhos, menores se julgam e, quanto mais exaltados, mais humildes em si mesmo.
Com estão cheios da verdade e da glória celeste não cobiçam a glória deste mundo.
Os que estão fundados e confirmados em Deus, de nenhum modo podem ser soberbos.
E os que atribuem a Deus todo o bem que Nele receberam, não buscam mútuos louvores, mas desejam, somente, a glória, que Dele procede e aspiram, unicamente, que Deus seja louvado acima de todas as coisas, neles e em todos os santos e tendem sempre para Deus.
Agradece, pois, o mínimo benefício e tornar-te-ás digno de receber maiores bens.
Considera o pouco em grande conta e o menor dom como dádiva singular.
Se se considera a dignidade de quem dá, nenhuma dádiva te parecerá pequena ou de menor valor, porque não pode ser pouco o que é dado por Deus soberano.
Ainda que nos envie penas e castigos, devemos agradecer-lhe; porque é sempre para a nossa salvação quanto faz ou permite que suceda.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Santo Megalomártir, Menas de Alexandria (+304) - 11/24 de novembro
Visita Pastoral de S. Exa. Revma. Ambrósio, Bispo Ortodoxo do Recife a Guarabira, Paraíba
D. Ambrósio seguiu para Guarabira no sábado, dia 16, acompanhado do padre Lucas e dos fiéis de Recife, Cláudio e George. Neste mesmo sábado, à noite, visitou a comunidade de Pipiri que fica a aproximadamente 5 km do centro de Guarabira, onde se concentra a maior parte das pessoas dispostas a tornarem-se cristãos ortodoxos. Após a leitura de um trecho do Evangelho e de pequena pregação D. Ambrósio conversou com as pessoas da comunidade, pessoas simples e humildes desta localidade pobre e carente. Tais pessoas, ainda que humildes, simples e pobres trazem o coração totalmente aberto para o Evangelho de Cristo e dispostas a recebê-lo e amá-lo com fé, fervor e devoção. Isto fica claro no semblante de cada um deles. Nesta noite ainda foi realizada a oração do Pai Nosso e a oração de Jesus em uníssono pelo grupo todo, num momento de fervor espiritual muito cativante. D. Ambrósio falou por alguns minutos ao grupo sobre assuntos como Cristianismo Ortodoxo, fé e vida em Igreja. A seguir visitou o local, cedido por dois fiéis da comunidade, para a construção da futura paróquia de Pipiri. Um pequeno pedaço de terreno entre as casas destes dois fiéis, medindo aproximadamente 39,4 m2 (4,8 m de frente e 8,2 m de fundo). Espaço suficiente para a construção de uma pequena capela.
No dia seguinte às 9:00 h foi realizada a Sagrada Liturgia numa das salas do colégio Santo Antônio, cedida especialmente para este fim. Vinte e sete pessoas compareceram a esta Liturgia, não só da comunidade de Pipiri, assim como moradores do centro de Guarabira. Após a Sagrada Liturgia o sr. D. Ambrósio novamente pregou para a comunidade e exortou a todos a permanecerem fiéis aos princípios cristãos e ao ideal de se tornarem cristãos ortodoxos. Finalmente, durante os ágapes, por decisão em conjunto, mas sob a liderança de D. Ambrósio, a comunidade escolheu como patronos da futura capela de Pipiri a São Pedro e São Paulo, os corifeus dos apóstolos da Igreja de Cristo.
Parte do grupo seguiu para a casa do fiel Emiliano Camilo para um delicioso e agradável almoço que encerrou a visita.
às 11:42
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Oração a Toda Santa Mãe de Deus
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Santos Apóstolos e Discípulos do Senhor, Erasto, Olímpio, Herodião, Sosípatro, Quarto e Tércio dos Setenta (+séc.I) - 10/23 novembro
I Catisma (ofício de Matinas), t. 1
Horas canônicas
Primeira Hora Canônica – é realizada imediatamente após a celebração de Matinas. Relembra aos fiéis o julgamento de Jesus Cristo por Pilatos, que teve lugar nas primeiras horas da manhã. Por isso, lêem-se os Salmos 5, 90 e 101, nos quais se repetem as palavras “julgamento”, “misericórdia”, são apresentadas a ira e hostilidade injusta, assim como, o pedido de misericórdia.
Terceira Hora Canônica – Os Atos dos Apóstolos (2, 15; 10, 9) já testemunham que já nos tempos apostólicos os cristãos realizavam as orações da Terceira e Sexta Horas Canônicas. O ofício da terceira hora canônica foi estabelecido em memória da flagelação e insultos que Jesus sofreu por seus perseguidores depois do julgamento de Pilatos, assim como, da recordação da Descida do Espírito Santo sobre os apóstolos.
Sexta Hora Canônica – este ofício recorda o sofrimento e a crucifixão de Cristo. Nos Salmos 54, 55 e 91 há os textos sobre os sofrimentos, estes Salmos escolhidos ilustram os atentados à vida de Cristo, os insultos, em seguida o terremoto e a escuridão, que cobriu a terra. O Salmo 91 mostra a ajuda do Pai aos sofrimentos do Filho. Todas as Horas Canônicas descritas acima constituem ofícios preparatórios para o ofício mais importante e central – a Sagrada Liturgia.
Nona Hora Canônica – este ofício foi estabelecido em memória do martírio e morte na cruz de Jesus Cristo. Segundo o Evangelho, na hora nona Jesus morreu na Cruz (Mt 27, 46-50; Mc 15, 34-37; Lc 23, 46; J 19, 30).
O Sacerdócio Real: A ordenação dos Padres
"Boletim Interparoquial"
Oração de São Macário (VII)
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Catecúmeno
A Comunidade inteira era envolvida, uma vez que ela devia se preparar para receber os novos membros. É a partir desta dupla ação – a dos catecúmenos e a comunidade que se desenvolveu o período pré-pascal, hoje chamado de Grande Quaresma, que se encerra na Santa Noite de Páscoa e na “iluminação” daqueles que “vêm a Cristo e procuram n’Ele a salvação e uma vida nova”. A liturgia de Páscoa é essencialmente uma liturgia batismal. Páscoa, a Festa das Festas, é verdadeiramente o complemento do batismo e o batismo é verdadeiramente um sacramento pascal.
O fato de a maior parte dos novos batizados, hoje, serem de bebês, parece tornar anacrônicas certas partes do ritual do batismo. Deve-se, contudo, compreender, diz o padre Schememann, que a preparação é um dos aspectos permanentes e fundamentais da vida litúrgica. Ela nos prepara para a vida eterna. Por seu ensinamento da doutrinas e suas orações ela nos revela sem cessar que os “valores” que dão sentido à nossa vida são aqueles que estão “por vir”, aqueles que aguardamos, que esperamos. Complemento, pois o Cristo veio. N’Ele o homem foi deificado e subiu aos Céus. O Espírito Santo veio e sua vinda inaugurou o Reino de Deus.
A preparação e o complemento não acontecem um sem o outro. Assim, se esclarece o pleno significado da palavra catecúmeno. Aos catecúmenos era destinado um lugar próprio na igreja e eram enviados para fora antes do começo da parte eucarística da Liturgia. Com a adoção mais ou menos universal do batismo infantil, eles deixaram de existir como uma classe à parte: mas a Igreja Ortodoxa ainda mantém uma Litania especial pelos catecúmenos, que é concluída com sua despedida da igreja e ocorre pouco antes da Grande Entrada.
O Sacerdócio Ministerial: A ordenação dos Bispos
São Paulo assim escrevia a Timóteo, sua primeira carta que lhe dirigiu: : “Não negligencies o dom espiritual que há em ti, que foi conferido por uma intervenção profética acompanhada da imposição das mãos do Colégio dos anciãos” (1Tm.4,14). E numa segunda carta dirá: “Convido-te a reanimar o dom que Deus depôs em ti pela imposição de minhas mãos”(2Tm.1,6).
Ele confia a este mesmo Timóteo a tarefa de ordenar, por sua vez, os anciãos (“Não te apresses em impor as mãos” - 1Tm.5,22) e confiar-lhes o ensinamento dos Apóstolos: “Aquilo que aprendeste de mim, confiai-o a homens seguros, capazes de, por sua vez, instruir outros!” (2Tm.2,2). E roga a Timóteo que “permaneça em Éfeso” (1Tm.1,3) para realizar esta missão.
Temos assim no Novo Testamento, na pessoa de Timóteo, o exemplo vivo daquilo que a geração que seguirá os Apóstolos - a dos “Pais Apostólicos" - chamará de bispo.
E o que vem a ser um bispo?
São Justino (morto em 155) diz-nos que o bispo é aquele que preside a Assembléia eucarística (Proestos). Portanto, na cidade onde mora, ele tem, três funções:
- É encarregado de conduzir o povo de Deus para o Reino, como Moisés o conduziu através do deserto para a Terra Prometida.
- É encarregado de alimentar este povo com a Palavra de Verdade (“Aquilo que aprendeste de mim, confia-o a homens seguros, capazes, por sua vez, de instruir a outros”), de transmitir-lhe o ensinamento que os Apóstolos receberam de Cristo. É esta transmissão da Verdade de Cristo, da qual os bispos são fiadores, que se chama “Tradição Apostólica”. E a sucessão ininterrupta de bispos à frente da Igreja permanecendo fiel ao ensinamento dos Apóstolos chama-se “SUCESSÃO APOSTÓLICA”. Ela garante a unidade da Igreja através do tempo, religando pela proclamação da mesma verdade, da mesma palavra de Deus, umas às outras gerações sucessivas vivendo no mesmo lugar.
- É encarregado de alimentar o povo de Deus com o Pão vindo do Céu que é distribuído pelos diáconos ao longo da Assembléia eucarística a que preside. A presença dos apóstolos à frente da Assembléia eucarística significa que trata-se, sim, da Assembléia fundada por Cristo e seus Apóstolos, quer dizer, da Igreja una, santa, católica e apostólica. O bispo que reúne todos os fiéis de um mesmo lugar para a comunhão no Corpo e no Sangue do mesmo Cristo deve, com efeito, estar ele próprio em comunhão com todos os outros bispos das igrejas reunindo-se em outros lugares: ele representa assim sua igreja junto a todas as outras e todas as outras junto a sua. O bispo é, assim, o fiador da unidade da Igreja através do espaço.
O Colégio dos Bispos tem, então, na Igreja, o lugar que era do Colégio dos doze Apóstolos: ele garante a “apostolicidade” da Igreja, quer dizer, a continuidade de sua vida, de sua missão e de seu ensinamento desde a época onde os próprios apóstolos a conduziam.
Concílios são assembléias de bispos que se reúnem periodicamente em diversos níveis; devem reunir-se duas vezes por ano em cada região; reúnem-se a nível de cada país uma vez a cada três anos. Reúnem-se excepcionalmente a nível de mundo todo: então são os Concílios Ecumênicos. Não houve senão sete ao longo da história da Cristandade reconhecidos pela consciência da Igreja como verdadeiramente ecumênicos (Nicéia-325, Constantinopla-381, Éfeso-431, Calcedônia-451, Constantinopla-680, Nicéia-787). No entanto, mais frequentemente - e cada vez que uma doutrina falsa vinha perturbar a consciência dos fiéis e ameaçar distorcer a imagem de Cristo que a Igreja deve apresentar ao mundo, cada vez também que o bem do Corpo da Igreja o exigia - reuniram-se Concílios locais que permitiram à consciência da Igreja expressar a Verdade que habita nela.
Os Concílios têm por missão manifestar “a união das Santas Igrejas de Deus” expressando a unidade e a ORTODOXIA da fé na Igreja católica, a fim de que em todos os lugares e para sempre os cristãos acreditem naquilo que Cristo e seus Apóstolos ensinaram. Os concílios não constituem um governo; a Igreja não é um Estado; não há governo central da Igreja. A unidade da Igreja é a unidade da fé e de amor, uma visão comum da única Palavra de Deus, dada pelo Espírito Santo, quando este esclarece a consciência de todos, Ele cria o que se chama “a comunhão do Espírito Santo”.
Oração de Santo Antióquio
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Comemoração dos Santos Arcanjos e Anjos - 08/21 novembro
O Mistério do Crisma: O Pentecostes pessoal ou o Sacerdócio Real dos leigos
O livro dos Atos nos dá dois exemplos disso:
a) Atos 8, 4-25
Depois do apedrejamento de Estevão e da primeira perseguição da Igreja em Jerusalém por volta do ano 36, os cristãos de Jerusalém dispersaram-se para escapar da perseguição e o diácono Filipe foi pregar o Cristo na Samaria. Esta havia acolhido a palavra de Deus, mas os Samaritanos “haviam somente sido batizados em nome do Senhor Jesus Cristo”, e “o Espírito Santo não havia descido sobre nenhum deles” (8,16). Foi então que “os Apóstolos que estavam em Jerusalém enviaram à Samaria Pedro e João: estes desceram então até os Samaritanos e oraram por eles a fim de que o Espírito Santo lhes fosse dado (vs. 14 e 15)... então Pedro e João começaram a impor-lhes as mãos e recebiam o Espírito Santo”(vs.17).
b) Atos 19, 1-7
Quando o Apóstolo Paulo chegou em Éfeso (por volta do ano de 56) produziu-se algo semelhante: “Aí encontrou alguns discípulos e disse-lhes: recebestes o Espírito Santo quando abraçastes a Fé? Eles responderam-lhe: Não ouvimos sequer dizer se há algum Espírito Santo. E Paulo: qual batismo recebeste? - O batismo de João, responderam. Paulo diz, então: João batizou com o batismo do arrependimento dizendo ao povo que acreditassem n’Aquele que viria após ele, quer dizer, em Jesus. Com estas palavras eles foram batizados em nome do Senhor Jesus, e quando Paulo impôs-lhes as mãos, “o Espírito Santo veio sobre eles” e puseram-se a falar em línguas e a profetizar”(At. 19,1-7).
Assim, pela imposição das mãos dos Apóstolos os novos discípulos recebiam o Espírito Santo como o haviam recebido os primeiros discípulos em Jerusalém no dia do Pentecostes: o dom do Pentecostes perpetuava-se e perpetua-se: é isto que chamamos o mistério do Crisma, do grego CHRISMA, que quer dizer “unção”- pois trata-se da UNÇÃO do ESPÍRITO SANTO pela qual tornamo-nos aquilo que Cristo é em toda a eternidade: “ungidos” do Espírito Santo, pequenos cristos, cristãos.
Este mistério é habitualmente celebrado hoje em dia imediatamente após o Batismo, por uma unção com óleo santo como foi feito no crisma do Rei David.
O Evangelista São João diz-nos, com efeito, em sua primeira epístola “Recebeste a unção” (1Jo.2,20), e o Apóstolo São Paulo (2Co.1,21): “Foi Deus quem ungiu”.
O Apóstolo Pedro evocará de maneira particularmente surpreendente o caráter santo, sagrado, que esta unção confere ao povo de Deus: “Vós sois uma raça eleita, uma comunidade sacerdotal e real, uma nação santa...” (1Pe.2,9).
O que quer dizer, então, uma “comunidade sacerdotal e real?”. Vimos que Cristo é o nosso grande Sacerdote, que Ele é o intermediário entre Deus e os homens, que Ele é porta-voz de Deus junto aos homens e Advogado dos homens junto a Deus, e que esta função maravilhosa chama-se: o “Seu Sacerdócio”. Vimos também que Ele associa todo o Seu Corpo, toda a Sua Igreja, todos os seus membros neste sacerdócio, neste presbiterado: ainda é necessário que os membros de Sua Igreja estejam revestidos de Sua Santidade, que Ele lhes comunique Sua função sacerdotal, que Ele faça deles padres e também herdeiros de Seu Reino, futuros reis. É por isso que São João nos diz no Apocalipse: “Ele fez de nós reis e sacerdotes”(Ap.1,6;5,10). A Igreja é um povo de sacerdotes, e é o crisma que faz de todos os cristãos sacerdotes. É o que chamamos “sacerdócio real dos leigos” pelo qual os cristãos constituem “uma comunidade sacerdotal e real”.
Não esqueçamos que as palavras mudam frequentemente de sentido em função da evolução das idéias e dos acontecimentos da história. LEIGO vem do grego LAOS=povo; significava na origem - e significa ainda para os cristãos ortodoxos- “membros do povo de Deus”. Foi somente quando alguns “maus” cristãos esqueceram que eram um povo de sacerdotes e reis, e descarregaram todas as suas responsabilidades sobre o clero é que a palavra, então, tomou o sentido que hoje conhecemos (estranho à Igreja, que não é nem eclesiástico nem, religioso). Já faz muito tempo que os cristãos redescobriram o caráter sagrado, sacerdotal, de sua condição de leigos: por sua participação na divina Eucaristia, pelo bom entendimento que deveria reinar entre eles, por sua bondade para com os inimigos, por sua firmeza face aos comprometimentos interesseiros, para onde os Malignos deste mundo tenta arrastá-los, por todo o testemunho da comunidade, o conjunto dos cristãos tem a responsabilidade permanente de serem os representantes na terra da realeza e do presbiterado de Cristo: constituem verdadeiramente uma comunidade sacerdotal e real, em grego BASILEION HIERATEUMA. Pelo Crisma cada um de nós recebe a pessoa do Espírito Santo, Dom fundamental, que torna-o membro de um povo de sacerdotes. Este Dom fundamental está na raiz de todos os dons particulares do Espírito e que conferem responsabilidades particulares. É, então, por uma diferenciação funcional deste Dom fundamental que aparecem as funções específicas dos bispos, dos padres e dos diáconos.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Acatiste
“Sobre o Filho” – São Gregório de Nazianzo
Teve fome, mas alimentou milhares, é o pão da vida, o pão do céu. Teve sede, mas clamou: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”; também prometeu que jorraria uma fonte naqueles que cressem.
Cansou-Se, mas é o repouso para os fatigados e sobrecarregados. Ficou pesado de sono, mas tornou-Se leve sobre o mar, intimou os ventos, ergueu Pedro que afundava.
Pagou imposto, mas tirado do peixe, e reina sobre aqueles que O exigem. Chamaram-No de samaritano e de possesso do demônio; no entanto salva o que descera de Jerusalém e caíra nas mãos dos ladrões, é bem conhecido dos demônios, expulsa-os e precipita no abismo a legião de espíritos e, como o raio, vê cair o príncipe dos demônios.
Querem apedrejá-Lo, mas não O atingem. Reza, mas atende as preces. Chora, mas enxuga as lágrimas. Pergunta onde puseram Lázaro, pois é homem; ressuscita Lázaro, pois é Deus.
É vendido, e muito barato, trinta dinheiros; mas compra o universo por preço altíssimo, o próprio sangue. Como ovelha é levado ao matadouro, mas pastoreia Israel, agora também o mundo inteiro. Como cordeiro é mudo, mas é a Palavra, anunciada pela voz do que clama no deserto.
Sentiu fraqueza e foi ferido, mas cura toda debilidade, toda doença. Sobre o lenho é erguido, pregado; mas pelo lenho restitui a vida, salva o ladrão crucificado a seu lado, cobre-se de trevas o universo visível.
Dão-Lhe vinagre a beber, alimentam-No com fel. A quem? Àquele que muda a água em vinho, quie destrói todo o gosto amargo, Àquela doçura e todo nosso desejo.
Entrega a alma, mas tem o poder de retomá-La de novo, o véu do Templo se rasga, fendem-se as pedras, mortos ressuscitam.
Morre, mas vivifica; com Sua morte destrói a morte. É sepultado, mas ressurge. Desce aos infernos, mas leva as almas para o alto, sobe aos céus, mas virá para julgar os vivos e os mortos e porá estas tuas palavras.
Se essas Últimas expressões te dão pretexto para o erro, que as primeiras te libertem do engano.
Oração de São Simeão, o Novo Teólogo
domingo, 18 de novembro de 2007
Proskomídia
Santos Mártires, Galátio e sua esposa Epistêmia de Emesa - 05/18 de novembro
Anos depois, o pai de Galátio, agora viúvo, decidiu que ele se casaria com uma pagã chamada Epistêmia. Por obediência Galátio se casa mas não consuma o casamento. Tempos depois Espistêmia recebe o batismo e em sonho contemplou a glória daqueles que se consagram completamente a Deus; conta para Galático de seu sonho e os dois resolvem viver na virgindade instalando-se cada um em uma comunidade monástica.
Durante uma perseguição do imperador aos cristãos, Galátio é feito prisioneiro e espera na prisão a hora de sua morte. Epistêmia em sonho tem uma visão do acontecimento e pede a sua abadessa que a deixe se juntar a Galátio. Corajosamente anunciou sua fé em Cristo e depois de muitas humilhações e torturas os dois são decapitados.
Oração ao Nosso Senhor Jesus Cristo
sábado, 17 de novembro de 2007
Sexualidade
O corpo não é destinado para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor pra o corpo... Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Devo eu, portanto, pegar os membros de Cristo e fazer deles membros de uma prostituta? Nunca! Vocês não sabem que aquele que se junta a uma prostituta torna-se um corpo com ela? Por isso está escrito: “Os dois devem tornar-se um”. Mas aquele que está unido ao Senhor torna-se um espírito com Ele. Afaste-se da imoralidade. Qualquer outro pecado que um homem cometa é fora do corpo, mas o homem imoral peca contra seu próprio corpo. Você não sabe que seu corpo é um templo do Espírito Santo dentro de você, o qual você recebe de Deus? Você não é sua propriedade, você foi comprado por um preço. Então glorifique a Deus em seu corpo (I Cor. 6:13-20).
Os ensinamentos de São Paulo sobre sexualidade são análogos aos seus ensinamentos sobre comer e beber e todas as funções do corpo. Eles foram dados por Deus por razões espirituais para serem usados para Sua glória. Eles são santos e puros neles mesmos. Quando mal usados ou adorados como um fim em si mesmos, eles tornam-se instrumentos de pecado e morte. O apóstolo especificamente diz que todas as perversões sexuais têm como sua causa direta a rebelião do homem contra Deus.
“Pelo que também Deus os entregou à concupiscência de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até suas mulheres mudaram o uso natural no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpezas e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém... Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem (Rom. 1:24-32)”.
O “que são dignos de morte os que tais coisas praticam” foi tirado literalmente da Lei de Moisés; então, adúlteros, homossexuais, pessoas incestuosas e aqueles que praticam atos sexuais com animais são ordenados de serem “postos à morte” (Lev. 20:10-16).
Seguindo estes ensinamentos, enquanto esperam a misericórdia de Deus e o perdão de Cristo para todos os pecadores, os escritos do Novo Testamento são até mais estritos em seus mandamentos em relação à pureza sexual. Jesus, que perdoou a mulher pega em adultério (João 8:7-11) e a prostituta arrependida que lavava Seus pés com seus cabelos (Lucas 7:36-50) deu os seguintes ensinamentos em Seu sermão da montanha:
“Ouvistes que foi dito aos antigos: não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mt. 5:27-32).
Também foi dito, “Aquele que se divorciar de sua mulher, deixe-o dar a ela uma carta de divórcio. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (Mt. 19:3-9).
O Apóstolo Paulo diz simplesmente que os não arrependidos adúlteros, fornicadores e homossexuais não entrarão no Reino de Deus (cfe. I Cor. 6:9-10, Gal. 5:19).
“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará” (Hb. 13:4).
Então, de acordo com a revelação de Deus, as relações sexuais são santas e puras somente dentro da comunhão do casamento, com a relação ideal sendo aquela entre um homem e uma mulher para sempre. Aqueles que não são casados e aqueles que escolheram pela vontade de Deus não casar devem abster-se de toda relação sexual uma vez que estas relações não podem possivelmente cumprir a função dada ao ato sexual por Deus na criação. Isto não significa que não haverá nenhum caráter sexual na vida espiritual das pessoas solteiras, pois os homens e mulheres solteiras ainda expressarão sua humanidade em masculina e feminina forma espiritual. As virtudes e frutos do Espírito Santo em cada um, como naqueles que são casados, são idênticos, mas a maneira da sua encarnação e expressão será própria de uma forma sexual particular de sua humanidade comum, bem como a individual singularidade de cada pessoa.
A pessoa solteira que vive sua vida toda sem marido ou esposa é chamada à virgindade como uma testemunha neste mundo do Reino de Deus onde “porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mt. 22:30). É por esta razão que àqueles que seguem a vida monástica é dito que eles pegaram o “hábito angélico”. Isto não significa que eles tornaram-se desencarnados ou assexuados. Isto significa muito mais, que eles perpetuamente servem e louvam a Deus como Seus filhos, compreendendo, como eram, a universal família de Deus sem serem eles mesmos os líderes de famílias na terra. Neste sentido eles próprios expressam os pais e mães, irmãos e irmãs de toda humanidade em Cristo.
“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”. E estendendo Suas mãos em direção aos Seus discípulos, Ele disse, “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto qualquer que fizer a vontade de meu Pai esse é meu irmão e minha irmã e minha mãe” (Mc. 3:34-35).
“Não repreendas asperamente os anciãos, mas admoesta-os como a pais; aos mancebos como a irmãos. Às mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, em toda a pureza” (I Tm. 5:1-2).
Estas palavras, certamente, são dirigidas para todos, casados e não casados, mas elas também, mais obviamente, têm significado especial para aqueles que, por causa de Cristo, vivem uma vida sem casamento. Aqueles que são casados têm a incumbência de viver suas vidas espirituais com os cuidados com a família, e dentro deste contexto com suas necessidades e demandas. O Cristão que é solteiro vive sua vida em Cristo sem estas condições.
“Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo (isto é, solteiro, diz o Apóstolo Paulo); mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um duma maneira e outro doutra... O solteiro cuida nas coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor, mas o que é casado cuida nas coisas do mundo, em como há de agradar à mulher, e seus interesses estão divididos. A solteira cuida nas coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém a casada cuida nas coisas do mundo, em como há de agradar ao marido. E digo isto para proveito vosso; não para vos enlaçar, mas para o que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor sem distração alguma” (I Co. 7:34-35).
Então aquele que casar... faz bem, e aquele que se abstiver do casamento fará melhor (I Co. 7:7-40).
O ensinamento aqui é claro. As pessoas podem servir a Deus e viver a vida espiritual em ambos: no casamento ou na vida solteira. E as pessoas podem pecar em ambas também. “Cada um tem de Deus o seu próprio dom” (I Co. 7:7). São Paulo acha, todavia, que entre aqueles que querem fazer tão perfeitamente quanto ele, aqueles que não se casam, “farão melhor” (I Co. 7:38-40).
A tradição espiritual da Igreja claramente concorda com o apóstolo. Isto não significa que o casamento de nenhum modo é menosprezado ou desdenhado. Ele é dado por Deus e é um sacramento da Igreja, a aqueles que o abominam por “razões espirituais” devem ser excomungados da Igreja (Leis Canônicas do Concílio de Gangra). Isto significa somente que, mais praticamente, alguém pode ser um maior servo de Deus e mais perfeitamente uma testemunha do Seu Reino infinito se ele deixar tudo neste mundo, vender tudo o que possui, e seguir Cristo em total desprendimento e pobreza.
A idéia, entretanto, de que uma pessoa solteira pode entregar-se às coisas deste mundo, inclusive sexualidade, e ainda ser servo de Deus em Cristo é totalmente rejeitada e condenada. Alguém pode renunciar ao casamento no corpo somente para uma maior liberdade das “preocupações mundanas” para se preocupar com “as coisas do Senhor... como ser santo em corpo e espírito”. A pessoa solteira que é “santa em corpo e espírito” não tem relações sexuais com ninguém.