segunda-feira, 31 de março de 2008
Tipikon
Faz-se necessário considerar uma breve história do Tipikon. O Tipikon é especialmente associado com o nome de São Sawa (439-532), abade de um mosteiro próximo a Jerusalém que hoje leva o seu nome. As edições gregas antigas, por exemplo, são entituladas de: “Tipikon dos Ofícios da Igreja da Santa Lavra em Jerusalém do nosso Pai Teóforo São Sawa” 1. De acordo com a versão tradicional, o Tipikon foi elaborado por São Sawa em pessoa e, posteriormente, revisado por São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém (cerca de 560-638), que o suplementou com material da ordo seguido pelo mosteiro de Santa Catarina no Sinai. Uma revisão posterior foi realizada por São João Damasceno (cerca de 675-749), ele mesmo um monge na Lavra de São Sawa.
Liturgistas modernos, embora não aceitem esta versão como historicamente exata, entretanto reconhecem que ela contém um importante elemento de verdade. Na evolução da ordo eclesiática, um papel decisivo foi desempenhado pelo rito da Igreja de Jerusalém, e em particular pelo célebre mosteiro de São Sawa. Por outro lado o Tipikon, na sua presente forma, é posterior ao tempo de São João Damasceno; e outros centros além da Lavra de São Sawa exerceram uma influência formativa no seu desenvolvimento, notadamente o mosteiro de Studios em Constantinopla.
O Tipikon, como nós hoje o temos, representa essencialmente uma cristalização na prática litúrgica que ocorreu entre os séculos IX e XII. Ele incorpora uma síntese entre duas tradições, originalmente distintas: a primeira, o rito de ‘Catedral’, como observado na Grande Igreja de Agia Sofia na capital imperial, e em outros lugares; e a segunda o rito estritamente ‘monástico’. Do século IX em diante estes ritos foram normalmente combinados em um só. A Igreja Ortodoxa do posterior período bizantino, diferente da Igreja Católica Romana no Ocidente, usualmente não fazia nenhuma distinção entre a prática monástica e a secular ou paroquial: mosteiros e paróquias desde esta época têm, ambos, seguido o mesmo Tipikon, apesar de na maioria das paróquias ocorrerem, inevitavelmente, numerosas omissões e abreviações 2.
Até os últimos vinte e cinco anos do século nono o Tipikon observado pelas Igrejas Gregas, Eslavas e a Romana foi essencialmente o mesmo, à exceção de pequenos detalhes. Em 1888, entretanto, aprece em Constantinopla uma nova edição do Tipikon, preparada pelo protopsaltis George Violakis (falecido em 1911), e editada com aprovação e bênção do Patriarcado Ecumênico. Violakis fez mudanças extensivas e freqüentemente imprudentes, especialmente, na ordem do ofício de Matinas do Domingo: por exemplo, as katavasiae são indicadas para serem cantadas em conjunto no final da oitava ode do Cânon, ao invés de ocorrerem no final de cada ode; a leitura do Evangelho está deslocada de sua posição original de antes do Cânon e deselegantemente inserida entre a oitava e a nona ode. Assim, a nona ode está separada daquelas que a precedem e a estrutura total do Cânon está inadequadamente obscurecida 3.
O novo Tipikon de Constantinopla foi amplamente adotado pelas Igrejas Ortodoxas de língua grega; a Igreja Russa, por outro lado, adota fielmente o antigo ‘Tipikon de São Sawa’. As demais Igrejas Ortodoxas variam na sua prática, aproximando-se mais ou menos do uso moderno de Constantinopla, e outras permanecem totalmente não influenciadas por ele. O antigo Tipikon é ainda seguido estritamente na maioria dos mosteiros gregos, particularmente o de São Sawa em Jerusalém, os do Monte Atos e o de São João em Patmos. Assim, na Ortodoxia Grega hoje há, uma vez mais como no período antigo, uma diferença entre a prática monástica e a paroquial, mas no período primitivo a divergência era ainda mais radical.
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1. Assim, a edição publicada em Veneza em 1615 tem o título: “Τυπικόν τής έκκλησατιής άκολυθίας τής έν ‘Ιερσλύμοις γιας Λαύρας του όσίου καί θεοφρου πατρός ήμων Σάββα”.
2. Sobre a Historia do Tipikon, a principal obra é ainda o monumental estudo de A. Dimitrievsky, Opisanie liturgicheskikh rukopisey khranyashchikhsya v bibliotekakh pravoslavnago vostoka (3 volumes, Kiev, 1895-1917), especialmente o volume 1; em inglês consultar ª Schememann, Introduction to Liturgical Theology (London, 1966). Um importante Tipikon em manuscrito, apresentando um uso muito diferente do que é seguido hoje pode ser encontrado nas bibliotecas monásticas de São João, em Patmos (cod. 266: século X) e da Santa Cruz , em Jerusalém (cod. 40: século X, agora mantido na Biblioteca Patriarcal). Sobre o primeiro ver a obra supracitada de A. Dimitrievsky, volume 1. Sobre o segundo consultar a obra de J. Mateos, S.J., Le Typicon de La Grande Église. Ms. Sainte-Croix no. 40, X siècle, 2 vols. (Orientalia Christiana Analecta, 165-166, Rome, 1962-3).
3. Ao fazer esta e outras mudanças, talvez Violakis não estivesse inovando, mas simplesmente dando aprovação formal às práticas que já haviam sido estabelecidas em paróquias. Provavelmente o Evangelho foi deslocado para o fim do ofício porque muito poucos fiéis chegavam a tempo para as partes iniciais de Matinas!
sábado, 29 de março de 2008
Típika
quarta-feira, 26 de março de 2008
Santo Abade, Bento de Núrsia, Patriarca dos Monges do Ocidente (+543) - 14/27 de março
Com o Monge Bento permaneciam somente os recém-recebidos monges para instrução.
A rigorosa regra monástica, estabelecida por São Bento para os monges, não entrou no coração de todos, e o santo mais de uma vez tornou-se vítima de abuso e opressão.
Finalmente ele estabeleceu-se em Campagna e no Monte Cassino ele fundou o mosteiro de Monte Cassino, que por muito tempo foi um centro de educação teológica da Igreja Ocidental. No mosteiro foi criada uma extraordinária biblioteca. Neste mosteiro o Monge Bento escreveu sua regra, baseada na experiência de vida oriental dos Padres do deserto e nos preceitos do Monge João Cassiano, o Romano (comemorado em 29 de fevereiro). As regras monásticas foram aceitas posteriormente por muitos dos mosteiros Ocidentais (no ano de 1595 ela tinha sido publicada em mais de 100 edições). A regra prescrevia para os monges uma absoluta renúncia de suas posses pessoais, obediência incondicional, e trabalho constante. Ela considerava dever dos monges mais velhos ensinar as crianças e copiar manuscritos antigos. Isto ajudou a preservar muitos escritos memoráveis, provenientes dos primeiros séculos do Cristianismo. De cada novo postulante era requerido viver como um noviço obediente pelo decorrer de um ano, para aprender a regra monástica e tornar-se aclimatado com a vida monástica. Cada ação requeria uma bênção. O cabeça desta vida monástica comum é o higúmeno-abade, tendo toda a plenitude de poder. Ele discerne, ensina e explica. O hegúmeno solicita o conselho dos mais velhos e dos irmãos mais experimentados, mas ele pessoalmente toma a decisão. O cumprimento das regras monásticas é estritamente obrigatório para todos e é visto como um importante passo em direção à perfeição.
São Bento foi agraciado pelo Senhor com o dom da presciência e da cura. Ele curou muitos dos seus devotos. O monge profetizou o seu fim antecipadamente.
A irmã de São Bento, Santa Escolástica, do mesmo modo tornou-se célebre por sua estrita vida ascética e foi elevada à dignidade dos Santos.
Os 4 anos de instituição do Mosteiro da Dormição da Santa Mãe de Deus – Penedo, Rio de Janeiro
A prática de peregrinar até ao Mosteiro nesta data festiva do ano deveria ser vivida como tradição, é algo que alimenta a alma, o convívio entre os irmãos, que dá novo sentido a vida em igreja - aprendemos a celebrar juntos, a conviver e a nos amar em Cristo.
Nosso Deus, misericordioso, nos deu 3 dias de celebração.
Estiveram presentes, além da Matka Gabriela, o Sr. Dom Chrisóstomo, Arcipreste Bento, Arcipreste Basílio, Pe. Levy e os fiéis: Maria Amélia, Maria Sandra, Lucia, Marianne, Heloisa, Maria Solange, Lucas, Ana, João Lucas, Natasha (ortodoxa sérvia), Flaviane (catecúmena) e as crianças Maria, Felipe e Ana Isabel, aproveitando todos os momentos litúrgicos e agápicos para estarmos em comunhão.
Celebramos muitos ofícios, como todo ortodoxo gosta! Sexta-feira fizemos o Acatiste da Mãe de Deus e agradecemos por chegarmos sãos e salvos já que a viagem de ida foi difícil com engarrafamento gigante na saída do Rio e um temporal forte já perto de Resende.
No sábado celebramos Sagrada Liturgia e após os ágapes Dom Chrisóstomo nos falou sobre a estadia no Mosteiro e o crescimento da nossa fé, em seguida a Matka falou sobre a data festiva do Mosteiro, fez sua metanóia e pediu a Deus que tenhamos amor em nossos corações para vivermos esta empreitada ortodoxa no Brasil. No mesmo dia à tarde celebramos Matinas da Festa da Ressurreição, e finalmente no domingo a Sagrada Liturgia no dia do Senhor!
Despedimos-nos cheios de alegria, e como disse Aninha - "agora eu tenho uma nova casa", dada por Deus e habitada por nós em Cristo! Que a Santíssima Virgem Maria interceda por todos os fiéis, povo cristão, que se gloria no seu Nome!
Mais fotos do Mosteiro em: http://www.mosteiro1.blogspot.com/
Theotokion
Tapetes do Bispo
sábado, 22 de março de 2008
O Segundo Domingo da Quaresma - Domingo de São Gregório Palamas
Evangelho de hoje (Mc. 2, 1-12), relata a cura do paralítico de Cafarnaum. Jesus perdoa-lhe seus pecados e, como os escribas assombram-se de que outro que não Deus possa perdoar os pecados, ele responde: “Qual é mais fácil dizer ao paralítico?: estão perdoados os teus pecados, ou dizer-lhe: levanta-te, e toma o teu leito e anda?... para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados, a ti te digo: levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa”. O tema central deste episódio é a força tanto de perdão quanto de cura que possui o Senhor Jesus, A seguir, há a afirmação - mais ainda: a demonstração - de que a cura e o perdão não devem ser separados. O paralítico, deitado sobre seu leito foi colocado aos pés de Cristo. Ora, a primeira palavra de Jesus não foi: “Sê curado!”, porém: “Teus pecados te são perdoados”. Em nossos males físicos, antes mesmo de pedir por nossa libertação material nós devemos orar por nossa purificação interior, pela absolvição de nossas faltas. Jesus, enfim, ordena ao paralítico curado,de levar sua cama para casa. De um lado, a multidão seria convencida da realidade do milagre se visse esse homem tornado forte o bastante para carregar seu leito. De outro lado, aquele que foi perdoado, interiormente modificado por Jesus, deve mostrar aos de sua casa, por qualquer sinal evidente (não mais por carregar um leito, porém, por palavras, atos e atitudes), que ali está um homem novo que retoma seu ligar em seu ambiente.
Notaremos que a Epístola e o Evangelho desse dia não possuem nenhuma relação com São Gregório Palamas, apesar do calendário associar seu nome ao segundo domingo de Quaresma. É que a comemoração de Palamas só foi introduzida no século XIV quando a estrutura litúrgica desse domingo já encontrava-se fixadas segundo outras linhas. A memória de São Gregório Palamas é evocada nos ofícios de Véspera e Matinas. São Gregório Palamas expôs e defendeu, no decorrer de vivas controvérsias, a doutrina teológica relativa à “Luz” divina. Os textos do ofício não entram nos detalhes ou precisões sobre os conceitos próprios a Palamas, mas falam de uma maneira geral da luz e D’Aquele que disse: “Eu sou a luz do mundo”. Em um resumo bastante substancial, um dos textos de Matinas associa três idéias: a do Cristo que ilumina os pecadores e da abstinência de Quaresma e a da palavra “levanta-te”, que o Salvador dirigiu ao paralítico e que nós dirigimos agora à ele próprio:
“Tu trouxeste, Ó Cristo, a luz àqueles que viviam nas trevas do pecado, neste tempo de abstinência. Mostra-nos então o dia glorioso de Tua Paixão, afim de que possamos clamar à Ti: Levanta-Te, ó Deus, e tem piedade de nós!”.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Sináxis
quinta-feira, 20 de março de 2008
Sináxario
A Liturgia dos Dons Pré-Santificados
No “Suplemento” da quinta edição de “Antigas Liturgias”, publicado em São Petersburgo em 1878, afirma-se: “Incluída entre as antigas liturgias está a dos Dons Pré-Santificados, que é realizada durante o santo jejum da Grande Quaresma. Na Igreja Ortodoxa é, predominantemente, celebrada nas quartas e sextas-feiras das primeiras seis semanas, na quinta-feira da quinta semana e segundas, terças e quartas-feiras da Semana Santa. Sua origem e estrutura têm sido atribuídas ora ao Leste, ora ao Oeste, por vários estudiosos da Antigüidade eclesiástica. Vários escritores orientais atribuem sua formulação original ao Oeste, especificamente a Santo Pontífice e Doutor, Gregório I, do Diálogo, o Grande, Papa de Roma Gregório, enquanto, os ocidentais, em sua maioria, atribuem-na ao Leste, supondo a comunicação ainda existente quando as Igrejas ainda se relacionavam. Os ritos, embora se diferenciem em detalhes específicos, na estrutura geral de suas orações apresentam considerável semelhança, o que é uma clara evidência da origem comum do ofício em ambas as partes do mundo cristão e da fonte comum de todas as formas subseqüentes, o Cristianismo original. O ambiente especial da Igreja nos três primeiros séculos, que identicamente afetou o Mistério Eucarístico tanto no Leste, como no Oeste, fundou as bases do que, pouco a pouco, se tornaria a celebração conhecida como Liturgia dos Dons Pré-Santificados...”
Assim, como indicado acima, a Liturgia dos Dons Pré-Santificados tem suas origens nos tempos remotos do Cristianismo. Entretanto, supõe-se que sua última edição foi estabelecida na forma escrita por São Gregório o Grande, que viveu no sexto século (foi Papa de 590 a 604).
A Liturgia dos Dons Pré-Santificados é celebrada somente durante a Grande Quaresma. O propósito de tal instituição é permitir aos fiéis comungar nos dias de semana deste período, quando, pelo Typicon (ustav), a celebração de uma Liturgia convencional não é indicada. Quando presentes na realização do Mistério Eucarístico, os antigos cristãos ficavam tão eufóricos em Cristo Salvador que chamavam-no de “Páscoa”. Por conseguinte, era considerado que tais sentimentos eram incompatíveis com o arrependimento e a contrição dos pecados, para os quais os dias da Grande Quaresma seriam indicados. Por isso, a realização de uma Liturgia comum era descolocada. Entretanto, como os antigos cristãos consideravam impossível manterem-se sem a comunhão dos Santos Mistérios de Cristo por toda a semana, a Liturgia dos Dons Pré-Santificados foi introduzida, removendo-se toda a festividade e, por esse princípio, a parte mais solene da Liturgia, ou seja, a transformação dos Santos Dons.
A Comunhão que é dada aos fiéis durante a Liturgia dos Dons Pré-Santificados é anteriormente consagrada em uma liturgia regular, de São João Chrisóstomo ou de São Basílio, o Grande. Para isso, em adição ao cordeiro único, durante a Protesis, dois ou mais são preparados (dependendo do número de vezes em que o ofício será celebrado). Sobre estes, as mesmas orações e ações, direcionadas ao cordeiro que será utilizado no dia, serão executadas. Durante a Consagração, o padre pronuncia as palavras usuais sobre todos os Cordeiros, sem mudá-las do singular para o plural, pois Cristo é UM em TODOS. Quando o padre realiza a Elevação, ele, de igual modo, eleva juntos os cordeiros destinados à Liturgia dos Dons Pré-Santificados. Quando a comunhão do clero se aproxima, após a adição de água quente ao Santo Cálice, em sua mão esquerda (normalmente utilizando a esponja), o sacerdote, “deita” o cordeiro sem parti-lo. Então, tomando a Colher em sua mão direita adiciona a ele um pouco do Puríssimo Sangue de Cristo (no lado onde a cruz é traçada, na parte macia do “pão”). Isto é, ele toca o lado do cordeiro que foi cortado em forma de cruz. Unindo assim o Sangue com o Corpo de Cristo, que será armazenado no receptáculo destinado a tal (Ortofório), onde é mantido até o dia da celebração.
Como, pela regra da Igreja, nos dias de semana da Quaresma (ou seja, todos os dias menos Sábado e Domingo) refeições são permitidas uma vez ao dia, durante o anoitecer, a Liturgia dos Dons Pré-Santificados é realizada após a Nona Hora e Vésperas. Antes disso, uma “ordem” que consiste em Tércia, Sexta e Nona Horas e Typica é celebrada. Após estas, a Despedida é pronunciada e, em conjunção com o Ofício de Vésperas a Liturgia começa com a usual exclamação: “Bendito seja o Reino do Pai...”.
Saltério
segunda-feira, 17 de março de 2008
Prokímenon
- Em Vésperas, após o hino: “Ó Luz jubilosa....”
- Em Matinas, aos domingos e festas antes da leitura do Evangelho.
- Na Sagrada Liturgia, antes da leitura da Epístola.
- Horas Reais.
- Molebien.
Segundo São João Maximovitch, bispo de Xangai e São Franciso, o prokímenon em Vésperas é remanescente do tempo em que sempre havia uma leitura das Escrituras neste ofício.
Os Prokimena recitados imediatamente antes da leitura do Evangelho são chamados de Aleluia, por que são intercalados com o cântico da tríplice Aleluia. Prokimena cantados ocorrem nas Vésperas de Grandes Festas e durante a Grande Quaresma, possuem então a denominação de “Grande Prokímenon”.
domingo, 16 de março de 2008
O Primeiro Domingo da Grande Quaresma - Domingo da Ortodoxia
Em nossos dias manifestamos, talvez, uma preocupação maior, o que antes não era o caso, de expressarmo-nos com mais cuidado acerca daqueles que erram e de separarmos, em seu pensamento, aquilo que é a parte da verdade e o que é erro. Porém, era bom e necessário que a Igreja “Ortodoxa” afirmasse sem ambigüidade sua própria atitude. As preocupações “ecumênicas” que ela partilha hoje em dia com as outras igrejas não poderiam significar um abandono ou uma diminuição de suas crenças fundamentais. Além é necessário eliminar do campo da Ortodoxia as ervas parasitas e não profanar o adjetivo “Ortodoxo” aplicando-o àquilo que poderia ser superstição.
Os textos lidos ou cantados às Vésperas e às Matinas desse domingo insistem sobre a realidade da Encarnação. Com efeito, a vinda de Cristo na carne constitui o fundamento do culto das imagens. O Cristo encarnado é a imagem essencial, o protótipo de todas as imagens. Algumas frases do Triódio exprimem bem o sentido profundo do culto concedido aos ícones.
”Em verdade, a Igreja de Cristo foi revestida do mais belo ornamento com os Santos Ícones de Cristo, nosso Salvador, da Theotokos e de todos os santos glorificados... Ao guardar o ícone de Cristo que nós louvamos e veneramos, não nos arriscamos a perdermo-nos. Pois nossa inclinação diante do Filho encarnado, e não a adoração de Seu ícone, é uma glória para nós”.
Os santos glorificados foram imagens vivas, ainda que imperfeitas, de Deus. Foram reproduções enfraquecidas da verdadeira imagem divina, que é o Cristo. Durante a Liturgia desse domingo, na leitura da Epístola aos Hebreus (Hb. 11, 24-26; 32-40), nós escutamos o inspirado escritor descrever os sofrimentos de Moisés e de David, dos Patriarcas e dos Mártires de Israel, daqueles dos quais o mundo não era digno, que foram flagelados, serrados, decapitados e cuja fé, entretanto, venceu o mundo. Estes foram as imagens inscritas, não sobre a madeira, mas sob a própria carne. Eram já uma prefiguração, já anunciavam o ícone definitivo, a Pessoa do Salvador.
Evangelho do dia não tem relação direta com as imagens ou com a Ortodoxia. Na leitura evangélica (Jo. 1, 43-52), vemos o apóstolo Filipe trazer à Jesus, Natanael que também irá tornar-se um discípulo, Jesus diz a Natanael: “Antes que Filipe te chamasse, te vi eu estando tu debaixo da figueira”, Natanael, assombrado por esta revelação, declara: “Rabi, tu és o Filho de Deus!”. Jesus responde que Natanael veria ainda mais que essa visão: “daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus descerem e subirem sobre o Filho do homem”.
Essas palavras oferecem um enorme campo à nossa meditação. Nós não sabemos o que fazia ou pensava Natanael sob a figueira. Hora de tentação, ou de perplexidade, ou da graça? Ou simplesmente de repouso? Porém parece que o Senhor não mencionaria esse episódio se o mesmo não houvesse sido um momento decisivo, um ponto crucial na vida de Natanael. Na vida de cada um de nós houve um momento ou momentos onde estivemos “sob a figueira”, momentos críticos, onde Jesus, Ele próprio invisível, nos viu e interveio. Intervenção que foi aceita ou rejeitada? Recordemos esses momentos... Adoremos essas intervenções divinas. Mas não nos detenhamos nelas. Não nos fixemos sobre uma visão passada. “Tu verás ainda melhor”. Estejamos pronto para a graça nova, para a nova visão. Pois a vida do discípulo, se ela é autêntica, vai de revelação em revelação. Nós podemos ver “os céus abertos e os anjos de deus subirem” em direção ao Salvador ou descerem sobre nós. Indicação preciosa desta familiaridade com os anjos que deveria nos ser habitual. O mundo angélico não nos é mais distante nem menos desejável que o mundo dos homens.
Salmos do Lucernário
Ripídias
quarta-feira, 12 de março de 2008
Mosteiro Chelandari
O Primeiro Arcipreste Mitrado da Rússia
“A Entrada na Grande Quaresma”
A primeira dessas características é, evidentemente, o jejum. Não se pode ignorar ou tratar superficialmente essa questão do jejum alimentar. Os Padres da Igreja e a consciência coletiva dos fiéis discerniram perfeitamente o valor espiritual, o valor da fé penitencial e purificadora da abstenção de certos alimentos. No entanto, seria um grande erro fazer consistir o jejum da Quaresma exclusivamente na observância dessa abstenção. O jejum do corpo deve ser acompanhado de outro jejum. A disciplina da Igreja nos primeiros séculos prescrevia, durante a Grande Quaresma, a continência conjugal; ela interditava a participação em festas e a assisntência a espetáculos. Essa disciplina pode ter se enfraquecido e não se apresentar aos fiéis, hoje, com o mesmo rigor que no tempo dos Padres da Igreja. Ela permanece, no entanto, como uma indicação precisa do espírito, da intenção da Igreja. Essa intenção é, certamente, que nós exercitemos, durante a Quaresma, um controle mais estrito de nossos pensamentos, de nossas palavras, de nosso atos, e que concentremos nossa atenção sobre a Pessoa e sobre as exigências do Salvador. A esmola é também uma forma de observância da Quaresma muito recomendada pelos Santos Padres. O jejum agradável a Deus é um “todo”, portanto não deve ser dividido entre os aspectos interiores e exteriores, mas os primeiros são os mais relevantes.
Uma segunda característica da Grande Quaresma consiste em certa particularidades rituais.
Relativamente à celebração das “Grandes Completas”, sabe-se que o ofício de Completas (em Latim “Completotium” - o que completa; em grego “Apodeipon” - o que vem depois do jantar) é o último dos ofícios do dia. As Completas normais, ou Pequenas Completas, constituem um ofício muito curto. Mas nas segundas, terças, quartas e quintas-feiras da Grande Quaresma, elas são substituídas por Grandes Completas, uma longa leitura de Salmos e de Tropários, entre os quais se remarcará uma longa oração das Escrituras, a Oração da Penitência de Manassés, rei de Judá.
Da mesma forma, a Litugia celebrada nos domingos da Grande Quaresma, não é a Liturgia habitual de São João Crisóstomo, mas a Liturgia de São Basílio, Arcebispo de Cesaréia no século IV. Essa Liturgia tem orações mais longas que aquelas da de São Joo Crisóstomo, com textos, às vezes, bastante diferenres.
Nas quartas e sextas-feiras, durante a Grande Quaresma, celebra-se a Liturgia ditas dos Pré-Santificados, isto é, dos Santos Dons consagrados antecipadamente. Não é uma Liturgia Eucarística, pois ela não comporta a consagração. É um serviço de Comunhão, no curso do qual clero e fiéis comungam Dons Eucarísticos que foram consagrados em Liturgia Eucarística anterior. A Liturgia dos Pré-Santificados acrescenta-se ao ofício de Vésperas. É por isso que ela deve ser celebrada à noite. Ela contém certos Salmos, Leituras das Escrituras e orações tiradas da Liturgia de São João Crisóstomo. Essa última é celebrada a cada sábado de manhã.
Na segunda-feira, terça-feira, quarta-feira e quinta-feira da I Semana da Grande Quaresma, na Grande Completas, lê-se o Grande Canôn de Santo André de Creta (dividido em quatro partes). E na quinta-feira da V Semana da Quaresma, em Orthos, lê-se todo o Canôn. É uma composição enorme, compreendendo 250 estrofes. Esses poemas são divididos em 9 séries de Odes. e penitente. Eles opõe a bondade e misericórdia de Deus à fragilidade do homem.
Mencionemos enfim - e, talvez, sobretudo - a admirável oração atribuída a Santo Efrém. Nela não se encontra poesia nem retórica como nas orações que acabamos de mencionar. Estmos agora diante de um puro impulso da alma, curto, sóbrio e caloroso. Ela é repetida na maior parte dos ofícios de Quaresma. É uma oração bem conhecida pelos fiéis ortodoxos. Relembraremos, no entanto, seu texto:
Senhor e Mestre de minha vida,
Afasta e mim o espírito de preguiça.
o espírito de dissipação,
de domínio e vã loquacidade.
Concede a Teu servo um espírito de
temperança, de humildade, de paciência e de caridade.
Sim, Senhor e Rei
Concede-me que veja as minhas faltas e que
não julgue a meu irmão,
Pois Tu és bendito pelos séculos dos séculos.
Polieleos
domingo, 9 de março de 2008
Domingo da Tirofagia (O Perdão)
O sábado que antecede esse domingo é dedicado à memória dos Santos que se dedicaram à vida ascética. Na abertura da Quaresma, os saudamos como inspiradores e intercessores na difícil via da penitência.
A Epístola de São Paulo aos Romanos (Rm. 13, 11-14;14, 1-4), lida na Liturgia de domingo, exorta-nos a sair das trevas, a revestirmo-nos com a armadura de luz, a caminhar em pleno dia, fugindo da embiaguez, das desonestidades, da dissolução, das contendas e da inveja. Paulo religa esse tema da carne ao tema do jejum. Um acha que pode comer tudo; um outro só come legumes. Aquele que come não despreze o que não come, e aquele que não come não julgue aquele que come. Quem é puro para julgar a outro? Tu mesmo e esse outro estão sob a dependência do mesmo Mestre.
O Evangelho da Liturgia, tirado de São Mateus (Mt. 6, 14-21), começa pelo preceito do perdão: “Se perdoardes aos homens suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas”. O fato pelo qual a Igreja escolheu esta frase para introduzir o Evangelho do dia mostra que ela pretende fazer do perdão a idéia dominante desse domingo. É verdade que todo o resto do Evangelho do dia fala de jejum; mas a partícula grega que une os versículos relativos ao jejum aos versículos relativos ao perdão parece asinalar aos primeiros uma posição de dependência em relação ao segundo. O Sewnhor recomenda àqueles que jejuam a não se dar um ar sombrio e um semblante abatido, como falam os hipócritas, ara que vejam que jejuam. “Tu, quando jejuares, unge tua cabeça e lava o rosto. O Pai, que vê em secreto, te recompensará. Que teu tesouro e teu coração estejam não na terra mas no céu”
Os cânticos de Vésperas e de Matinas opõe a beatitude do Paraíso ao estado miserável do homem após a queda. Mas Moisés, pelo jejum, purificou seus olhos e tornou-os capazes da visão divina. Da mesma forma, que nosso jejum - que durará quarenta dias, como o de Moisés - nos ajude a reprimir as paixões da carne e permita-nos “avançar docemente pela via celeste”. Reforcemos essa palavra “docemente”. Nossa penitência não deve ser uma coisa pesada. Devemos atravessar essa Quaresma de maneira leve e sutil, que nos assemelhe, de alguma maneira, aos anjos.
sábado, 8 de março de 2008
Perícope
- Mateus – 116 perícopes;
- Marcos – 71 perícopes;
- Lucas – 114 perícopes;
- João – 67 perícopes.
Peanha
Em grego άναλόγιον, de άναλόγει, para ler. Um mesa de aproximadamente 5 ou 6 pés de altura, com o topo inclinado; normalmente feita de madeira e, às vezes, coberta com tecido de seda, ou tecido ornamentado de boa qualidade. São usadas para:
- apoiar ícones e Evangeliário, para serem venerados pelos fiéis;
- apoiar o Santo Evangeliário para a leitura do Evangelho na Liturgia;
- apoiar livros litúrgicos para leitura durante os ofícios.
Paremia
quarta-feira, 5 de março de 2008
Mosteiro de Iveron
Seu Katholikon foi construído em 1030, restaurado em 1513 e é dedicado a Dormição da Mãe de Deus. Em 1865 o mosteiro foi destruído por um incêndio, mas os monges salvaram os objetos valiosos e o reconstruíram. A skit de São João Batista pertence ao mosteiro e foi fundada em 1779, na qual viviam monges georgianos, atualmente vivem nelas monges romenos.
Quaresma
QUARESMAS, JEJUNS E ABSTINÊNCIAS
A – De um só dia:
- Quartas e Sextas Feiras de cada semana (exceto nas completas)
- Vigília da Teofania - 5 I (18 I)
- Degolação de São João o Precursor - 29 VIII (11 IX)
- Exaltação da Santíssima Cruz - 14 IX (27 IX)
B – De vários dias:
Quaresma de Natal - 15 XI (28 XI) a 24 XII (6 I)
Grande Quaresma e Semana da Paixão:
- Abstinência de carne a partir da Segunda-Feira após o Domingo do Carnaval.
- Abstinência de lacticínios a partir da Segunda-Feira após o Domingo da Tirofagia.
Quaresma dos Santos Apóstolos - a partir da 1ª Segunda-Feira após o 1º Domingo após o Pentecostes (Domingo de Todos os Santos).
Quaresma da Dormição da Mãe de Deus - 1 VIII (14 VIII) a 14 VIII (27 VIII)
SEMANAS COMPLETAS (sem jejum nem abstinência)
- Festividades de Natal - 25 XII (7 I) a 4 I (17 I)
- Semana após o Domingo do Fariseu
- Semana do Carnaval
- Semana da Páscoa
- Semana após o Pentecostes
DIAS EM QUE NÃO SE CELEBRAM MATRIMÔNIOS:
- Dias de jejum, jejum rigoroso, Quaresma ou dedicados exclusivamente às Grandes Festas.
- Vigílias das Quartas e Sextas Feiras durante todo o ano.
- Vigílias dos Domingos, das Doze Grandes Festas, das Grandes Festas e da Festa do Patrono e Dedicação da Igreja.
- Do Domingo de Carnaval ao Domingo de São Tomé.
- Vigília e dia da Degolação de São João, o Precursor.
- Vigília e dia da Exaltação da Santíssima Cruz.
- Durante a Quaresma dos Santos Apóstolos.
- Durante a Quaresma da Dormição da Mãe de Deus.
- Durante a Quaresma e Festividades de Natal.
segunda-feira, 3 de março de 2008
Mosteiro de Vatopedi
OrtoFoto
No século VI, o Imperador Justiniano transferiu suas relíquias para Constantinopla mas no ano de 1009, foram roubadas e levadas para a Itália.
Hoje, a maioria das relíquias estão em Torcello (Veneza) e alguns restos em Kiev (Ucrânia).
O pé mumificado de Santa Barbara é venerado, atualmente, em Dignano (Croácia).
Panikida
domingo, 2 de março de 2008
Domingo do Carnaval (Abstinência da Carne)
Da mesma forma que no domingo precedente, o jejum figura como um tema secundário na Liturgia. É chamado Domingo da Abstinência da Carne, pois é o último dia no qual o uso da carne é autorizado. A partir da manhã de segunda-feira, devemos nos abster de carne até a Páscoa. Lê-se, na Liturgia, uma parte da Epístola de São Paulo aos Coríntios (Co. 8, 8-13; 9, 1-2), na qual, em essência, o que se segue: comer ou não comer é uma coisa indiferente em si. Mas essa liberdade que temos não deve se constituir num escândalo, uma pedra de tropeço para os fracos. Um homem que crê no Deus Único e não crê nos ídolos pode comer em sã consciência a carne sacrificada aos ídolos; no entanto, se um irmão menos esclarecido puder pensar que isso é uma espécie de associação com o culto dos ídolos, é melhor que esse homem se abstenha de tal uso, para respeitar a consciência desses irmãos para quem também Cristo está morto. Da mesma forma, durante a Quaresma, se nós nos inspiramos na idéia de São Paulo, um homem que estime ter razões válidas para não jejuar ou jejuar menos, evitará tudo que possa escandalizar ou ofender consciências menos esclarecidas.
O Evangelho da Liturgia (Mt. 26, 31-46) descreve o julgamento final. “Quando o Filho do Homem vier em Sua Glória”, com os anjos, todas as nações serão reunidas diante do Seu Trono. Ele separará as ovelhas dos bodes, colocando os justos à Sua direita e os pecadores à Sua esquerda. Ele convidará a entrar no Reino do Pai àqueles que O tiverem alimentado, vestido, visitado, sob a forma humana de pobres, de prisioneiros, de doentes. Ele excluirá do Reino àqueles que tiverem agido diferentemente. Essa descrição do julgamento contém, evidentemente, uma parte de simbolismo. Nós pronunciaremos, nós mesmos, nosso próprio julgamento, conforme tenhamos voluntariamente aderido a Deus ou O tenhamos rejeitado. É nosso amor ou nossa falta de amor que nos situará entre os benditos, ou aqueles que serão apartados.Se nós não somos forçados a dar uma interpretação literal dos detalhes do julgamento, tal como o evangelista os descerve, nós devemos, ao contrário, entender de uma maneira muito realista, o que o Salvador diz de Sua presença entre àqueles que sofrem, pois é entre eles somente que nós podemos acorrer em ajuda ao Nosso Senhor Jesus Cristo.
As orações de Vésperas do sábado à tarde e das Matinas do Domingo, dão uma impressão geral de terror diante do julgamento de Deus. Há a questão de livros abertos, de anjos assustados, de rios de fogo, de tremores diante do Altar. Tudo isso é justo, e numerosas passagens dos Evangelhos nos apressam a convertermo-nos antes que seja tarde. Mas o lado das sombras, das trevas, onde o pecador obstinado pode escolher para se jogar, não deve fazer esquecer o lado da luz e da esperança. Eis aqui uma frase de um canto de Vésperas onde esse dois aspetos se encontram unidos como convém: “Ó, minh´alma, a hora se aproxima. Eu pequei, Senhor, eu pequei; mas conheço Teu amor e Tua misericórdia, ó Bom Pastor....”
sábado, 1 de março de 2008
São Teodoro de Tiro, o Recruta - 17 fev/ 01 março
Isto ocorreu cerca do ano de 306 sob o imperador Romano Gallerius (305-311). Ileso do fogo, o corpo de São Teodoro foi sepultado na cidade de Eukhaitakheia, não distante de Amasium. Suas relíquias foram posteriormente transferidas para Isar´grad, para uma igreja dedicada ao seu nome. Sua cabeça está localizada na Itália, na cidade de Gaeto.
Mais tarde, 50 anos depois da morte por martírio de São Teodoro, o imperador Juliano o Apóstata (361-363), querendo cometer um ultraje sobre os cristãos, ordenou ao comandante da cidade de Constantinopla durante a primeira semana da Grande Quaresma borrifar todas as provisões de alimentos dos mercados com sangue dos sacrifícios aos ídolos. São Teodoro, tendo aparecido em sonhos ao arcebispo Eudoxios, ordenou a ele informar a todos os cristãos que nenhum deveria comprar qualquer coisa nos mercados, mas antes comer trigo cozido com mel, chamado kolivo (kutýa ou sochivo). Em memória dessa ocorrência a Igreja Ortodoxa anualmente celebra o santo Grande Mártir Teodoro de Tiro no sábado da primeira semana da Grande Quaresma. Na véspera de Sábado, na Sexta-feira, na Divina Liturgia dos Dons Pré-Santificados é lido o molieben - kanon ao santo Grande Mártir Teodoro, compilado pelo monge João Damasceno. Depois disto, o kolivo é abençoado e distribuído aos fiéis.
A celebração do Grande Mártir Teodoro no sábado da primeira semana da Grande Quaresma foi estabelecida pelo Patriarca de Constantinopla Nektarios (381-397).