“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Orthofoto

Monte Atos
autor: Darko Terzic

Santas Mártires Sofia e suas filhas, Fé, Esperança e Caridade, de Roma (+ c. 137) - 17/30 set

Todas viveram e sofreram em Roma, durante o reinado do Imperador Adriano. Sofia era sábia, como indica seu nome. Caíra na viuvez e firmara bem a si própria e a suas filhas na fé cristã. Quando a mão perseguidora de Adriano estendeu-se até sobre a virtuosa casa de Sofia, Fé tinha apenas doze anos de idade, Esperança tinha dez anos e Caridade, nove. Trazidas perante o imperador, as quatro seguravam as mãos uma das outras "como uma coroa entretecida"; humilde mas firmemente confessaram sua fé no Cristo Senhor e se recusaram a oferecer sacrifícios ao ídolo pagão de Ártemis. Antes de seus sofrimentos, a mãe exortou as filhas a perseverarem até o fim: "Vosso Noivo Celestial, Jesus Cristo, é a saúde eterna, a beleza inefável e a vida eterna. Quando vossos corpos forem mortos pela tortura, Ele vos revestirá de incorrupção e as chagas de vossos corpos brilharão nos céus como as estrelas." Os torturadores infligiram cruéis torturas a uma de cada vez, primeiro a Fé, depois a Esperança e depois a Caridade. Espancaram-nas, açoitaram-nas, atiraram-nas às chamas e ao piche fervente e, finalmente, degolaram-nas com a espada, uma após a outra. Sofia levou os corpos mortos de suas filhas para fora da cidade e as enterrou honrosamente. Permaneceu em seu túmulo por três dias e três noites, orando a Deus. Em seguida, rendeu seu espírito a Deus, partindo para o Paraíso, onde as almas benditas de suas gloriosas filhas esperavam por ela.


Hino de Louvor
Sofia, toda-sábia, glorificou o Senhor,
Como um sacrifício a Ele, ofereceu três belíssimas filhas.
A suas filhas disse: "Não temais, filhas minhas;
Fortalecei-vos no Cristo, perseverai na Fé,
E não temeis torturas nem infortúnios cruéis.
Não chorais por vossos corpos – melhor é no céu.
Deus vos dará corpos maravilhosos no céu.
Não chorais por vossa beleza – com a beleza divina
Resplendecereis entre os anjos no Reino de Deus,
Como filhas do Rei dos Reis!
Não chorais pela vida – de que vale esta vida terrena?
Não passa de no máximo cem anos.
No céu, a vida sem fim vos aguarda:
Vida sem fim, vida sem início.
Não chorais pela companhia de amigos terrenos,
Pois a companhia dos Santos maravilhosos vos aguarda ali.
Nem a companhia de parentes mundanos vos deve fazer chorar –
Pois vossa parentela, nos céus, são os mártires gloriosos."
Assim a pia mãe instruía as suas santas filhas,
Enquanto, uma a uma, partiam elas para o céu:
Três pombas brancas, inocentes e puras,
Voaram ligeiras para o seio do Cristo.
E com sua alma elevada, sua mãe partiu atrás delas,
E juntou-se a suas filhas gloriosas no Paraíso;
E nosso misericordioso Deus recebe as suas orações.

Tropário
Como uma oliveira carregada dos seus frutos, venerável mártir Santa Sofia, tu cresceste nos átrios do Senhor e, por meio de nobres combates, ofereceste a Cristo o teu fruto mais dôce, as três filhas saídas do teu seio, Vera Esperança e Agápia. Ora com elas em benefício de todos nós.

A Beleza do Sagrado – 25 de setembro

O evento contou com a participação de membros do clero e fiéis das Igrejas ortodoxas antioquina (árabe), russa e grega, assim como estudantes africanos da República do Congo que são fiéis da Igreja de Alexandria (Egito), todos apresentaram amostras dos seus cantos litúrgicos. Tivemos também monges beneditinos que proporcionaram uma breve apresentação de Canto Gregoriano.

A exposição contou com a apresentação de 44 ícones produzidos pelo Atelier São Lucas e de um mosaico de São Jorge.

Inclusa na exposição, uma apresentação visual de todas as fazes da escritura de um ícone. Também estavam disponíveis textos e um cd a respeito da técnica, da história e da teologia do ícone.

D. Chrisóstomo pronunciou uma palestra a respeito de ícones famosos e sobre a pessoa que contempla o ícone.

O evento também proporcionou a oportunidade do público presente conhecer uma recém pintada composição mural, que traz a Santíssima Virgem. Na composição também temos a representação simbólica do prédio de nossa Igreja e de seus arredores que incluem a comunidade e o mar.

Também puderam ser apreciadas a nova pintura e iluminação do prédio da Catedral. E também o trabalho de jardinagem e paisagismo feito pelos próprios fiéis.

A festa contou com um bazar, um bistrô e um espaço infantil.

"Sobre o Senhor Ressuscitado e Vivo, que é a Ressurreição e a Vida"

Eu sou a ressurreição e a vida (Jo. 11,25)

O Senhor Jesus Cristo falou essas santas palavras. Não apenas as falou, como também as comprovou com Seus atos. Ressuscitando a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim e o Seu amigo Lázaro, Ele provou que é a ressurreição e a vida, o Ressuscitador e o Vivificante. E mesmo assim Ele as comprovou melhor pela Sua própria Ressurreição dentre os mortos. Pois estar vivo e assim ajudar os mortos eram coisas de que já se ouvira antes. Mas estar morto e enterrado, jazer no túmulo por três dias e dar a vida a si mesmo, isso era inaudito até a Ressurreição de Cristo. É o milagre dos milagres e a prova de um poder acima de qualquer outro poder. Esse milagre foi operado pelo nosso Senhor. O nosso Senhor manifestou esse poder. Logo, verdadeiras são Suas palavras, Eu sou a ressurreição e a vida: verdadeiras, santas e consoladoras para todos nós que viajamos rumo à inescapável morte do corpo e esperamos viver além do túmulo e ver o nosso Senhor Vivo em glória.

Entretanto, o Senhor não é somente o Ressuscitador do corpo mas também o Ressuscitador da alma. Durante Sua vida sobre a terra, ressuscitou apenas uns poucos corpos humanos, mas incontáveis almas -- para demonstrar que a ressurreição da alma é muito mais importante do que a ressurreição do corpo. Quase todas as almas humanas estavam mortas quando Ele veio ao mundo; e Ele ressuscitou inúmeras almas pelo Seu poder e imbuiu nelas a Sua vida. Tanto os judeus quanto os pagãos estavam mortos em alma e Ele avivou a uns e a outros. Meus irmãos, deixemos de lado todas as preocupações com a ressurreição de nossos corpos e batalhemos, enquanto ainda temos tempo, pela ressurreição de nossas almas. Pois se as nossas almas não ressuscitarem e não forem avivadas pelo Cristo ainda sobre a terra, não esperemos nenhum júbilo pela ressurreição de nossos corpos no Dia do Juízo, o Dia da Ira. Pois nessa ocasião os corpos de nossas almas mortas serão ressuscitados, não para a vida, mas para o tormento eterno.

Senhor Jesus Cristo, nossa única ressurreição e vida, ajuda-nos pelo Teu poder e pela Tua misericórdia, para que sejamos ressuscitados e avivados por Ti para a salvação e a vida eterna.

A Ti sejam a glória e o louvor para sempre. Amém

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Grande Festa da Exaltação Universal da Venerável e Vivificante Cruz - 14/27 set

Neste dia, comemoram-se dois eventos relacionados com a Honorável Cruz do Cristo; o primeiro é a descoberta da Honorável Cruz no Gólgota, e o segundo é o retorno da Honorável Cruz a Jerusalém, vinda da Pérsia. Ao visitar a Terra Santa, a santa Imperatriz Helena decidiu encontrar a Honorável Cruz do Cristo. Um idoso judeu de nome Judá era o único que sabia onde estava a Cruz e, pressionado pela Imperatriz, revelou que a Cruz estava enterrada debaixo do templo de Vênus que o Imperador Adriano construíra sobre o Gólgota. A imperatriz ordenou que esse templo idólatra fosse demolido e, ao cavar fundo abaixo dele, descobriu três cruzes. Enquanto a imperatriz refletia sobre como haveria de verificar qual delas era a do Cristo, uma procissão fúnebre passava por perto. O Patriarca Macário disse ao povo para que depusessem as cruzes, uma de cada vez, sobre o morto. Enquanto a primeira e, depois, a segunda cruz foram postas sobre o cadáver, o defunto permaneceu como estava. Quando lhe depuseram a terceira cruz, o morto voltou à vida. Foi assim que descobriram que esta era a Preciosa e Vivificante Cruz do Cristo. Então depuseram a Cruz sobre uma mulher enferma e ela ficou sã. O Patriarca ergueu a Cruz para que todas as pessoas pudessem vê-la, e o povo, entre lágrimas, cantou: "Senhor, tem piedade!" A Imperatriz Helena mandou fazer uma urna de prata e nela dispôs a Venerável Cruz. Tempos mais tarde, o imperador persa Cosroés conquistou Jerusalém, escravizou muita gente e levou a Cruz do Senhor à Pérsia. A Cruz permaneceu na Pérsia por quatorze anos. No ano 628, o Imperador grego Heráclio derrotou Cosroés e, com muita cerimônia, trouxe a Cruz de volta a Jerusalém. Enquanto adentrava na cidade, o imperador Heráclio carregava a Cruz nas costas; mas a certa altura, de repente, não conseguiu dar mais nenhum passo. O Patriarca Zacarias viu um anjo que impedia o imperador de conduzir a Cruz pela mesma trilha em que o Senhor caminhara descalço e humilhado. O Patriarca comunicou essa visão ao imperador. O imperador despiu-se de suas indumentárias e, descalço e em andrajos, tomou a Cruz, carregou-a ao Gólgota e depositou-a na Igreja da Ressurreição, para alegria e consolo de todo o mundo cristão.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A BELEZA DO SAGRADO II – 25 de setembro de 2010


A Igreja Ortodoxa do Brasil promove no dia 25 de setembro (sábado), a Segunda Edição do evento A Beleza do Sagrado, em Copacabana. O objetivo é difundir a cultura e a arte Ortodoxa, integrar cristãos ortodoxos e não ortodoxos e aproximar as Igrejas Ortodoxas do Rio de Janeiro.

Faz parte do evento a exposição de ícones produzidos pelo Atelier Ortodoxo São Lucas, apresentação de canto litúrgico, venda de artesanato e objetos religiosos, projeção de slides sobre a Arte do ícone, exibição de filmes e palestra sobre iconografia na Tradição Ortodoxa e o significado da imagem sagrada como representação pictórica artística e espiritual do Cristianismo Oriental.

Para quem não conhece a cultura cristã ortodoxa, é uma excelente oportunidade.

O Evento contará ainda também com um bistrô. Terá início às 16:00 hs e término previsto para às 21:00 hs.

Local: Catedral Ortodoxa da Santíssima Virgem Maria
Endereço: Rua Saint Roman 226, Copacabana.
Ingressos: R$ 10,00 (inteira),
Estacionamento com manobrista na garagem ao lado

O Atelier Ortodoxo São Lucas

Festa do Nascimento da Santíssima Mãe de Deus e Sempre Virgem Maria - 08/21 set


A Santíssima Virgem Maria nasceu de pais idosos, Joaquim e Ana. Seu pai provinha da linhagem de Davi, e sua mãe da de Aarão. Deste modo, ela tanto tinha nascimento real por parte do pai quanto sacerdotal por parte de sua mãe. Nestes nascimentos, ela prefigurou Aquele que dela nasceria como Rei e Sumo Sacerdote. Seus pais eram muito velhos e não tiveram filhos, pelo que viviam envergonhados perante o povo e humilhavam-se diante de Deus. Em sua humildade, eles oravam a Deus em lágrimas para que Ele lhes trouxesse esta alegria em sua velhice, dando-lhes um filho, tal como Ele concedera essa alegria, Isaac, ao idoso Abraão e à sua esposa Sara. O Altíssimo Deus, que tudo vê, recompensou-os com uma alegria que ultrapassou todas as expectativas e os mais belos sonhos do idoso casal. Pois Ele lhes concedeu não apenas uma menina, mas a Mãe de Deus. Ele os iluminou não apenas com uma alegria temporal, mas também com a eterna. Deus deu-lhes apenas uma filha, que tempos mais tarde lhes daria um único neto – mas que filha e que neto! Maria, cheia de graça, Bendita és entre as mulheres, Templo do Espírito Santo, Altar do Deus Vivo, Mesa do Pão Celestial, Arca da Santidade de Deus, Árvore do Dulcíssimo Fruto, Glória da Raça Humana, Louvor da Feminilidade, Fonte da Virgindade e Pureza – eis a filha entregue por Deus a Joaquim e a Ana. Ela nasceu em Nazaré e, aos três anos de idade, foi levada ao Templo de Jerusalém. Em sua jovem feminilidade, ela retornou novamente a Nazaré, onde, breve tempo depois, ouviu a Anunciação do Santo Arcanjo Gabriel sobre o nascimento do Filho de Deus, o Salvador do mundo, de seu puríssimo corpo virginal.

Hino de Louvor
Imensamente desejada e longamente esperada,
Ó Virgem, foste obtida do Salvador por lágrimas!
Templo corporal do Santíssimo Espírito, tendes-te tornado,
E hás de ser chamada Mãe do Eterno Verbo.
Ardente Sarça, chamam-te,
Pois recebeste dentro de ti o Fogo Divino:
Inflamada em chamas, mas não consumida,
Gerarás o Dourado Fruto e oferecê-Lo-á ao mundo.
Serás a Portadora d'Aquele Que porta os céus,
A Quem, todos no céu levantam louvores!
Milagre dos milagres passar-Se-á dentro de ti,
Pois trouxeste o céu, tu que és "mais vasta do que os céus!"
És-nos a mais preciosa, ó Virgem, mais do que preciosas pedras,
Pois tu és a fonte de salvação da humanidade.
Por isso, que o universo Te glorifique,
Ó Santíssima Virgem, ó Alva Pomba!
O Rei dos Céus deseja entrar no mundo,
E passará por ti, ó Belíssimo Portal!
Ó Virgem, quando te tornares mulher gerará Cristo por nós;
De teu corpo, o Sol raiará.
Tropário da Natividade, t.4
O teu Nascimento, ó Puríssima Virgem, anunciou a alegria a todo o Universo, pois de ti nasceu o Sol de Justiça, o Cristo nosso Deus que, levantando a maldição, nos abençoou e, destruindo a morte, nos deu a Vida Eterna.
Kondakion da Natividade, t.4
Com o teu Nascimento, ó Puríssima Mãe, Joaquim e Ana libertaram-se da desonra da esterilidade, Adão e Eva da corrupção e da morte. O teu povo, também liberto da escravidão do pecado e que hoje festeja o teu Nascimento, exclama: “Aquela que era estéril deu à luz a Mãe de Deus e nossa Mãe”.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ortophoto

Polônia
autor: Arkadiusz

"Sobre o Verbo de Deus revelado na carne"

E o Verbo Se fez carne (João 1:14)

Aqui, irmãos, temos um novo, bendito e salvífico princípio – o princípio de nossa salvação. Adão esteve na carne, quando ele caiu sob a autoridade do pecado e da morte. Agora, o Criador de Adão apareceu na carne, para libertar a posteridade deste do poder do pecado e da morte. O Filho de Deus – o Verbo, a Sabedoria, a Luz e a Vida – desceu ao meio dos homens na carne humana e com uma alma humana. Ele Se encarnou, mas não Se separou de Sua Divindade. Ele desceu sem separar-Se de Seu Pai. Ele reteve consigo tudo o que Ele tinha sido e seria por toda a eternidade e, ainda assim, Ele recebeu algo novo: a natureza humana. Seus eternos atributos não foram diminuídos pela Encarnação, nem foi modificada Sua relação com o Pai e com o Espírito Santo. Vejam, o Pai testificou disso tanto no Jordão quanto no Monte Tabor: Este é o Meu Filho amado! Ele não disse: "Este foi o Meu Filho", mas "Este é o Meu Filho". O Espírito Santo esteve com Ele em Sua concepção corporal e por toda Sua missão sobre a terra. As naturezas divina e humana uniram-se n'Ele, mas não se mesclaram. Como? Não indague, você nem sequer sabe como explicar sobre você a você mesmo e nem sequer dizer como sua alma e seu corpo estão unidos em você. Apenas saiba disto: Deus veio visitar a terra, trazendo inefáveis tesouros valiosos para a humanidade – presentes reais, dons incorruptíveis, eternos, insubstituíveis e inegociáveis. Saiba disto e deixe seu coração dançar de alegria. Lute para limpar suas mãos, purificar seus sentidos, lavar sua alma, alvejar seu coração e vigiar sua mente, para que você receba os dons reais. Pois, eles não são dados aos impuros.

Senhor Jesus Cristo, ajude-nos a purificar-nos e lavar-nos pelo Teu Sangue e pelo Teu Espírito, para que possamos tornar-nos dignos de Teus dons reais.

A Ti, glória e louvor para sempre. Amém.

Hieromártir Antímio - 03/16 set


Ele nasceu em Nicomédia e foi criado, desde a infância, como um verdadeiro cristão. "Seu corpo foi mortificado, seu espírito humilhado, sua inveja arrancada, sua raiva subjugada, sua indolência banida... Ele tinha amor por todos, paz com todos; era prudente com todos, sincero com todos e zeloso pela glória de Deus." Não espanta que um homem dotado de tantas virtudes fosse designado bispo. Santo Antímio governou como Bispo de Nicomédia durante a terrível perseguição aos cristãos sob os execráveis Imperadores Diocleciano e Maximiano. Derramaram-se rios de sangue de cristãos, especialmente em Nicomédia. Certo ano, na Festa da Natividade de Cristo, vinte mil mártires foram queimados até a morte numa igreja. Este fato ocorreu na época do episcopado de Antímio. Mesmo assim, a perseguição não terminou com o martírio, mas continuou com muitos cristãos sendo lançados à prisão, aí mantidos para torturas e morte. Santo Antímio partiu para a vila de Semana, não porque fugisse da morte, mas para que ninguém apostatasse por medo. Uma de suas cartas aos cristãos aprisionados foi interceptada e entregue ao imperador Maximiano. Por sua vez, o imperador despachou vinte soldados a fim de encontrarem Antímio e trazerem-no ao imperador. O clarividente ancião de cabelos brancos saiu para encontrar-se com os soldados, levou-os para sua casa, tratou-os como hóspedes e somente então revelou que era Antímio, a quem procuravam. Os soldados, estupefatos pela gentileza de Antímio, sugeriram-lhe que ele se escondesse e disseram que informariam ao imperador que não o encontraram. Mas, Antímio respondeu que não transgrediria o mandamento de Deus contra a mentira para salvar sua vida e, assim, partiu com os soldados. Pelo caminho, todos os soldados passaram a acreditar em Cristo e foram batizados por Antímio. O imperador o torturou impiedosamente e por muito tempo o ancião e decapitou-o com um machado. Ele glorificou o Senhor e partiu para seu repouso no princípio do quarto século.

Hino de Louvor
Santo Antímio encorajou seu rebanho:
"Filhos meus, meus amados filhos,
Portadores do fardo de Cristo,
Agora chegou o tempo da grande renúncia,
Ó soldados do Cristo Crucificado,
Que gloriosamente ressuscitou dos mortos!
Agora é tempo de cruel perseguição;
Agora é o momento de provação e paciência;
Pois está pronta a colheita dos soldados.
Há coroas radiantes sobre vós:
Não temeis os sombrios executores,
Pois o poder dos homens não dura para sempre,
Mas o de Deus dura pelos séculos dos séculos.
Bem-aventurado aquele que teme a Deus!
Suas lágrimas serão enxugadas
Nos céus, pelas mãos dos anjos;
Vossas feridas serão curadas
Nos céus, pelo bálsamo espiritual.
Em vida, transformar-se-á a morte!
O aflito será coroado com lírios!
Breves torturas, bênçãos eternas,
Meus filhos queridos, não temeis."

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

"Sobre o Verbo, Filho de Deus"

No princípio, era o Verbo (João 1:1)

O Logos – racional e inteligível Verbo - existia no princípio. Isso pertence à Natureza Divina de nosso Senhor Jesus Cristo. Irmãos, ao dizermos No princípio, achamos que o Verbo de Deus teve um princípio? Ou, houve certa data no tempo em que o Filho de Deus nasceu de Deus Pai? De jeito nenhum! Pois, o nascimento do Filho de Deus traz nem uma data nem um princípio, já que o tempo é uma condição deste mundo transitório e não afeta o Deus Eterno, logo afetando nada que seja de Deus. Pode o sol continuar sendo sol, se o seu brilho deixá-lo? Pode um homem continuar sendo homem se seu intelecto lhe for tirado? Pode o mel ser ainda mel se a doçura separar-se dele? Não pode. Muito menos ainda pode-se conceber Deus como separado de Seu Logos, de Seu Verbo racional, de Sua inteligência, de Sua sabedoria: o Eterno Pai separado de Seu Filho co-Eterno.

Não, irmãos, aquelas palavras não se referem ao princípio do Filho de Deus a partir de Deus Pai, mas sobre o início da história do mundo criado e a salvação da humanidade. Este princípio está no Verbo de Deus, no Filho de Deus. Ele deu o início tanto à criação do mundo como a salvação do mundo. Quem quer que fale da criação dos mundos visível e invisível ou da salvação da humanidade tem que começar com o Princípio. E este Princípio é o Verbo de Deus, a Sabedoria de Deus, o Filho de Deus. Por exemplo, se alguém contasse uma história sobre navegar numa lagoa, poderia começar assim: "No começo, havia um lago e, sobre ele, navegava um canoa branca..." Nenhuma pessoa sensata interpretaria as palavras "No começo, havia um lago..." como se o lago viesse à existência no mesmo dia em que a canoa navegava sobre ele. Do mesmo modo, nenhuma pessoa racional pode tomar as palavras do Evangelista, No princípio era o Verbo como se o Verbo de Deus fosse gerado por Deus no mesmo momento em que o mundo foi criado! Tanto como o lago existia centenas de anos antes de a canoa navegar sobre ele, assim existia por toda eternidade o Verbo de Deus antes da criação do mundo.

Filho de Deus, co-Eterno com o Pai e o Espírito Santo, ilumina-nos e salva-nos.

A Ti, sejam a glória e o louvor para sempre. Amém.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ortophoto

Bulgária
autor: Boris Nikolaev

COMEÇO DA INDICÇÃO – NOVO ANO ECLESIÁSTICO - 01/14 setembro

O Primeiro Concílio Ecumênico (Nicéia, 325) decretou que o ano eclesial começasse em 1º. de setembro. Para os antigos hebreus, o mês de setembro era o início do ano civil (Êxodo 23:16), mês de realizar-se a colheita e de ofertar ações de graças a Deus. Foi na ocasião desta festa em que o Senhor Jesus entrou numa sinagoga em Nazaré (Lucas 4: 16-21), abriu o livro do Profeta Isaías e leu as palavras: O Espírito do Senhor repousa sobre Mim para pregar boas-novas aos humildes; enviou-me para reerguer o angustiado, proclamar a liberdade aos cativos, abrir a prisão aos aprisionados e proclamar um ano da graça do Senhor, o dia da vingança de nosso Deus e confortar todos os aflitos (Isaías 61: 1-2).

O mês de setembro também é de suma importância para a história do Cristianismo, porque o Imperador Constantino, o Grande, derrotou Maxêncio, inimigo da fé cristã, em setembro. Após a vitória, Constantino conferiu liberdade de confissão à Fé Cristã em todo o Império Romano. Por muito tempo, o ano civil do mundo cristão seguia o ano eclesial com o início em 1º de setembro. Mais tarde, o ano civil foi modificado, transferindo seu começo para 1º de janeiro. Primeiramente, a mudança ocorreu na Europa Ocidental e, tempos mais tarde, na Rússia, sob Pedro, o Grande.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Degolação de São João Profeta, Precursor e Batista do Senhor - 29ago/11set


Herodes Antipas (filho do Herodes, que matou as crianças de Belém, na época do nascimento de Cristo) era governante da Galiléia, quando João, o Batista, estava pregando. Ele era casado com a filha de Aretas, um príncipe árabe. Mas, Herodes, um rebento maligno de uma raiz maldita, largou sua legítima esposa e infidedignamente tomou Herodias como sua concubina. Herodias era a esposa de seu irmão Felipe, que anda vivia. João, o Batista, levantou-se contra esta depravação e firmemente denunciou Herodes, que, por sua vez, lançou João à prisão. Durante um banquete em sua corte em Sebastia, na Galiléia, Salomé (filha de Herodias e Felipe) dançou diante dos convidados. Herodes, bêbado por causa do vinho, ficou tão inebriado pela dança que prometeu a Salomé qualquer coisa que ela lhe pedisse, até que fosse a metade seu reino. Persuadida por Herodias, ela pediu a cabeça de João, o Batista. Herodes, então, deu ordens aos guardas, João foi decapitado na prisão, e sua cabeça foi dada de presente a ela num prato. Os discípulos de João levaram o corpo de seu mestre à noite e honrosamente o enterraram, mas Herodias perfurou várias vezes a língua de João com um prego e enterrou sua cabeça num lugar impuro. O que veio a acontecer, mais tarde, à cabeça de João, o Batista, pode ser lido em 24 de fevereiro. Entretanto, a punição divina rapidamente caiu sobre o grupo de malfeitores. Príncipe Aretas, vingando-se da honra da filha, declarou guerra com seu exercito contra Herodes e derrotou-o. Derrotado, Herodes foi sentenciado pelo César Romano, Calígula, ao exílio (a princípio na Gália, mais tarde na Espanha). Herodes e Herodias viveram em extrema pobreza e humilhação no exílio, até que a terra abriu-se e engoliu-os. Salomé veio a ter uma terrível morte no Rio Sicaris (Sula) (veja “Reflexão” abaixo). A decapitação de São João ocorreu bem antes da Páscoa, mas estabeleceu-se sua celebração em 29 de agosto, porque uma igreja que havia sido construída sobre seu túmulo em Sebastia (pelo Imperador Constantino e a Imperatris Helena) foi consagrada em 29 de agosto. As relíquias dos discípulos de São João, o Batista – Eliseu e Audius – também foram depositadas nesta igreja.

Hino de Louvor
Ó São João, admirável Precursor,
Foste o Precursor do Glorioso Salvador,
Tua pureza tocou as almas humanas
E ressoou qual temível trombeta desde o Jordão.
Despertando os homens do sono e do vício da indolência,
Quando o machado estiver fincado à raiz da árvore.

A ti, eu me curvo; a ti, eu oro:
Ajuda-me a resistir a todos os ataques.
Ó mais poderoso de todos os profetas, a ti eu me curvo,
E, diante de ti, ponho-me de joelhos; diante de ti, eu rogo:
De teu coração, concede-me a força de um leão;
De teu espírito, concede-me o testemunho angélico.

Concede-me tua força, para que pela prática eu possa obter
Submissão a Deus e auto-controle,
Ser batizado pelo jejum, purificado pelas vigílias,
Adocicado pela oração e pela vista celestial;
Encarar qualquer martírio sem temor,
Com tua coragem e inabalável fé.

Ó São João, homem de Deus,
Glorioso Mártir da suprema justiça:
É a ti que os iníquos exércitos temem.
Não deixes de ouvir minha oração,
Para que eu possa apresentar-me, como uma verdadeira vela,
Diante do Senhor.

Reflexão
Se você observar a maneira em que uma pessoa morre, você descobrirá que a morte de um homem geralmente se assemelha a seu pecado: Pois todo aquele que tomar da espada pela espada morrerá (Mateus 26:52). Todo pecado é como uma faca, e os homens frequentemente são mortos pelo pecado que eles mais prontamente cometem. Um exemplo disso é o de Salomé – a tola filha de Herodias – que pediu e recebeu a cabeça de João Batista numa tigela. Vivendo na cidade espanhola de Lérida, com Herodes e Herodias exilados, Salomé cruzou, um dia, o rio congelado de Sicaris. O gelo, entretanto, quebrou, e ela afundou até a altura do pescoço. Fragmentos de gelo começaram a cercar seu pescoço, enforcando-a, e ela lutava sacudindo os pés na água, como certa vez ela dançara na corte de Herodes. Ela nem sequer conseguia erguer-se da água nem afundar, até que uma lâmina de gelo cortou-lhe a cabeça. A correnteza levou o corpo embora, mas sua cabeça foi levada a Herodias numa tigela, como outrora foi trazida a cabeça de João, o Batista. Observem o quão terrível uma morte assemelha-se ao pecado cometido.

Tropário, t. 2
A memória do justo é acompanhada de elogios, mas a ti Precursor, é suficiente o testemunho do Senhor; verdadeiramente te mostraste como o maior de todos os Profetas; tu foste digno de batizar nas águas do Jordão Aquele que eles haviam apenas anunciado; sobre a terra lutaste pela verdade, até nos Infernos, cheio de alegria, tu anunciaste o Deus manifestado na carne, que tira o pecado do mundo e nos concede a graça da salvação.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Orthofoto

Georgia
autor: Paata Vardanashvili